domingo, 20 de novembro de 2016
À 4ª jornada, repito, 4ª jornada da época 2010/2011, poucos meses depois de se ter sagrado campeão nacional no campeonato do túnel da pouca vergonhas, só porque foi prejudicado em Guimarães, o clube do regime fez o comunicado - ver mais à frente - e com a cumplicidade bem expressa nas fotos de uma comunicação social prostituída, pegou fogo ao futebol português. Ninguém tenha dúvidas, fará o mesmo amanhã se for prejudicado; faria exactamente o mesmo ou muito pior, que fez em 14 de Setembro de 2010 se estivesse no lugar do F.C.Porto.
Sabemos o que fez e o que faria o clube do regime, já o F.C.Porto nos últimos anos preocupado com a marca e a indústria do futebol, imaginando e sonhando com um futebol português à imagem e semelhança da Premier League, esquecendo que estamos em Portugal, país despudoradamente centralista e onde quem não chora, não grita e não dá um murro na mesa, não mama; onde, ao contrário do que acontece em Inglaterra, não há uma comunicação social rigorosa, isenta, mas há uma comunicação social de freteiros, recadeiros e prostitutos ao serviço do clube dos "seis milhões"; mesmo com fartos motivos de queixa, teve uma postura serena, recatada, equilibrada. Isso foi interpretado, não como uma postura correcta, mas como medo de apitos, de outra coisa qualquer, é comum ler-se e ouvir-se, devem ter o rabo trilhado, é por isso que não falam.
Treinadores como Vítor Pereira e Julen Lopetegui, por exemplo, ficaram sempre sozinhos nesta guerra contra os prejuízos causados pelos árbitros - este, então, mesmo tendo vindo para um projecto de três anos, tendo um poder que nenhum outro treinador teve, começou logo a ser cozinhado em lume brando, rapidamente foi trucidado, lamentavelmente aqueles que lhe deram um poder desmesurado, nunca saíram em sua defesa. Daí até isso ter consequências nos adeptos do F.C.Porto foi um passo de pardal, Lopetegui nunca foi um treinador com vida fácil no Dragão. Agora é um fartar vilanagem, as faltas de respeito são semanais, nos tempos actuais, qualquer árbitro tem como lema: na dúvida, sempre contra o F.C.Porto.
Assim, se por um lado, como disse ontem, nem tudo se reduz a erros dos árbitros, que não hajam dúvidas: ao mesmo tempo que devíamos olhar para dentro, corrigir e melhorar o que está mal, tínhamos o dever de dar um combate sem tréguas a toda esta bandalheira. É verdade que já vamos vendo reacções que não víamos há tempos atrás, Jorge Nuno Pinto da Costa no Jogo de hoje também aborda o assunto, mas tudo muito soft, nada comparável com o que aconteceu no passado, se passaria hoje e se passará amanhã, se o clube do regime tivesse - tiver -, um terço das nossas razões de queixa.
«Há momentos que exigem ponderação de análise e firmeza na acção. Há momentos que obrigam a uma participação alargada na tomada de decisões porque isso fortalece a decisão. Razões suficientes que justificaram a convocação de um plenário dos órgãos sociais do Sport Lisboa e Benfica. Nunca defendemos condições de privilégio, o que sempre reclamámos na nossa história foi igualdade de tratamento, isenção no momento de tomar decisões e verdade.
São estes princípios que garantem a credibilidade em qualquer sector de actividade, seja na política, na economia ou no desporto. São estes princípios que, infelizmente, têm faltado ao campeonato de futebol profissional da primeira Liga nestas primeiras quatro jornadas.
Perante a evidência de tantos erros em tão pouco tempo, a esperança de um campeonato sério ainda não morreu, mas foi fortemente atingida. Aceitar com ligeireza o que se tem passado neste início de campeonato é negar o obvio e pactuar com a mentira.
Qualquer generalização é perigosa e nós não o queremos fazer. Há árbitros competentes – temos essa consciência e essa certeza – mas, infelizmente, por acção de alguns, todos são postos em causa.
O Benfica agirá sempre no estrito cumprimento da lei, não estando disponível para trilhar caminhos sinuosos que outros percorreram sem problemas de consciência e sem reparo ou castigo da justiça.
Se for outro caminho que os benfiquistas querem seguir, então estes órgãos sociais não servem. No nosso mandato não vamos montar uma estrutura organizada à margem da lei, nem um modelo de violência e intimidação de agentes desportivos ou jornalistas. Essa não é a nossa postura, nem a nossa forma de agir. Ganhar dessa forma é apenas alimentar uma mentira.
Da reunião do plenário dos órgãos sociais do Sport Lisboa e Benfica foram assumidas as seguintes orientações:
a) Reafirmar a total confiança do Clube nos seus atletas e na sua equipa técnica, e a garantia de que ninguém vai desistir dos objectivos propostos no inicio da presente temporada. Resistir é próprio dos que nesta casa se bateram e continuarão a bater pela verdade no futebol português.
