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terça-feira, 13 de dezembro de 2016


Jorge Nuno Pinto da Costa deu uma entrevista ao JN - aqui. Como sempre, houve quem gostasse, quem odiasse, aqueles que gostaram de algumas coisas, não gostaram de outras. Só hoje tive ocasião de ouvir a entrevista, coloquei alguns dos pontos abordados e que considerei mais relevantes para analisar e comentar.

FC Porto reerguido: "Acho que é notório que [o FC Porto] já se reergueu. Quando eu disse essa frase, "bateu no fundo", não queria dizer propriamente isso. Para nós, bater no fundo é estar fora do topo. Naturalmente que, depois de tudo o que aconteceu nas primeiras jornadas, com a eliminação do FC Porto da Taça, estar em segundo lugar, que não é o que queremos e estar na Champions, tenho de considerar que estamos muito mais perto do topo. Quando há outros que estão em grandes momentos e não estão em provas europeias, o que podemos dizer de nós? Não estamos em primeiro por fatores extra-futebol".
VP - Já estivemos pior, mas ainda estamos muito longe de ser aquele Porto poderoso, temido, que se dava ao respeito e obrigava a que o respeitassem. Ainda falta fazer muito caminho para chegarmos ao topo e não tem apenas a ver com os resultados desportivos...

Ineficácia ofensiva: "É mau quando o golo não aparece. Mas é péssimo quando ele não aprece porque não há oportunidades. Quando se criam tantas oportunidades, mas a bola não entra porque bate no poste, sabemos que os golos vão acabar por aparecer, porque temos qualidade".
VP - Nada a dizer, mas como não se pode resumir tudo à falta de sorte, fica a questão de saber porque veio Depoitre, um avançado com certas particularidades e não veio outro, um daqueles que de nada faz golo?

Elogios para a dupla de centrais e para os avançados: "A equipa joga bem, antes o FC Porto precisava de três centrais e hoje os nossos centrais são dos melhores que há na Europa. O Marcano está a mostrar que é um jogador excecional. Avançados? Podem vir a ser dos melhores. Não se pode pensar que aos 20 anos possam ser a melhor dupla da história do clube, mas com o tempo acredito que têm potencial para evoluir e ser uma grande dupla".
VP - Também aqui quase nada a dizer, a defesa está bem, os centrais formam uma dupla não não fica nada a dever às boas duplas do passado.

Depoitre: "Só no final da época é que vamos ver se foi contratação falhada ou não. A Taça de Portugal foi curta, mas se calhar é uma prova destinada à capital. Todos os jogadores vão ter oportunidade. O rendimento do Depoitre não foi, até agora, importante. Mas não sei, só no final saberemos".
VP - De facto, ainda é cedo para juízos definitivos sobre o avançado belga, mas, como na questão da ineficácia, porque veio o belga, um desconhecido até para o presidente?

Brahimi: "O facto de o Brahimi ir para a CAN é desagradável. Mas não vamos entrar em pânico, porque antes do Brahimi estar na forma em que está, jogava o Otávio, com grande eficiência. Neste momento está lesionado, mas acho que quando o Brahimi sair vamos ter soluções. Os adeptos não fazem a equipa. Se nós consideramos que há muita gente do futebol que não percebe de futebol, porque haveremos de admitir que os adeptos sabem de futebol? O Brahimi teve de se adaptar à forma de jogar do treinador. A partir do momento em que se integrou, tornou-se num jogador válido".
VP - Uma forma muito simplista de ver o problema. Não vejo um Brahimi muito diferente, a época já começou há meses, Brahimi andou num carrossel de conta não conta que prejudicou o F.C.Porto. Para mim, NES geriu muito mal o argelino. Como o F.C.Porto não tem muita gente com o génio, criatividade e capacidade para decidir de Brahimi,comprometê-lo, devia ter sido uma prioridade, fica a sensação que a certa altura se desistiu. Pena que agora que está bem e a mostrar as qualidades que lhe sempre lhe foram  reconhecidas, Brahimi esteja de partida.

