segunda-feira, 19 de dezembro de 2016
No último jogo antes do Natal e também o último deste ano, para o campeonato, o F.C.Porto tinha de ganhar para continuar a pressionar o Benfica. Seria péssimo que as tropas no campo de batalha falhassem, por incapacidade própria, permitissem branquear o colinho descarado que tem tido um papel decisivo para que haja um líder com um conforto que a qualidade do futebol não justifica de maneira nenhuma. O F.C.Porto ganhou, ganhou com mérito, mas teve de sofrer muito, de lutar com um excelente Chaves e pior, teve de ultrapassar um ladrão que fez tudo para que os Dragões não vencessem. Se Vasco Santos ficou tolhido de medo pelas reprimendas que levou do Benfica e temeu pelo seu futuro na primeira categoria da arbitragem, não tinha o direito limpar a imagem junto do poder que domina de forma obscena o futebol português, à custa de prejuízos ao F.C.Porto. Hoje tentaram de forma escandalosa acabar com a candidatura dos Dragões ao título, fazer que o resto do campeonato fosse um passeio para o clube do regime. Não conseguiram, mas que tentaram muito, tentaram. Uma vergonha!
Primeira-parte desastrada do F.C.Porto. Se o Chaves até ao golo feliz que conseguiu ao minuto12, não tinha feito muito para ficar em vantagem, depois do golo foi mais e melhor equipa. O conjunto flaviense defendeu sempre bem, saiu para o contra-ataque com organização e propósito, esteve sempre mais perto de fazer o segundo que sofrer o primeiro. O conjunto de Nuno Espírito Santo, nervoso, ansioso, intranquilo, precipitado e trapalhão, nunca teve qualidade de jogo, nem discernimento para chegar com perigo à área dos transmontanos. E assim, quando as equipas foram para o descanso, o Chaves tinha uma vantagem mais que justa. O F.C.Porto pode agradecer ao seu guarda-redes só ter sofrido um golo.
Para etapa complementar o treinador do F.C.Porto manteve o mesmo onze, mas mesmo sem estar totalmente tranquila, a equipa veio com outra atitude, outra organização, pressionou melhor, melhorou as dinâmicas e a qualidade, encostou o Chaves lá atrás e acreditou sempre. Conseguiu resistir a um golo limpo que foi invalidado, a um penálti do tamanho da Torre dos Clérigos que não foi assinalado pelo Vasco - se Rui Vitória pode dizer, ó Vasco, ó Vasco..., porque não posso eu tratar um árbitro que gozou com a minha cara, por Vasco -, mas ainda teve a crença, alma e coração para conseguir dar a volta e vencer. O empate foi conseguido por Depoitre que cabeceou como mandam as regras um excelente cruzamento do Alex Telles, o golo da vitória foi conseguido num fantástico remate de Danilo. Depois e até ao fim, faltou alguma tranquilidade para ter bola, controlar o jogo, foi preciso sofrer, mas o objectivo de conquistar os três pontos foi alcançado.
Nota final:
Acho natural que um treinador procure um onze base e depois tente mantê-lo para consolidar processos, melhorar automatismos, a equipa ganhe organização, funcione melhor colectivamente. Mas se um ou outro jogador desse onze base, está nitidamente abaixo dos mínimos exigíveis, não dá uma para a caixa, deve sair da equipa, dar o lugar a outro. Não compreendo a insistência em Diogo Jota, quando o jovem jogador emprestado pelo A.de Madrid atravessa uma má fase. Não é bom para ele, não é bom para a equipa, não é bom para quem procura um lugar, vê os concorrentes a jogar sistematicamente mal e nunca tem oportunidades. Vá lá que hoje Jota saiu, entrou Depoitre e o belga ajudou a dar a volta a uma equação muito complicada de resolver. Quem sabe se a partir de agora, Depoitre ganha a moral e a confiança necessária e prova que afinal não sendo nenhuma vedeta, não é tão mau como parecia?