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quinta-feira, 17 de dezembro de 2015


Nota de abertura:
Enquanto o Dragão até à morte existir será sempre para apoiar o F.C.Porto, mas apoiar o F.C.Porto, não é, por exemplo, passar por cima da primeira-parte do jogo de ontem. Há limites que não podem ser ultrapassados e quando são, pelo respeito que merecem os sócios, adeptos e simpatizantes, em particular a aqueles que acompanham a equipa para todo o lado, a crítica desde que seja de boa-fé, objectiva, construtiva e com respeito, tem todo o cabimento, faz todo o sentido. É assim que deve ser lido este post.

Para mim é claro: há um antes e um depois do F.C.Porto 0 - Dínamo de Kiev 2.
Sem nunca ter sido exuberante, fazer exibições de encher o olho, o F.C.Porto foi fazendo jogos aceitáveis, alguns, pelas dificuldades, bem conseguidos. No campeonato temos três empates: na Madeira e frente ao Marítimo, as expectativas criadas no jogo anterior com o Vitória S.C., saíram defraudadas, mas rapidamente ultrapassadas; em Moreira de Cónegos foi mau: uma equipa que é superior e chega à vantagem no marcador a poucos minutos do fim, não deve ceder pontos e da forma como o F.C.Porto cedeu, mostrando uma incapacidade para segurar a vantagem confrangedora; no Dragão, frente ao Braga, jogo em que o F.C.Porto fez mais do que suficiente para ganhar. Dominou de princípio ao fim, criou e desperdiçou várias oportunidades, frente a uma boa equipa que nesse jogo se portou como uma qualquer equipa pequena. Na Champions, empatamos em Kiev, mas fizemos um bom jogo, deixamos fugir a vantagem a poucos minutos do fim, mas não foi, na altura, um mau resultado; vencemos meritoriamente o Chelsea, principal favorito do grupo; cumprimos bem a nossa obrigação e justificamos o favoritismo frente aos israelitas do Maccabi; até que veio o jogo com o Dínamo de Kiev, o jogo do ano - disse-o Julen Lopetegui na antevisão - e no jogo do ano falhou tudo. Falharam os dirigentes, treinador e jogadores - aqui -, perdemos, ficamos numa situação muito complicada, com o cutelo sobre o pescoço. E como em Stamford Bridge, apesar das promessas de reacção, ela não existiu, com a derrota a passagem para a Liga Europa, a casa veio abaixo. Treinador que já era contestado, foi insultado - curiosamente, os jogadores foram aplaudidos, o que para mim é estranho. Se o treinador tem culpas, os jogadores não estão isentos delas -, a instabilidade aumentou, a intranquilidade também, a partir daí a equipa do F.C.Porto nunca mais se encontrou. Se já não tinha muita alma, agora tem menos, joga sobre brasas; os jogadores estão sem confiança, a bola queima, parece que tem picos, parecem bem piores do que são na realidade; o treinador está desorientado, faz análises que nada têm a ver com a realidade - como pode um médico receitar as melhores terapias para tratar o doente, se faz diagnósticos errados? - toma decisões difíceis de compreender; os dirigentes estão calados, aquele que é há décadas a voz do F.C.Porto, agora não diz nada - ninguém diz nada, aliás -, estamos a atravessar mais um período muito complicado, é preciso apelar ao fundo do nosso optimismo para manter a chama alta. Para resolver a situação, só vejo uma possibilidade: fazer um bom jogo e um bom resultado já no domingo frente à Académica. É a terapia mais eficaz para elevar os níveis de confiança e a moral, para que a tranquilidade regresse. Não podemos permitir que o universo do F.C.Porto atinja o limite da saturação. Sim, porque aí chegados lá se vai a racionalidade, perdemos a capacidade para analisar com critério, tudo passa a estar mal, a situação torna-se mais difícil e nessas circunstâncias é quase impossível atingir os objectivos pretendidos.
A bola está muito mais no lado de lá do que do lado de cá.

Notas finais:
Ainda a propósito... não retiro uma vírgula ao que disse quando Paulo Fonseca veio treinar o F.C.Porto e durante o tempo que esteve à frente da equipa: não estava preparado para tão grande desafio. Mas o percurso dele depois da saída do Dragão tem provado que não era tão mau como pareceu. Só que a pressão, a contestação, a exigência absurda e desmesurada, ultimamente tornam a vida dos treinadores do F.C.Porto num inferno. E chegados a esse ponto, eles já não aguentam, ficam desorientados, perdem a tranquilidade, tomam decisões incompreensíveis, dizem coisas absurdas.

Preparem-se, já começou e vai ter continuidade até 2 de Janeiro, todos os dias vamos levar com alguém do Sporting a queixar-se. Hoje foi o presidente da AG, Jaime Marta Soares, quem se segue?

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