segunda-feira, 9 de maio de 2016
Que o exemplo da equipa B sirva de lição para os adeptos, leve a que tenham no futuro reacções menos extremadas, haja mais sensatez, mais paciência na hora de julgar e fazer juízos definitivos. Também que este título, junto ao dos sub-19 da época passada e da liderança que pode dar bicampeonato nesta, aos pupilos de António Folha, prova da qualidade que existe nos dois escalões imediatamente abaixo da equipa principal, passe a ser olhado ainda com mais atenção por quem de direito - dirigentes e técnicos -, na hora de fazer opções.
O grande desafio que se coloca no futuro é como aproveitar o talento que existe, como fazê-lo crescer naturalmente, num clube habituado a ganhar muito e que ultimamente tem ganho muito pouco.
Declarações de Luís Castro, após o jogo entre o F.C.Porto B e o Benfica B:
«Antes de mais, a primeira palavra vai para os jogadores. Foram fantásticos ao longo de toda a época, profissionais muito para além do normal. São grandes homens, muito prontos para a vida, pessoas honestíssimas no trabalho diário e que transportam isso para o jogo. Depois, palavras também para a equipa técnica - José Tavares, João Brandão, Matos e Rui Sá Lemos -, que foram assistentes na verdadeira acepção da palavra, pessoas cordiais e leais e foi fantástico trabalhar com eles. A toda a estrutura e staff do FC Porto B, o meu agradecimento pela dedicação posta em toda a época. Em relação aos sócios e simpatizantes, foi muito bom senti-los hoje, o meu agradecimento àqueles 100 ou 200 fiéis e também aos que vieram hoje e aos que não puderam vir. Respondemos com uma vitória clara, não deixando margem para dúvidas sobre qual é a melhor equipa, com um jogo muito seguro.»
«O título significa muito quando se junta ontem ao facto de a equipa A ter alinhado com cinco jogadores que passaram pela nossa formação. Alguns deles chegaram com nove, dez ou 11 anos. Enquanto treinador e antigo diretor técnico, é um dia muito gratificante. Certamente que o futebol português e o FC Porto saberão aproveitar estes jogadores. Tudo pareceu normal e os colegas que treinam equipas B sabem que não é normal. Foi um trabalho hercúleo ao longo de toda a época: chegámos a não ter equipa durante 15 dias, chegaram jogadores em janeiro, perdemos também alguns nesse momento, mas nunca nos queixamos e sempre nos resguardamos no trabalho. Fizemo-lo bem ao longo de toda a época.»
Parabéns a todos, em primeiro lugar para o presidente, sempre o máximo responsável para o bem e para o mal. Parabéns em particular para Luís Castro, seus adjuntos, staff e para os jogadores que são quem dentro do campo tem a última palavra. Parabéns para os adeptos que também foram campeões. Uns, aqueles que estavam sempre lá, muito mais que os outros.
Nota final:
A forma como este triunfo do F.C.Porto foi tratado, mostra bem o estado comatoso em que se encontra o jornalismo, mas não só, que acompanha e faz a cobertura do futebol português, indo mais longe, o desporto português. Salvo cada vez mais raras excepções, estamos entregues à bicharada. Impera o facciosismo, o tendenciosismo e a desonestidade intelectual. Não há brio, rigor, profissionalismo. Como não fazem o trabalho de casa, não raras vezes confundem, provocam, dividem. Porém, raramente são chamados à responsabilidade e pior, em alguns casos passam a ter um protagonismo inexplicável. No que toca ao F.C.Porto, então, é um ver se te avias. As faltas de respeito e o desprezo são constantes. Veja-se o caso do panfleto da queimada, não encontrou um cantinho para destacar na capa o sucesso dos jovens Dragões. Veja-se o caso da televisão pública que realça o feito do segundo classificado, mas ignora o do primeiro.
Não queríamos uma grande festa, temos a perfeita noção da importância do feito, mas o que é demais é moléstia.