F.C.Porto 3 - Manchester U. 3. A notável reviravolta dos Dragões não merecia aquele balde de água fria
quinta-feira, 3 de outubro de 2024
Depois de uma entrada em falso com uma derrota e pior, uma exibição que deixou muito a desejar na Noruega frente ao Bodø/Glimt, no regresso da Liga Europa, que FCP frente ao Manchester United que não está a fazer uma boa Premier League, mas é uma equipa forte e com excelentes jogadores? Era um jogo de elevado grau de exigência, um bom teste à equipa de Vítor Bruno.
O início fez temer o pior, do nada, ingleses ficaram com dois golos de vantagem, FCP chegou com mérito ao empate. Na 2ª parte, o FCP até conseguiu uma reviravolta notável, viria a sofrer um golo que não merecia já no tempo de descontos.
De início com Diogo Costa, João Mário, Zé Pedro, Nehuén e Francisco Moura, Varela, Nico e Eustaquio, Pepê, Samu e Galeno, o FCP entrou bem, a procurar e a conseguir jogar no último terço, reagiu o Manchester, o jogo ficou repartido. Do nada, quando teve espaço, Rashford rematou, frango de Diogo Costa. Aconteceu aquilo que não podia acontecer, um erro e ingleses na frente sem terem feito nada para isso e injusto para os portistas.
Era preciso reagir, mas sem ser à louca, dando espaço para os contra-ataques do MU. João Mário já dentro da área atirou muito mal.
Na resposta, novamente Rashford, corte defeituoso de Zé Pedro, a bola passou perto do poste, podia ter sido o segundo. Foi logo de seguida. Novamente pela esquerda, novamente com Rashford na jogada, desta vez na assistência, novamente mais por demérito portista, Diogo Costa, João Mário, Zé Pedro e a perda de bola Pepê no começo da jogada. O lado direito do FCP era uma auto-estrada que os de Manchester aproveitavam.
Sem baixar os braços, os azuis e brancos reduziram, marcou Pepê após Onana ter feito um milagre na cabeçada de Samu. Dragões colocaram alguma justiça no resultado e reentraram no jogo. E não só, passados poucos minutos chegaram ao empate, marcou Samu, após cruzamento de João Mário.
Depois desta recuperação era preciso concentração, não cometer erros primários, entregar o ouro ao bandido.
Cada ataque dos ingleses era uma atrapalhação na defesa portista. Valeu Diogo Costa para o MU não voltar à vantagem. Importante que o guarda-redes do FCP fizesse a diferença. Idem para Galeno que estava desaparecido.
Já em cima do intervalo, Rashford novamente muito ameaçador e perto do golo. Inadmissível a forma como o lado direito da defesa e meio-campo, não conseguiam travar o internacional inglês.
O jogo chegou empatado ao intervalo, resultado justo. FCP bem a atacar, mal na transição defensiva e na forma como dava espaços particularmente no seu corredor direito.
Fundamental que para a etapa complementar que o FCP fosse capaz de corrigir os erros e o que esteve mal na 1ª parte, mantivesse o que esteve bem.
No recomeço iam decorridos apenas 2 minutos e numa excelente jogada de contra-ataque, Francisco Moura completamente sozinho e na cara de Onana, falhou uma claríssima oportunidade de golo - nestes jogos não se pode falhar golos destes. Mas não entrou nesse lance, entrou depois, minuto 50, marcou novamente Samu, reviravolta consumada e com justiça.
A perder o MU ia reagir, pressionar, atacar, fundamental não cometer erros, ser competente atrás, sair com critério, definir e passar bem, aproveitar os espaços que os ingleses iam dar, procurar marcar. Ia o FCP conseguir resistir ao maior ritmo e mais experiência dos ingleses que iam dar tudo por tudo? Foi resistindo.
Martim Fernandes substituiu Pepê aos 62 minutos, passado pouco tempo Samu, quem mais, podia ter dilatado a vantagem, não marcou, o MU foi apertando, o FCP foi mantendo a vantagem.
Vítor Bruno voltou a mexer aos 77 minutos , saíram João Mário, Eustaquio e Samu, entraram Grujic, Fábio Vieira e Deniz Gül - já no final Namaso substituiu Varela -, os Dragões iam aguentando, viriam a sofrer o golo do empate, já no tempo de descontos, num canto e quando já jogavam contra dez, expulsão de Bruno Fernandes - o que queria o "artista? -, quando antes e através de Deniz Gül, e até de Fábio Vieira na recarga, tiveram tudo para matar o jogo. Um balde de água gelada, a reacção e cambalhota do FCP merecia outro resultado.
Foi injusto, mas foi também mais um exemplo dos problemas defensivos que afectam esta equipa do FCP. Está fácil marcar golos aos azuis e brancos.
Tudo somado, empatar com o MU não é desprestigiante e pela forma como o FCP foi capaz de resgatar um jogo que parecia perdido desde muito cedo, é algo que deve ser realçado. E se houve coisas que correram mal, particularmente na parte defensiva, também houve coisas muito boas. Sim, em especial no ataque e nesse avançado de qualidade e que se vai afirmando como um caso sério e uma aquisição de excelência, chamado Samu Omorodion.
Agora preciso olhar bem para este jogo, fazer um bom diagnóstico, ver onde é importante corrigir, trabalhar sobre isso e melhorar. Após o jogo de hoje ficou a certeza que esta equipa, que só pode crescer e melhorar, tem capacidade para lutar pelo seu principal objectivo que é recuperar o título.
Nota final:
Foi uma grande noite europeia, um Dragão cheio e a fervilhar de entusiasmo e ficou claro que o espírito europeu continua bem vivo no FCP.
Façamos o nosso caminho, sem exigências absurdas, favoritismos sem sentido e vamos indo e vamos vendo, mas tendo sempre bem presentes quais são as nossas prioridades.