Lenços brancos para Nuno: "A mim não me incomodou nada, até me divertiu. Diziam que o treinador tinha sido despedido com lenços brancos e eu só vi um indivíduo com um lenço. Senti um grande apoio dos verdadeiros portistas, das claques..."
VP - Ignorar a contestação ao treinador, antes do F.C.Porto - Braga, é não ver o óbvio. Nuno tem aprendido e crescido, mas ainda é cedo para deitar foguetes acerca do trabalho do treinador. Sobre o apoio dos verdadeiros portistas, fica para a nota final.

FC Porto campeão? "Se as coisas correrem dentro da normalidade, acredito que sim".
VP - Também acredito, mas para que aconteça, para além de um bom Porto dentro do campo, é preciso muito mais Porto fora dele, um Porto combativo e guerreiro e não um Porto apagado, manso.

Contestação: "Surge em tudo o que não tem rosto. Amanhã posso escrever num blogue que é tempo do Bruno de Carvalho ir embora ou que o Vieira já devia ter ido. Conheço pessoas que não são sócias, sequer, e que se entretêm com essas coisas. Isso a mim diz zero. Diz-me é contestação séria. Nesta direção criei o provedor do associado. O associado que queira fazer uma crítica, pode ir ter com uma pessoa que está ligada ao FC Porto desde pequena e que, uma vez por semana, passa uma tarde no Dragão a receber pessoas e a ouvir críticas. Não me preocupa nada. O FC Porto tem um presidente que é eleito pelos sócios. Quando chega à hora de apresentar candidaturas, hibernam todos. Para mim, isso é cobardia. Usar blogues, entrevistas, fontes, isso é cobardia. Assumam-se, se acham que é tempo de mudar".
VP - Concordo e já em 2010 dizia que devia aparecer alguém a candidatar-se. Não podemos continuar nesta instabilidade tipo, Pinto da Costa já era; está ultrapassado, agarrado ao lugar, preocupado apenas com ele e com os que lhe são próximos; só aparece quando ganha, quando não ganha ninguém o ouve; cada vez que fala só diz asneiras; etc., mas depois, na prática, consequências? Nas Assembleias há quem coloque questões, faça críticas, mas não emerge ninguém capaz de dizer, eu estou disponível para me candidatar. No estádio os assobios são para o treinador e para a equipa, ninguém se vira para assobiar o presidente, até cantam o nome dele. Portanto, não se vê ninguém, a contestação limita-se às redes sociais? É assim que aqueles que tanto criticam Pinto da Costa, acham que vão resolver os problemas?

Aposta na formação: "A este diretor [Luís Gonçalves], quando o convidei, disse-lhe que a política que devia ser assumida era esta".
VP - Esperemos definitivamente que sim, mesmo que as razões não sejam estruturais. Mas vai ser preciso esperar para ver. 

Oportunidades de negócio desperdiçadas? "Não vendi [alguns jogadores] porque o treinador me disse que os considerava essenciais. Não os podia vender porque a cláusula do André [Silva] era de 25 milhões. Renovámos e pusemos uma cláusula de 60 milhões para garantir estabilidade maior para um jogador que gosta muito do FC Porto e que daqui a quatro ou cinco anos pode dar muito dinheiro ao clube".
VP - O F.C.Porto sempre foi um clube que quando apareciam bons negócios não olhava para trás, fazia-os. Nos últimos anos e já o referi por várias vezes, treinadores que nem currículo têm, adquiriram muito poder, até negócios que eram excelentes, abortaram porque o treinador pediu. No caso concreto, esperemos que os resultados dêem razão ao treinador Nuno Espírito Santo.

