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quinta-feira, 15 de setembro de 2016


Lamento dizê-lo, mas se o Copenhaga é uma equipa de segunda divisão europeia, o F.C.Porto também é, ou ontem também foi. Os dinamarqueses enquanto tiveram onze jogadores, salvo os primeiros 13 minutos - em que nunca foram esmagados, note-se -, altura em que o F.C.Porto marcou, foram sempre mais fortes colectivamente, mais organizados e com processos melhor definidos, com bola, atacaram com mais critério e com muito mais gente, sem bola mantiveram a coesão defensiva, mesmo com menos um, raramente se desorganizaram, deram espaços. Justificaram o empate.
Já nós, mais uma vez, demos um passo atrás e andamos há três anos neste carrossel, ora para cima ora para baixo nas exibições, resultados e declarações. Fazemos um jogo bom, criamos expectativas, falamos da importância das vitórias e das exibições para a confiança e tranquilidade da equipa, mas logo de seguida vem um mau resultado, uma má exibição, volta a desilusão e o desencanto, tudo volta ao princípio. Depois, lá vem o discurso do treinador com o diagnóstico, quase sempre correcto, acerca do que esteve mal, melhoramos, mas as melhorias não são consistentes, passado pouco tempo lá vem o balde de água fria, não acabam com as preocupações. Isto já para não falar do discurso dos jogadores, entramos relaxados na 2ª parte, disse Danilo; Otávio, devíamos ter pressionado mais, temos de levantar a cabeça; Marcano, não está nada perdido; etc. Ora, isto cansa, desgasta, deixa marcas, provoca reacções que são perniciosas e não ajudam. Há uma frase que tem anos, mas continua sempre actual: no F.C.Porto não há tempo para ter tempo. Temos de quebrar, definitivamente, este ciclo vicioso.

PS - Se houve coisa que no jogo de ontem que me marcou, foi a forma como os dinamarqueses, que não são uma equipa de topo do futebol europeu, metiam vários jogadores na zona de tiro, uns que atacavam a primeira bola, outros que disputavam a segunda, ao contrário do F.C.Porto. Os treinadores passam e salvo raras excepções, este é um problema que se arrasta, como se arrasta a incapacidade para rematar de fora, importante para desbloquear equipas muito fechadas, como aconteceu ontem na parte final do jogo. Cheguei a pensar que seríamos uma equipa de transições, sinceramente, já não sei que pensar...

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