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quinta-feira, 7 de julho de 2016


Como do diz-se diz-se da silly season - está muito insossa - para entradas e saídas, vou tentar só falar quando elas forem certezas - foi assim com as entradas de Filipe, João Carlos Teixeira e Zé Manel e na saída de Helton, até agora o único que fazia parte do plantel principal a sair -, é justo que hoje diga alguma coisa da selecção.
Em primeiro lugar, colocar também no blog o post que coloquei no facebook, pouco tempo após o final do Portugal 2 - País de Gales 0.
«Tiro o chapéu a Fernando Santos.
Confesso: quando o seleccionador disse que tinha o sonho de ser campeão europeu, sorri; quando disse que só ia para Lisboa no dia 11, após uma Fase de Grupos onde Portugal foi terceiro e jogou pouco, achei que havia limites para a crença. Não sei se Portugal vai trazer ou não o caneco, sei que este feito, pois chegar à final, é um feito, é obra de muita gente, mas acima de todos do Engenheiro Fernando Santos. Foi a sua crença de acreditar sempre e que passou aos jogadores, a base de todo este sucesso que ainda pode ser maior e mais grandioso.
Melhor em campo: Renato Sanches.»

Independentemente do cinzentismo exibicional, de termos tido a sorte de ficar na parte mais favorável do quadro, é preciso colocar as coisas no seu devido lugar e dar o mérito a quem o merece. Esta é a segunda vez que o futebol sénior de Portugal chega a uma final. Mas, atenção, esta equipa não tem nada, em termos de qualidade, a ver com a outra que chegou à final do Euro 2004, recheada de craques e vários Campeões Europeus de Clubes.
Uma nota para dizer que é provável que fosse uma injustiça para Bruno Alves, um jogador sempre comprometido com a selecção, passar pelo Euro, talvez a última grande competição em que participa, sem ser utilizado. Mas depois de Ricardo Carvalho ter sido titular nos três primeiros jogos, agora já não é opção para entrar de início em jogo nenhum? Mais, aceito que se diga que Bruno é mais forte e mais contundente no jogo aéreo, mas usar como argumento, que Bruno é mais rápido... só pode ser piada! O actual jogador do Mónaco para além de ser mais veloz, tem outra vantagem: é bem melhor que qualquer dos outros centrais - o que mais se aproxima, é Pepe -, na saída com bola.

Nas férias também coloquei um post no facebook sobre a chamada clubite na selecção. Foi este:
«A clubite e a selecção.
Fernando Santos:"Preferia não verificar no meu país neste momento, numa fase final do Campeonato da Europa, este tipo de situações. Todos os portugueses devem estar empenhados em apoiar esta equipa e não se joga um, dois ou três jogadores da mesma equipa ou da outra equipa. Isso não é positivo."
Clubite em torno da selecção não é de agora, sempre houve e vai continuar a haver. Os portistas acham que os seus deviam lá estar e jogarem todos os jogos, para a maioria deles os jogadores do F.C.Porto estão sempre em bom plano. Os benfiquistas e sportinguistas, apenas para falar nos adeptos dos três grandes do futebol português, pensam de maneira semelhante, não vem daí nenhum mal ao mundo, não é isso que causa dano à selecção. O que perturba, incomoda, confunde e divide, causa mossa, é a clubite da comunicação social e de alguns, a maioria, dos comentadores encartados. Esses que, note-se, têm a obrigação de ser equilibrados, isentos e equidistantes, mas não são, com as pressões constantes, análises sectárias e distorcidas, tomando claramente partido por uns em detrimento de outros, é que prejudicam e muito o ambiente, causam dano e não ajudam a selecção. Dois exemplos: Danilo e Renato Sanches. O jogador do F.C.Porto não fez um bom jogo frente à Islândia, tal como aconteceu com muitos dos seus companheiros. Mas foi o único questionado, logo o coro se levantou a pedir a entrada de William de Carvalho. O jogador do Sporting fez um bom jogo frente à Áustria, um muito mau jogo frente à Hungria e ontem também deixou muito a desejar. Mas, curiosamente, o coro ficou caladinho, ninguém faz pressão para a saída do trinco leonino.
Renato Sanches tem capacidade e sendo assim, é suposto que saiba passar, driblar, rematar. Portanto, não se compreende que um simples passe seja visto como uma coisa extraordinária, uma simples finta mereça logo comparações com Edgar Davids ou Clarence Seedorf. Houve um bonzinho qualquer que até se atreveu a dizer que tinha a sensação que os colegas evitavam jogar com o agora jogador do Bayern.
Resumindo: há uma clubite que faz parte da festa, digamos assim, outra, essa sim, que merece ser atacada, criticada e denunciada. De forma que não fiquem dúvidas no espírito de ninguém.»


Ontem, depois do jogo e já hoje ao ouvir, ver e ler certas análises e comentários, é notório que a pior clubite é aquela que referi no post e é a da comunicação social facciosa e de alguns comentadores de camisola vestida, cachecol ao pescoço e bandeira na mão.
Sejamos claros: Renato Sanches fez um mau jogo, sem bola estava quase sempre desposicionado, com bola quase sempre entregou-a mal. Pois, o que fizeram os tais analistas? Foram incapazes de dizer que o jovem jogador já do Bayern, fez um jogo negativo, arranjaram argumentos ridículos para disfarçar, o melhor exemplo foi o de Carlos Daniel, o conhecido benfiquista de Paredes, já apelidado de Guardiola dos comentadores - só me apetece rir! -, que foi capaz de dizer que Renato Sanches fez o seu melhor jogo no Euro, sob ponto de vista defensivo. Pois, mais que zero, é zero...
Já no caso do jogador do F.C.Porto e o post refere isso mesmo, depois do jogo frente à Islândia foi questionado, apesar de outros ainda terem feito pior, era preciso entrar William de Carvalho, Portugal precisava de mais assertividade na primeira fase de construção. Curiosamente, a primeira vitória de Portugal, durante o tempo regulamentar, teve o contributo de Danilo. Elogios ao jogador do F.C.Porto? Poucos. Notou-se alguma diferença, para pior, pelo facto de na primeira fase de construção estar Danilo e não William? Não. Mas alguém fez referência a isso, principal argumento para que muitos pedissem a saída do portista para a entrada do sportinguista, após o primeiro jogo do Euro? Alguém leu, viu ou ouviu?

Que a selecção ganhe o Euro, porque as finais são para ganhar. E sobre as finais para ganhar, é bom que alguns caramelos, citem o seu verdadeiro autor, Jorge Nuno de Lima Pinto da Costa e não José Mourinho.

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