Na 26ª jornada, para grande alegria do Portugal dos medíocres e pequeninos, o F.C.Porto, contra as expectativas, perdeu o primeiro jogo e viu diminuída a vantagem para o segundo classificado que agora é apenas de 2 pontos. Não foi um resultado justo, a equipa de Sérgio Conceição, apesar de ter estado aquém do rendimento esperado, ter dado quase 45 minutos de avanço, fez mais que suficiente para não perder. Mas perdeu e perdeu por uma conjugação de vários factores negativos.

Um: apesar do terreno encharcado, na primeira-parte, em algumas zonas quase impraticável e do muito vento, condições que prejudicam a equipa que tinha de fazer as despesas do jogo, o F.C.Porto que iniciou o jogo com Casillas, Ricardo, Felipe, Marcano e Dalot, Sérgio Oliveira e André André, Corona, Waris, Aboubakar e Brahimi, entrou muito mal, não conseguiu adaptar-se, ao contrário do Paços que entrou bem, mais prático e mais objectivo.
Dois: porque na equipa do F.C.Porto houve vários jogadores em claro sub-rendimento. E se no ataque Waris andou perdido, nem fechava aquele espaço entre os dois médios e os avançados, nem aparecia perto de Aboubakar; o camaronês está a pagar o tempo de paragem e está longe da forma ideal e Corona continua muito irregular; foi nos dois homens do meio-campo que tudo se complicou. Sérgio Oliveira, não estando bem, ainda ia tentando, André André foi um desastre. Gosto do filho do grande António André, o cabeçalho do blog é sintomático, mas depois daquele problema de pubalgia, o poveiro nunca mais foi o mesmo. E se em condições normais, isto é, quando vai jogando com regularidade, já lhe falta intensidade, dinâmica, capacidade para saltar linhas, criar, fazer passes de roptura, rematar, ganhar as divididas, quando está fora de forma, a coisa complica-se, chega tarde, faz muitas faltas, quebra constantemente o ritmo, é de menos para as necessidades da equipa. Porque é titular? Não sei.
Três: porque por mais que se tenha conseguido colmatar as baixas, algumas de jogadores nucleares, quando não se tem os dois melhores médios, Danilo e Herrera, dois avançados que estavam em excelente forma e a marcar em todos os jogos, Marega e Tiquinho Soares e apesar do rendimento que não merece críticas de Dalot, Alex Telles era um dos melhores, senão o melhor jogador do F.C.Porto até se lesionar. chega um dia que a coisa corre mal. Foi ontem.
Quatro: quando não se concretizam duas ou três claras oportunidades, incluindo um penalty...
Cinco: porque se deu um avanço de quase 45 minutos, a equipa do F.C.Porto só deu um ar da sua graça após o golo do Paços e já iam decorridos 35 minutos.
Seis: já todos sabemos que no futebol português há o bom e o mau anti-jogo. O mau é quando prejudica os clubes de Lisboa, em particular o SLB, começam logo as campanhas vamos acabar com o anti-jogo. Quando o prejudicado é o F.C.Porto, aí bem-vindo o anti-jogo. Hoje alguém fez críticas às perdas de tempo? Só os portistas. Mas e sabemos disso há muito tempo e temos de ter isso bem presente até ao fim do campeonato, a melhor maneira de acabar com as perdas de tempo é entrar forte, marcar, obrigar o adversário a jogar à bola. Ontem ficamos à espera que acontecesse, devíamos ter feito acontecer.

Apontadas as razões para a primeira derrota, importa referir também que o F.C.Porto melhorou na segunda-parte, as saídas de Waris para a entrada de Otávio e de André André para a de Gonçalo Paciência, resultaram - já a troca de Corona por Hernâni não trouxe nada de relevante -, os Dragões passaram a ter mais bola, a dominar, longe de serem brilhantes, podiam ter pelo menos empatado. Apesar do Paços também ter aproveitado o tudo por tudo do F.C.Porto, para sair e criar algum perigo, faltou clarividência ao conjunto de Sérgio Conceição.

Notas finais:
Não sei é verdade que Sérgio Oliveira recusou marcar o penalty, mas sei uma coisa: Brahimi não sabe marcar penalties, já falhou vários, não é o jogador indicado para os bater.
O F.C.Porto continua primeiro, mais pressionado, mas é líder, não depende de ninguém. Espero que este abanão funcione como isso mesmo, a lição tenha sido aprendida por todos, treinador e jogadores. Fundamental vencer o Boavista, depois o campeonato pára, tempo para limpar cabeças, recuperar jogadores lesionados, encarar a recta final, já a jogar uma vez por semana, com a mesma determinação, atitude, carácter e qualidade que, salvo uma excepção ou outra, temos apresentado desde o início da época.
Chegou a hora da verdade, de ver quem é quem, não há espaço para quem não estiver disposto a meter a cabeça no cepo pelo F.C.Porto.

Com um temporal daqueles que convidava a ficar em casa, o F.C.Porto teve mais uma vez um imenso Mar Azul a apoiá-lo. Nesta época a equipa já teve altos e baixos, os adeptos, só altos.

Curiosa declaração do treinador do Paços de Ferreira, todo contente porque o jogo teve 40 minutos de tempo útil, apenas menos 8 que o jogo frente ao Benfica, disse ele - o Benfica está sempre na cabeça de alguns, vá lá saber-se porquê. Bela forma de justificar o tempo de jogo, pelos vistos 40 minutos é muito tempo, não é um sinal de anti-jogo. Mas também quem diz que aquele penalty claríssimo, não é penalty... mais um que vai virar herói nacional, capa do panfleto da queimada. Agora, como sempre, quem afronta o F.C.Porto ou os seus profissionais, passa a doutor do futebol de um momento para o outro.

Um freteiro com um enorme calo no cu, agora menos inflamado - as derrotas do F.C.Porto têm este condão -, como o macaco, de nome Delgado, veio dizer que a vitória do Paços acabou com as teorias da conspiração sobre o comportamento das equipas mais pequenas quando defrontam os chamados grandes. Podia ter dito isso quando o F.C.Porto e com brilhantismo deu a volta ao resultado no Estoril. Porém, nessa ocasião, o porco preferiu alimentar a teoria da conspiração, da segunda-parte comprada e que devia ser investigada. Mas como porco que é porco, só sabe chafurdar...