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domingo, 6 de março de 2016


Se antes do derby da capital do império falido, o F.C.Porto não dependia apenas de si para chegar ao título, nem sequer ao segundo lugar - não é o principal objectivo, mas dá entrada directa na Champions League, com a importância que isso significa num clube muito dependente das receitas da prova rainha da UEFA -, depois do derby, se para terminar em primeiro, continuava a depender de terceiros, no toca à chegada ao segundo lugar, já só dependia dos seus resultados. Desde que fizesse aquilo que era preciso, a começar no jogo de hoje. E hoje na Pedreira, independentemente de tudo - falaremos de Xistra mais à frente -, era preciso muito mais Porto. Era preciso cerrar os dentes, transcendência, capacidade até para ganhar contra  o árbitro. Não tivemos nada disto e depois, como se fosse pouco, ainda oferecemos golos que são inadmissíveis, como foram os três golos do Braga.

Entramos bem, mas duramos pouco, apenas 25 minutos. Durante esse período pressionamos e circulamos com critério, chegamos à frente com facilidade, não tivemos muitas oportunidades - apenas uma por Suk e outra num livre de Brahimi ao poste -, mas tínhamos qualidade, domínio e superioridade, nunca deixamos o Braga jogar, nunca Casillas teve qualquer defesa para fazer. Depois desse período fomos perdendo organização, a qualidade de jogo baixou, como baixou a capacidade para pressionar e circular, o conjunto da casa melhorou, começou a chegar à frente com alguma frequência, Rafa ameaçou, uma Xistralhada ia dando origem a um golo precedido de uma falta sobre Danilo do tamanho da Sé de Braga. Valeu o poste e depois Maxi e Martins Indi sobre a linha a darem o corpo ao manifesto, para que uma dupla injustiça não tivesse acontecido na Pedreira: um golo nascido de uma jogada irregular e uma vantagem injusta para o Braga, nenhuma equipa merecia ir para o descanso a perder.

Com o nulo ao intervalo a não servir as suas pretensões, esperava-se uma entrada forte do F.C.Porto na etapa complementar. Mas não foi isso que aconteceu, foi o conjunto da casa a entrar melhor. Mais rápida a pensar, executar e pressionar que na primeira-parte e juntando a isso mais critério a partir para o ataque, a equipa de Paulo Fonseca jogava bem, sem ter criado grandes oportunidades, era mais perigosa e mais ameaçadora. Já o F.C.Porto, perdeu as qualidades que tinha exibido no seu melhor período dos primeiros 45 minutos, veio das cabines mais lento, precipitado, complicativo. O Dragão da segunda-parte, foi um Dragão com um futebol previsível, trapalhão, sem grande capacidade para criar desequilíbrios no último terço do campo, de tal forma que Marafona nem precisou de se aplicar muito para manter a sua baliza em branco. Estava o jogo assim, quando Marcano falhou de uma forma incrível o corte de um cruzamento para a área, a bola ficou ali e Hassan só teve de atirar para o fundo da baliza. A perder, o F.C.Porto tentou reagir, mas fê-lo de uma forma desorganizada, expôs-se, podia ter sofrido o segundo. Com Layún a não subir e a colocar Rafa em jogo - incrível como o mexicano repete estes erros. Na Luz também aconteceu por duas ou três vezes -, o avançado isolado atirou ao poste, o F.C.Porto chegou ao empate quando se esperava muito mais o 2-0. Só que na ânsia de tentar ganhar e indo para a frente de qualquer maneira, a equipa de José Peseiro deu espaços que os bracarenses aproveitaram, chegaram à vantagem após uma perda de bola dos portistas no meio-campo, ampliaram-na numa saída desastrada de Casillas. E assim, com um lance caricato, uma espécie de fotografia perfeita do que tem sido a época do F.C.Porto, nem o pontinho que lhe permita ficar a depender apenas de si para chegar ao segundo-lugar, a equipa de José Peseiro conseguiu.

Xistra, é Xistra, um árbitro de merda e que nunca é feliz arbitrar o F.C.Porto. Quando André André foi o primeiro amarelado, depois de Djavan e Baiano terem feito muito pior, ficou logo claro ao que Xistra ia. Só que hoje era daqueles jogos que até tínhamos de ganhar contra o árbitro. É verdade que ele prejudicou-nos, mas tínhamos de ter feito muito mais para eu dizer que perdemos por causa do árbitro.
Rui Barros estava revoltado, acredito que José Peseiro também, assim como os jogadores. Mas é caso para perguntar:
Tanta revolta, só agora, na hora do adeus ao título? Isto é fruto de uma falta de respeito desta gentalha que se arrasta desde há dois anos, hoje foi apenas mais um episódio igual a tantos outros. A facilidade com que se mostram amarelos aos nossos e não mostram aos outros, com que se expulsam os nossos e se perdoam aos outros, é notória, mas alguém do F.C.Porto tomou uma posição dura contra estas constantes poucas vergonhas? Não. Agora, é tarde, meus senhores!

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