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quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016


Num estádio cheio e com um público vibrante, frente a uma grande equipa e com um dos melhores ataques do mundo, um F.C.Porto desfalcado e remendado, principalmente atrás, só conseguiria sair vivo do Signal Iduna Park e em condições de discutir a eliminatória, se à concentração, união, coesão e espírito de sacrifício, juntasse coragem, atrevimento, personalidade e uma qualidade de jogo que lhe permitisse defender bem, mas com bola morder os alemães, mostrar que lhes podia causar danos. Importantíssimo, aguentar o ímpeto inicial do Borussia, evitar um golo cedo, fundamental para que a confiança e a tranquilidade aumentasse - uma equipa confiante e tranquila, rende sempre mais. É dos manuais do futebol.
Estes eram os pressupostos, só que o F.C.Porto não cumpriu praticamente nenhum. E assim, foi uma vitória natural da melhor equipa, mas apenas por dois golos de diferença, o que permite manter uma pequenina claridade no fundo do túnel. Só uma grande noite europeia, de transcendência e com tudo a correr bem ao F.C.Porto e mal aos alemães, permitirá ao conjunto de José Peseiro seguir em frente na Liga Europa. Isto não é pessimismo, é realismo.

Obrigado a improvisar, o treinador do F.C.Porto colocou Varela a lateral-direito, Layún a central ao lado de Indi e Ángel na esquerda; como médios Rúben Neves ao lado de Sérgio Oliveira, Herrera numa linha com Marega de um lado e Brahimi do outro; na frente Aboubakar. Sem bola a equipa recuava, Varela encostava em Layún, Marega fechava o corredor. Com bola, o ex-Marítimo subia, Varela apoiava. A ideia era boa, mas demorou a estabilizar, o Borussia aproveitou esse espaço, criou perigo, conseguiu um canto e do canto, marcado à maneira curta, a defesa dos Dragões mais uma vez a não subir, Piszczek, sozinho, rematou de cabeça, Casillas ainda defendeu, na recarga, o polaco também de cabeça, fez o golo. Iam decorridos apenas 6 minutos, temeu-se o pior. Com o conjunto de Peseiro incapaz de ter bola, de a trocar, de sair para o ataque, os alemães, mesmo não tendo criado grande perigo, nem colocado muita velocidade e intensidade no jogo, ameaçavam voltar a marcar. Não marcaram, perante uma equipa do F.C.Porto que só aos 33 minutos rematou à baliza, sem perigo. Foi a partir só desse momento a equipa dar um arzinho da sua graça, começou a passar e a jogar no meio-campo adversário.
Portanto e resumindo, vantagem justa da equipa de Dortmund ao intervalo. Os alemães foram superiores, dominaram, tiveram mais bola e embora não tendo grandes oportunidades, tiveram algumas, ao contrário dos da Invicta que estiveram apenas preocupados em não sofrer golos.

Para a segunda-parte, o técnico dos azuis e brancos manteve tudo igual, objectivo principal não sofrer golos. Se fosse possível estender o jogo, óptimo, mas prioridade ao rigor e organização defensiva. Só que em jogos frente a estas equipas, quando se tem bola tem de se conseguir mantê-la e não a dar logo ao adversário, pois com bola e tendo grandes jogadores, cada jogada era um perigo iminente para a baliza de Casillas. Para isso é ter qualidade de passe, pensar e executar rápido, ter critério a definir, profundidade, quando a bola chega no homem mais avançado, é fundamental que este a segure, contemporize, espere ajudas. Com Aboubakar incapaz de fazer alguma coisa de jeito, a que se juntou um Brahimi completamente inconsequente e demasiado agarrado à bola, nunca o F.C.Porto incomodou o último reduto do Borussia, nunca o seu guarda-redes teve qualquer problemas para resolver, até à entrada de Suk - o sul-coreano em 10 minutos deu mais trabalho e criou mais dificuldades à defesa alemã que o camaronês em 80. Foi ele que conseguiu fabricar a única oportunidade de golo clara que os Dragões tiveram em 90 minutos. Antes e com naturalidade o marcador aumentou, sem forçar, esteve sempre mais perto o 3-0 que o 2-1.
Concluindo, se um Porto completo teria muitas dificuldades, este Porto, cheio de adaptações, teve muito mais. Fez o que pôde, nada a apontar à atitude, mas pôde pouco, frente a uma equipa de grande valor e que venceu com toda a justiça, mesmo sem fazer um jogo por aí além. 

Notas finais:
Faltou mais equipa, mas os adeptos do F.C.Porto fizeram-se sentir e bem Signal Iduna Park.
Não havia necessidade do árbitro ser tão caseiro.

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