Nunca fui, não sou e nunca serei, aquele tipo de adepto que só olha para fora, encontra em factores externos, arbitragens, por exemplo, todas as razões para os insucessos do F.C.Porto.
Dito isto, uma equipa que tem 7 pontos de avanço sobre o principal rival na luta pelo título e ainda por cima o vai receber em casa e perde essa vantagem, nem consegue, pelo menos um empate, nesse jogo decisivo, também tem e muitas, culpas no cartório na perda deste título que apenas a matemática não dá já como garantido no SLB.
Mas, também não me passa ao lado, sou insensível ao que aconteceu nesta parte final do campeonato, em particular após o F.C.Porto - Benfica para a Taça da Liga. O ataque desabrido, sem dó nem piedade de Luís Filipe Vieira a Fábio Veríssimo  - e que teve uma consequência imediata e inédita de vermos o árbitro com o rabinho entre as pernas pedir dispensa da arbitragem por uns tempos -, ataque que os freteiros, recadeiros, cartilheiros e prostitutos da escrita e da palavra ao serviço do SLB, logo abraçaram e cavalgaram deu início a uma campanha de pressão, coacção e condicionamento do Conselho de Arbitragem e dos árbitros - mesmo aqueles, como Artur Soares Dias ou Jorge Sousa que julgávamos imunes a essas campanhas - teve como consequência estas poucos vergonhas semanais e que teve como ponto mais alto a arbitragem de Hugo Miguel e o VAR Luís Godinho, no Rio Ave - Benfica de ontem. Como é possível Hugo Miguel nem falta marcar no lance entre Florentino e Gabrielzinho, quando está a poucos metros e não tem nada a tapar-lhe a visão? Como é possível o VAR não assinalar fora-de-jogo no lance que aconteceu imediatamente a seguir a essa pouca vergonha na área do Benfica?
Nem todas as lavandarias que semana após semana trabalham 24 sobre 24 horas para servir os interesses do clube do regime, esse clube que é forte cá dentro, mas lá fora, onde a verdade é como o algodão, até chega a ser ridículo - 6 jogos, 6 derrotas, na Fase de Grupos da Champions é algo que fica para os anais do futebol português -, conseguem limpar a sujidade que tem uma grande quota-parte neste título do Benfica.

A propósito da intervenção de Vieira, recordo uma parte de um post que fiz em 23 de Dezembro de 2014 e que tinha como título: O que diria Pinto da Costa?
«O que diria há anos Pinto da Costa acerca deste andor vermelho cada vez mais carregado e de que João Capela é apenas o mais recente exemplo? Eu respondo: saía a terreiro, falava alto e grosso, desancava a torto e a direito, isto é, como máximo responsável do F.C.Porto, fazia a defesa do clube/SAD, expressava o sentimento de revolta que atravessa uma grande fatia do universo portista. Agora, aproveitando a inauguração da Academia de Bilhar do F.C.Porto, levada a cabo ontem, apenas ironizou e atirou: "É mais fácil ganhar no Bilhar porque não há árbitros auxiliares".

Digamos que teve piada, noutro contexto eu acharia graça, no actual estado das coisas, para mim, é... curtíssimo! Mas mesmo sendo uma piada, sem nada de mais, o panfleto da queimada, fiel aos seus princípios de falar em paz e promover a guerra, viu nas declarações de Pinto da Costa um ataque ao Benfica e logo destacou, como se prova na imagem do lado esquerdo: "Pinto da Costa ataca Benfica". Ora, esta forma de analisar as declarações do Líder dos Dragões diz tudo: mesmo quando está cheio de razão para falar e se fosse ao contrários eles não se calariam, Pinto da Costa é apresentado como o mau da fita pelas vacas sagradas da quinta da queimada. E isto é sintomático do que tenho vindo a dizer: podemos ter o comportamento mais discreto, mais sereno e pacífico, que a rafeirada desonesta, aponta-nos sempre o dedo. Portanto e concluindo: já que temos a fama vamos lá a ter o proveito, recuperar o espírito guerreiro e de combate do passado.»