Sobre Herrera: "Ainda ontem jogou. É um jogador importante. Pensaremos na altura se é uma boa oportunidade de negócio. O Herrera é um exemplo de profissional e trabalhador, é importante tê-lo no grupo".
VP - Como nunca gostei de patinhos feios nem de bodes expiatórios, congratulo-me por saber pela voz do presidente, que o mexicano é importante.


Relação com Antero Henrique: "Ainda hoje mantenho excelentes relações com o Antero [Henrique]. O que me disse quando saiu? Tem que lhe perguntar a ele. O que ele me disse não vou revelar. [A relação] Não esfriou nada e a prova é que ele continua na Liga como representante do FC Porto".
VP - Os interesses do F.C.Porto estão acima de tudo e de todos e dispensam bem tricas e dicas.

Sucessão na presidência: "O FC Porto tem 50 mil sócios em condições de se candidatarem. Último mandato? Já esteve para ser tantas vezes... Não sabemos se amanhã somos vivos. Quando assumi a presidência do FC Porto, prometi que daria sempre o meu melhor pelo FC Porto. Há coisas que gostava de fazer, como um centro de treinos para os jovens. O futuro do clube tem de passar cada vez mais pela formação. Tem o Rúben Neves, o Rui Pedro... Tem de ter jogadores desses. Não se pode construir uma equipa de juniores ou B à base de nigerianos. Era importante ter um grande centro de formação para jovens. Estamos em conversações com a Câmara da Maia. É um desejo que temos e penso que era importante".
VP - Sobre ser o último mandato, por este andar... Espero que a ideia do centro de formação para jovens avance mesmo.

Futuro financeiro do FC Porto: "Não temo. Tenho confiança absoluta do futuro. A UEFA fez os maiores elogios ao trabalho que o FC Porto está a fazer. Estamos a procurar evitar as contratações de jogadores. O jogador que joga não é o caro. Caro são os que custam muito dinheiro e nem sequer jogam. No passado não evitámos isso. Eu assumo a responsabilidade de tudo. Se aconteceram coisas com que nós concordámos, não posso deitar para cima do Lopetegui e o Jorge Mendes. Nós acreditámos neles. Nós pagámos 11 milhões por 60 por cento do passe do Adrián. Até julguei que estava a confundir com o Maradona. O senhor Jorge Mendes garantiu-me que no fim do ano o vendia pelo mesmo preço, é evidente que acreditando nas pessoas, hoje repetia o mesmo. O treinador dizia-me que era um jogador essencial e fabuloso... A filosofia alterou completamente. Vamos aproveitar cada vez mais jogadores da formação".
VP - Obviamente, só tinha de assumir, o líder é o primeiro responsável, não pode ser, para o bem, Pinto da Costa, Allezz, para o mal, a culpa é do quim ou do manel. Esperemos que lá para Abril, altura em que a UEFA vai tomar uma decisão sobre o fair-play financeiro, não venha por aí nada de desagradável... Infelizes as declarações sobre Adrián López, um activo que faz parte do plantel do F.C.Porto. Está abaixo das expectativas, mas não consta que não seja um bom profissional.

Relação com Jorge Mendes: "Relação ficou normal, mas uma promessa dessas nunca mais. O treinador não o põe a jogar, o empresário chega ao fim da época e não tem solução para ele... Estamos sempre a aprender. O Lopetegui veio por indicação do Jorge Mendes, e o Nuno falou comigo. Estava marcado no fim dessa semana um encontro em casa do Jorge Mendes para o Nuno ir para Inglaterra. Quando falei ao Nuno para vir para cá, ele disse-me que tinha a reunião, mas que se fechássemos naquele dia já não ia. É totalmente diferente do Lopetegui, que eu não conhecia. O Nuno veio para o FC Porto por decisão da administração".
VP - Deixando de lado a história da contratação do Nuno, então o presidente não conhecia Lopetegu e fez com ele um contrato de três anos, caso único ou quase único no seu consulado de mais de trinta anos à frente do F.C.Porto? Depois dá-lhe tudo o que ele pediu e um poder que mais nenhum treinador teve e alguns, bem conhecidos e com um currículo muito superior? Como se fosse pouco, deixou-o sozinho a lutar contra a propaganda vermelha que o começou a cozinhar em lume brando desde o primeiro dia?

