G.D.Estoril Praia 1 - F.C.Porto 3. Um Dragão competente, consegue a remontada e até podia ter ganho por mais
sábado, 30 de janeiro de 2016
Depois da vitória frente ao Marítimo e da derrota em Santa Maria da Feira, o F.C.Porto tinha um desafio de grande dificuldade no António Coimbra da Mota, frente a um Estoril sempre difícil e numa altura que não tem qualquer margem de manobra: é ganhar e ganhar. E hoje vimos um Dragão competente, na primeira-parte e com excepção dos minutos iniciais, muito competente, ganhou com uma justiça que ninguém contestará, podia e merecia, atendo à qualidade da sua exibição e superioridade que exerceu, ter ganho por uma diferença mais dilatada. Só não ganhou porque mais uma vez, faltou eficácia. E as coisas até não começaram nada bem... Mas rapidamente o fantasma da incapacidade para conseguir a remontada foi afastado e esse facto também foi importante nesta excelente vitória.
Entrando mal e sendo penalizado por isso logo aos 3 minutos, num canto em que a defesa ficou a ver, o F.C.Porto reagiu muito bem, começou a chegar com perigo junto à baliza de Kieszek, apesar da excelente réplica de um Estoril que pressionou bem e saiu sempre com critério para o ataque, podia ter chegado ao intervalo com o jogo resolvido. Não chegou, chegou com uma vantagem mínima e deixando tudo em aberto, porque foi criando e desperdiçando oportunidades de golo, algumas claras.
Resumindo, bela primeira-parte do F.C.Porto e um resultado que não fazia justiça à exibição bem conseguida pelos pupilos de José Peseiro.
A segunda-parte foi mais equilibrada. É verdade que o F.C.Porto continuou mais perigoso, mas o conjunto da Invicta não teve a dinâmica nem a assertividade da primeira-parte, jogou menos como equipa, começou a enrolar, a escolher as piores opções, a perder a bola com mais facilidade, até ao golo da tranquilidade, embora melhor, não foi o bom Porto da etapa inicial. E quando se está a ganhar apenas por um e atendendo aos antecedentes, o nervosismo instala-se, a intranquilidade pode surgir, um golo, mesmo que fortuito, pode acontecer e é a morte do artista. Não aconteceu, nem os canarinhos tiveram oportunidades para isso - apenas uma jogada colocou a baliza de Casillas em perigo -, mas convém não facilitar. Depois, quando Brahimi saiu e Varela que o substituiu estabilizou, o F.C.Porto melhorou, criou lances de golo, Aboubakar falhou um incrivelmente, mas passados 2 minutos, André André fez o terceiro, matou o jogo. E com o Estoril derrotado, os Dragões, mesmo sem forçar, apenas preocupados em controlar, podiam ter aumentado a vantagem e colocado o resultado em números mais de acordo com o que foi o jogo. Foi pena, merecíamos.
Esta foi uma vitória importante, porque num campo tradicionalmente difícil, porque são as vitórias que diminuem a instabilidade, ajudam a recuperar a confiança perdida, dão moral e suporte anímico para que todos possamos encarar o futuro com mais tranquilidade.
Se embandeirar em arco, conscientes que o caminho se faz caminhando, hoje estamos melhor que ontem, amanhã vamos estar melhor que hoje.
Notas finais:
Apesar do pouco tempo que José Peseiro teve e dos jogos sucessivos que não permitem trabalhar em condições ideais, nota-se que a equipa está mais dinâmica, mais rápida e objectiva a sair para o ataque, ataca com mais gente. Tem ainda alguns problemas na reacção à perda e na recuperação defensiva, os jogadores que têm mais tendência para se agarrar à bola, Brahimi e Corona, ainda têm tiques que cortam a fluidez de jogo, amarram-no e muitas vezes ao não soltarem no momento certo, criam problemas, permitem contra-ataques que podem ser fatais.
Num jogo em que o colectivo esteve bem, os centrais, tirando o golo, estiveram em bom plano; os laterais e em particular Layún, fizeram excelentes exibições - atenção às compensações a um lateral que ataca 90 minutos; grande jogatana do trio do meio-campo; no ataque, Aboubakar não pode falhar golos daqueles, Brahimi e Corona têm de melhorar no aspecto anteriormente referido. Casillas não teve muito que fazer, mas continua aparecer um guarda-redes intranquilo, vá lá saber-se porquê.
Varela entrou afazer asneiras, depois acalmou e acabou em bom plano, com interferência no terceiro golo; Rúben precisa de recuperar a confiança e Suk entrou já no fim.