domingo, 15 de maio de 2016
Como ganhou? Não importa. O que importa é que o futebol português entrou definitivamente no bom caminho, recuperou a credibilidade, está bem vivo e de óptima saúde. Um sinal claro de que tudo está bem, por exemplo, é que agora, ao contrário de há poucos anos atrás, o inefável presidente do Sindicato dos Jogadores, Joaquim Evangelista, não tuge nem muge, não vem dizer que o campeonato é uma mentira e a concorrência desleal. Agora não há clubes com salários em atraso, todos recebem na hora certa, alguns até antes do fim do mês. As nomeações dos árbitros, como temos visto, são feitas com um rigor e um critério acima de qualquer suspeita. Os juízes não têm qualquer influência na tabela classificativa. Não há promiscuidades entre clubes, os jogadores que estavam em condições foram utilizados e não poupados. Os que jogam foram sempre grandes profissionais, fizeram as exibições da sua vida contra o actual campeão. Portanto, agora que no futebol português tudo voltou a ser um mar de rosas e não se pode tocar nos méritos do campeão, nem com luvas de pelica, ninguém se espante que a isenta, equilibrada, equidistante, séria e eticamente irrepreensível comunicação social, destaque até à náusea as virtudes do clube da Luz e dos seus dirigentes e servidores. O lema, é: se és benfiquista, então és alguém altamente recomendável, alguém que merece ser sempre realçado, como atesta o destaque dado a esses cidadãos exemplares e grandes exemplos de recato, saber estar e fair-play, como são Rui Gomes da Silva, Pedro Guerra, João Gabriel, Sílvio Cervan e afins. Portugal, no que ao desporto-rei diz respeito, vive um verdadeiro conto de fadas que não convém perturbar.
E nós que não pertencemos e ainda bem, a essa maioria que funciona como uma seita, vamos assistir conformados e resignados? Ou vamos voltar ao espírito de outrora e lutar contra eles com todas as nossas forças, como fizemos e com sucesso, no passado?
Parabéns, Vítor, ninguém mais do que tu, merece erguer a taça