Arbitragem: "O FC Porto precisa que as arbitragens estejam à altura daquilo que desejamos para a verdade desportiva. Eu acho que ainda é muito cedo para fazer uma análise. Não se pode, ao fim de 10 jogos, analisar o trabalho de um Conselho de Arbitragem. O [José] Fontelas Gomes não decide sozinho".
VP - Ainda é cedo para se fazer o balanço final, mas o que temos visto, por acção e omissão, não prenuncia nada de bom.

Jogo com o Chaves, para a Taça: "Não foi só o FC Porto a falar, toda a gente viu o que se passou. Senti unanimidade que estava a ser demais, o que se passou em Chaves é uma vergonha para o futebol. Disse-me o presidente da AF Porto que objectivo foi tirar o FC Porto da Taça de Portugal, porque se fosse à final a AF Porto recebia 5% das receitas, por isso foi um árbitro de Lisboa. De resto, um colaborador nosso escreveu a verdade e fomos ameaçados com processos e inquéritos por termos dito que o árbitro foi uma desgraça. Só não erram os animais. Errar é humano, mas têm alguma explicação para aquela arbitragem de João Capela em Chaves?"
VP - Capela foi apenas mais um, os silêncios do F.C.Porto perante critérios descaradamente desiguais, nomeações a cheirar a provocação, roubos de igreja e de catedral e a sucessivas faltas de respeito, que ainda continuam, basta ver que a intencionalidade é azul e branca, tiveram essa, mas não só, consequência.

Comissões de Alexandre Pinto da Costa: "Se recebeu, não foi do FC Porto. Se recebeu comissões de jogadores, e parece que referiram o Rolando, não foi do FC Porto. O Rolando era um peso morto que ninguém queria no clube. Não conseguiam colocá-lo. A empresa de que o Alexandre era sócio colocou o Rolando. Além de o FC Porto ter deixado de pagar um milhão de euros de salário, ainda recebeu mais um milhão. Se ele recebeu de outros, não me interessa nada. Era um jogador que estava a mais".

Rui Pedro: "O Rui Pedro só está no FC Porto em virtude da empresa onde Alexandre Pinto da Costa era sócio. O jogador, aos 14 anos, queria um emprego para o pai, que é uma pessoa séria e que estava à procura de trabalho. Ele não queria dinheiro, queria trabalho. Essa era condição para continuar no clube. O Alexandre falou-me nisso e e falei com o meu amigo Américo Amorim, que está ligado ao negócio das cortiças. O problema ficou resolvido e hoje ele joga na equipa principal. Agora eu pergunto: devia ter deixado o Rui Pedro ir embora só porque o Alexandre é meu filho? Só na cabeça de um maluco".
VP - Se uma estrutura altamente profissionalizada, liderada pelo presidente, precisa de um empresário - até dou de barato que esse empresário seja o filho do líder do clube e SAD... embora e que fique claro, não esqueço nem perdoo os comportamentos de APC no passado - para resolver problemas, um dos quais de um jovem da formação, então algo vai muito mal no reino do Dragão. Ninguém conseguia colocar Rolando, teve de ser o APC?  

Nota final:
Nem sequer falo na questão do blog, mas como já não é a primeira vez que Pinto da Costa diz o mesmo, é importante dizer o seguinte: não aceito, de maneira nenhuma, acho até uma grande falta de respeito, que eu e acho que posso falar em nome de muitos outros, só porque não faço das claques, seja considerado pelo presidente do F.C.Porto, menos portista que os Super-Dragões ou Colectivo 95.
Era bom, em nome do portismo, que Jorge Nuno Pinto da Costa deixasse de ter esse discurso.



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