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quinta-feira, 18 de maio de 2017


O F.C.Porto jogou com o Liverpool, Leicester, Wolfsburgo, Manchester United, Swansea e na final frente ao Sunderland. Não conquistou a Premier League International Cup a jogar contra os Cascalheiras desta vida, portanto, se não vamos fazer uma grande festa, soltar foguetes, também não vamos ser masoquistas, desvalorizar um feito importante dos nossos jovens.
Parabéns para todos os que tornaram possível este sucesso, dirigentes, jogadores e ao treinador António Folha, um dos nossos - como disse alguém, aquele brilho no olhar é o brilho do portismo. Acrescento, praticado e que nem precisa de ser apregoado.
Esta vitória é apenas mais um exemplo de que há qualidade, talento e potencial, como há nos sub-19 e na equipa principal do F.C.Porto, aquela que por todas as razões, mais nos importa. No entanto não vencemos o campeonato/Liga NOS e não falta quem diga que a razão, para além da influência dos árbitros, foi porque não estamos tão bem apetrechados, em termos de plantel, como os nossos rivais e sendo assim conseguir ficar em segundo já é um feito enorme. Tenho muitas dúvidas, como já tenho muitas dúvidas desde 2014 quando era Paulo Fonseca o treinador. Sinceramente, à pergunta: o defeito é do cu ou das calças?, treinador ou jogadores, tendo a dizer que é mais treinador que jogadores. Se olharmos para esta época e tirando aquela que devia ser a primeira prioridade, um avançado de qualidade, capaz de marcar golos - muito por culpa da ideia peregrina que alguém com essas capacidades ia prejudicar André Silva, e o ai Jesus dos adeptos não podia sair a perder, esquecendo que não podíamos colocar num jovem de apenas 20 anos toda a pressão de resolver os problemas atacantes de um clube com as responsabilidades do F.C.Porto, André Silva precisava de crescer naturalmente e não cresceu - e vá lá, a falta de um médio forte, capaz de romper e ter poder de tiro de fora - um Guarín, foi o meu exemplo -, tínhamos um plantel com capacidade para formar uma equipa forte, jogar mais e melhor, dar outras respostas, principalmente, em jogos em que éramos claramente favoritos.

Em 2014 disse isto:
«Precisamos, isso sim, é de um treinador que consiga, pelo menos, fazer aqueles que já temos a certeza terem valor, renderem ao nível que já mostraram; um treinador capaz de potenciar o talento que alguns têm, no entanto ainda pouco se viu; um treinador que não faça milagres, isto é, transforme um jogador que não é craque, num craque, mas que possa melhorar o seu rendimento, torná-lo útil no plantel. Uma equipa forte, é em primeiro lugar uma equipa colectivamente competente e nessas equipas há lugar para os craques que fazem a diferença, mas também há lugar para aqueles que com o seu trabalho de sapa, o seu espírito de missão e de sacrifício, criam condições para os mais talentosos brilharem. É isto que não tem acontecido nos últimos anos.
O espaço do líder da equipa técnica é sagrado, a estrutura está para ajudar, mas a estrutura não treina, não escolhe a equipa, não dá  táctica, não faz substituições. E se por acaso, a estrutura complicar, o treinador tem de reagir, não deve engolir em seco, encolher-se. Mais vale sair fazendo aquilo que deve ser feito, que sair arrependido por não ter feito. Não queremos treinadores que fiquem para a história por serem bons moços, queremos treinadores que fiquem para a história por terem sucesso. E o sucesso não se alcança com medo até da própria sombra. A sorte protege os audazes.»

Agora que a época está a terminar a sensação é a mesma. E remete-me para a seguinte conclusão:
Jorge Nuno Pinto da Costa que é, para mim e sempre, o primeiro responsável para o bem e para o mal, cometeu muitos erros, mas os mais graves foram as escolhas dos treinadores. E sabendo que no universo dos portistas há treinadores para todos os gostos, a verdade é que nos últimos quatro anos as escolhas do líder foram sempre grandes surpresas, quase todos estavam fora das cogitações ou eram últimas escolhas.
Trapattoni dizia que um bom treinador pode melhorar uma equipa em apenas 15%, mas um mau treinador pode piorá-la em mais de 50.

Nota final:
- António Simões, claro que sim, é uma tontice apelidar a Liga, de Liga Salazar, mas já não é tolice nenhuma colocar em destaque de capa: "O título do F.C.Porto é um tributo dos árbitros"; "O Campeonato teve jogos viciados"; "Xistra decide o que já estava decidido".
Claro que sim, quem não acha que o campeão é incontestável, são aqueles para quem o futebol não se joga com uma bola nos pés que os empolga, joga-se com um coração nos olhos que os cega. É provável que o amor e a paixão por um clube, qualquer clube, cegue, agora quando os cegos são os guerras, delgados, serpas, paralvas, quaresmas desta vida, aí já outra história... é o cúmulo da pouca vergonha.

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