A falta de credibilidade que está a atingir a arbitragem enfraquece o futebol e só quem não está preocupado com o futebol pode estar satisfeito com a presente situação. Não é ilibando, nem protegendo aqueles que reiteradamente erram que se protege o futebol. Há quem veja e queira fazer-se de cego. A esses, essa cegueira tem de custar-lhes caro.
O futebol protege-se agindo, assumindo as medidas necessárias para que a transparência regresse à nossa arbitragem. Quem tem responsabilidades perante a actual situação tem de se fazer ouvir.
O futebol não é viável sem verdade e sem acções. O senhor Vítor Pereira deve pronunciar-se sobre o que se passou, sobre o que pensa fazer para o futuro e sobre o entendimento que tem – na forma e no tempo - sobre a homenagem promovida no dia 5 de Setembro, pela Associação de Futebol do Porto, ao senhor Olegário Benquerença.
Citando o Presidente da UEFA, Michel Platini “os árbitros incompetentes devem ser varridos do futebol”. Pela nossa parte, acabou a tolerância com árbitros incompetentes ou habilidosos.
Cada um deve assumir as suas responsabilidades e o senhor Vítor Pereira tem a obrigação de garantir condições de igualdade nos critérios e na acção dos árbitros a todos os clubes em Portugal. Algo que até aqui não aconteceu.
b) Compreendemos e associamo-nos ao movimento de indignação que desde sexta-feira varre o país. Face à adulteração da verdade desportiva, queremos pedir aos sócios e adeptos do Benfica que continuem a apoiar, de forma inequívoca e sem reservas, a equipa nos jogos que o Benfica realiza no Estádio da Luz, mas que se abstenham de se deslocar aos jogos fora de casa. A equipa já sabe que vai ter de lutar contra muitas adversidades, algumas previstas, outras totalmente imprevistas - já o sentiu neste início de época - e vai conseguir superá-las, mas os sócios e adeptos do Sport Lisboa e Benfica não devem continuar a ser lesados económica e emocionalmente. A nossa ausência será o melhor indicador da nossa indignação.
c) Solicitar ao Presidente do Sport Lisboa e Benfica a suspensão imediata de quaisquer negociações relativas aos direitos televisivos relativos aos jogos da sua equipa profissional a partir da época 2012/13 que possam estar a decorrer com a Olivedesportos. Mais, foi igualmente solicitada uma avaliação no sentido de apurar a possibilidade do Clube passar a gerir de forma autónoma os seus direitos audiovisuais.
Não podemos continuar a tolerar que a falta de seriedade dentro de campo tenha a cumplicidade daqueles que, tendo os nossos direitos televisivos, não revelam isenção na análise e camuflam os erros daqueles que sistematicamente nos prejudicam.
d) Equacionar, em face do desgaste e da falta de garantias de isenção na arbitragem agora evidenciadas, a participação na presente edição da Taça da Liga.
e) Solicitar à comunicação social que, fazendo o seu trabalho, denuncie quem adultera as regras. Que investigue as notas que alguns observadores têm atribuído a algumas actuações de árbitros. Que compare aquilo que sucedeu no campo com a nota posteriormente atribuída.
f) Solicitar ao Senhor Ministro da Administração Interna uma audiência para debater a violência de que a equipa do Benfica tem sido alvo cada vez que se desloca ao Porto. Não queremos confundir as gentes do Porto – que seguramente não se revêem neste tipo de comportamento – com um grupo de delinquentes que organizada e reiteradamente e de forma impune têm vandalizado o autocarro do Benfica e atentado contra a integridade física dos seus atletas.
g) Declarar o Secretário de Estado ‘persona non grata’ pelo trabalho que prestou ao futebol português. Abandonou a anterior Direcção da Liga no seu combate pela credibilização do futebol português, alheou-se – por completo – do processo “apito Dourado”. É, ainda, o responsável por nada fazer para aplicar a lei, pelo que a arbitragem e a Comissão Disciplinar continuam na Liga, quando já deviam estar na Federação Portuguesa de Futebol desde 1 de Julho.
Para além de tudo isto, lamentar as declarações desrespeitosas que o Secretário de Estado teve para com o Sport Lisboa e Benfica e que branqueiam o comportamento daqueles que adulteram a verdade desportiva.
Quem se demite das suas responsabilidades, deve saber que isso tem consequências.
Queremos concluir dizendo que compete aos benfiquistas defender o Benfica e apelando a todos para amanhã, no nosso estádio, darmos uma grande demonstração da nossa força e da nossa união.»
PS - SMS de um amigo que foi a Chaves:
«Depois de uma primeira-parte horrível, o F.C.Porto merecia ganhar. Os jogadores fizeram tudo para ganhar. O que faltou? Pequenos detalhes:
1 - um Farias, por exemplo.
2 - um árbitro decente
3 - um treinador de clube grande, antes, durante - ai,ai, ai -, e depois do jogo - Ó Nuno, qual é a tua? Não te queres queimar, é? O Porto é o topo para ti, percebes? Até o Vítor Pereira que percebe mais de bola do que tu, deu a vida pelo F.C.Porto. Ah, OK, não queres ir para as arábias, não é? Deixa-te de ser manso.
Eu acredito!»
Subscrevo. Acorda, Nuno!