sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016
A paixão pelo F.C.Porto não me retira objectividade e realismo. Por isso, sei perfeitamente que se em condições normais, concretamente, um F.C.Porto completo e sem toda a instabilidade que tem rodeado esta época, teria muitas dificuldades, este F.C.Porto cheio de problemas, remendado, obrigado a mexer muito, teria muito mais. E sendo assim, como também sei que Peseiro não é milagreiro, compreendo perfeitamente que o treinador do F.C.Porto tivesse cautelas acrescidas, como primeira preocupação evitar grandes danos, danos que poderiam acabar com a eliminatória na Alemanha e para além disso, prejudicar o efeito que a vitória na Luz teve na confiança e moral da sua equipa. Dito isto, podíamos ter feito mais, apesar de todos os condicionalismos? Não sei, não faço prognósticos após os jogos, dizendo que devia jogar este e não aquele, na direita devia jogar o Quim e não ao Manel, o João é que era, em vez do Nando. Agora há erros que persistem e que nestes jogos são fatais. Sofrer um golo aos cinco minutos, de canto curto, com o jogador que marcou a ter tempo para fazer o remate e a recarga, não pode ser. Não só não saímos como devíamos para o fora-de-jogo, como depois não fomos rápidos a reagir. Também não se pode sofrer o segundo, quando se tem a bola, não se é capaz de sair com ela e pior, não se ataca com agressividade a sua recuperação, deixando os adversários jogarem à vontade, terem tempo para encontrar as soluções ideais.
Continuando, se o Borussia foi convidado a ter bola, depois a ousadia passava muito por nos momentos que a recuperávamos, subir linhas, passar bem, sair com critério e assertividade, colocar a bola nos espaços, não andar com ela, não ter medo de arriscar. E isso raramente aconteceu. Mas há uma coisa que me satisfaz, apesar de tudo e de todas as contrariedades, a última das quais foi o avião que devia ter transportado a equipa ter avariado e obrigado à pernoita em solo alemão: vejo treinador e jogadores com vontade, dispostos a ir à luta. É verdade que nos últimos tempos, poucas vezes com a qualidade que gostaríamos, nem sempre com aquela raça que era a nossa marca, mas com a atitude correcta e sem arranjar desculpas. Há gente neste Porto que não tendo nascido portista e apenas com uns meses de Dragão ao peito, tem tido um comportamento exemplar, gente que pode formar uma base para que no futuro e já a curto prazo, o F.C.Porto recupere alguns dos valores que lhe eram tão caros.
Nota final:
Hoje são os centrais, ontem era o nº 10, amanhã são os laterais. Nunca têm pensamento positivo, nunca vêm com palavras de apoio e confiança, parece que lhes dá jeito estes resultados para poderem criticar, mesmo que sejam críticas requentadas. Neste momento são estes que temos, são estes que devem ser apoiados. A eliminatória está complicada, muito mesmo, mas ainda não acabou. Portanto, não devemos dar como facto consumado a eliminação. Sim, porque um Dragão até pode cair, perder a chama, mas não sem luta, desistindo antes do tempo.