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quinta-feira, 29 de novembro de 2018


Com o jogo entre o Lokomotiv de Moscovo frente ao Galatasaray a terminar antes do início do F.C.Porto - Schalke e depois da vitória do campeão russo - parece que havia por aí gente a desejar que terminassem a fase de grupos com zero pontos, sabe-se lá porquê...-, ambos os dois - como diz o outro -, entraram em campo já apurados. Logo, menos pressionados, mas havia o 1º lugar para decidir, prestígio para consolidar, pontos que significam muitos milhões de euros para arrecadar.
O F.C.Porto venceu e venceu com um mérito que ninguém ousará contestar, num jogo que em particular na segunda-parte, o conjunto orientado por Sérgio Conceição atingiu momentos de grande fulgor e que empolgaram as bancadas - o F.C.Porto está a ficar ao nível do melhor Porto da época anterior. Forte, organizado, consistente e com qualidade de jogo. Que seja para continuar. Bancadas, onde 41.603 espectadores, incluindo mais de 4000 alemães, fizeram a sua parte, colaboraram para uma festa do futebol e para que fosse um bonito espectáculo.
Pena que por causa de um clube que goza de privilégios especiais e se julga acima da lei, cheio de arrogância e grandeza pífia, o futebol português não possa ser uma festa como é quase sempre a Champions League. Árbitros de classe, com critérios uniformes e sem tiques de personalidade, por isso respeitados, mesmo quando erram; rigor na organização dos jogos que começam sempre à hora marcada; disciplina criteriosa e em tempo útil. O único problema e que é o calcanhar de Aquiles da UEFA, tem a ver com  a questão do fair-play financeiro, onde há filhos e enteados.
Quem tem medo de um futebol assim em Portugal? E vamos ao jogo...

Na primeira-parte, Schalke muito bem organizado e com a lição bem estudada, pressionava alto e condicionava a saída, dragões com dificuldades em se libertar da teia dos alemães. Mesmo assim, foram os portistas que estiveram mais próximo do golo, não marcaram porque aos 15 e 19 minutos, Fahrmann, o guarda-redes do vice-campeão da Alemanha. fez duas grandes defesas, uma a remate de Danilo e outra de Marega.
Tudo somado, mesmo que Casillas, ao contrário do que aconteceu na outra baliza, nunca fosse chamado a grande trabalho e o F.C.Porto estivesse ligeiramente por cima, o nulo era um resultado aceitável.
Ao intervalo apetecía-me dar um chapadão ao Maxi - há jogadores que não podem ficar muito tempo parados, perdem ritmo, demoram a engrenar. Parece ser o caso do uruguaio. Os segundos 45 minutos não tiveram nada a ver com os primeiros.

Na segunda-parte tudo foi diferente. Herrera logo aos 47 minutos falhou na cara do guarda-redes, mas estava dado mote para 45 minutos de qualidade superior, com cerca de 20 minutos diabólicos. Aos 52 Militão abriu o activo, aos 55 Corona aumentou a vantagem e a equipa de Sérgio Conceição, unida, confiante e motivada, passou a ser dona do jogo, podia e merecia ter feito mais golos. Só dava Porto, os Dragões dominavam a seu belo prazer, os alemães estavam conformados, aproveitou o treinador dos azuis e brancos para rodar, fazer descansar Brahimi, Corona e Herrera, para as entradas de Adrián, Otávio e Hernâni. E apesar de o terceiro golo portista estar sempre mais perto que o primeiro dos de Gelsenkirchen, claramente contra a corrente do jogo, foi o conjunto de Domenico Tadesco a reduzir, já muito perto dos 90 minutos e num penalty por bola no braço de Óliver, que tinha o braço numa posição anormal, para citar os entendidos. Faltava o tempo de descontos, era preciso aguentar. O F.C.Porto aguentou, fez mais, através de Marega, ainda marcou o terceiro, acabou com qualquer esperança dos alemães, colocou o resultado em números que não fazendo totalmente justiça ao excelente jogo e superioridade do campeão português, deu uma ideia mais real do que foi o jogo.

Notas finais:
Tínhamos como objectivo mínimo chegar aos oitavos-de-final. O objectivo foi conseguido com brilhantismo, a uma jornada do fim e como vencedor do grupo - facto nada despiciente para o sorteio que se vai seguir. Vai sair seguramente um adversário difícil, mas e pelo menos teoricamente, será sempre menos difícil.

Foi a 15ª vez em 23 participações na prova rainha da UEFA, que o F.C.Porto passou à fase a eliminar. Um feito! Não tem o destaque que merecia, mas como estamos em Portugal onde constantemente se faz a apologia da mediocridade centralista personificada no clube do regime, também não importa muito.

Até este momento o F.C.Porto já meteu ao bolso mais de 70 milhões de euros, já superou a verba orçamentada que era de 67 - 43,75(15,25 +28,5 de prémio de entrada e coeficiente do ranking) + 11,7(4x2,7+1x0,9) + 9,5 da passagem aos oitavos-de-final, a que acresce o valor das receitas dos jogos, a verba que os detentores de Lugar Anual com Champions incluída já pagaram + o pool televisivo -, logo e segundo as declarações do administrador financeiro - apesar de pouco valerem -, não precisamos de vender, estamos em melhor situação para resistir a alguns assédios.

O futebol está e muito justamente, incomodado com a classe política porque o IVA manteve-se em 23%. Mas que tal agirem em conformidade? Que tal, por exemplo, boicotarem aquelas cerimónias que os políticos levam a efeito e até metem condecorações sempre que clubes e selecções têm sucessos? Que tal deixarem de convidar políticos para as tribunas?

Última hora:
Depois de ouvir Luís Filipe Vieira e ainda sem saber quem é o garganta funda, só posso concluir...

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