quarta-feira, 28 de setembro de 2011
Este jogo não deixa dúvidas: mais que físico, técnico, táctico, esta ou aquela substituição infeliz, o problema do F.C.Porto é mental. O lance de Fucile é paradigmático. Não gosto de arrasar ou crucificar ninguém, mas aquela atitude do lateral-direito uruguaio é sintomática da forma como algumas cabeças estão a funcionar... E tem de ter consequências. O F.C.Porto é um clube altamente profissional que proporciona a todos os seus jogadores as melhores condições de trabalho e portanto, exíge-se que quem está no clube esteja de corpo e alma. A Liga dos Campeões é coisa muito séria, uma vitória e um empate, dão muito dinheiro, dinheiro importante para que o clube tenha possibilidades de cumprir com os seus compromissos.
Tudo isso não pode ser colocado em causa por atitudes inqualificáveis de alguém que é useiro e vezeiro nestas desconcentrações, inadmissíveis em amadores, quanto mais em profissionais muito bem pagos.
É preciso tomar decisões e se tiver que doer que doa, mas o F.C.Porto perdeu alma, crença, chama, aquela capacidade que tinha para lutar contra o destino por mais desfavorável que ele fosse e perdemos isso. Esta equipa entra bem, dá a ideia que vai tornar as coisa fáceis, domina, controla, marca, depois, à primeira contrariedade paraliza, não reage, torna-se amorfa, apática, deixa de jogar, põe-se a jeito e dá nisto.
Este, para mim, claro, é o filme do jogo de hoje. Podia dizer isto ou aquilo, que eu não metia o Varela ou tirava-o em vez de James, mas a sensação nítida que tenho é que ia dar ao mesmo.
Criticar o treinador, depois desta patética expulsão que tudo mudou, não é meu timbre, nem acho que seja justo. Pode e aí sou capaz de concordar, faltar no discurso de Vítor Pereira aquela capacidade para motivar e galvanizar, mas e como quem joga são os jogadores, se eles tiverem as atitudes que teve hoje Fucile, não há treinador que resista.
Os próximos dias dirão qual o rumo que vamos tomar. Até lá não contem comigo para desancar a torto e a direito, colocar tudo em causa, contribuir com os meus escritos para me juntar ao côro das carpideiras que estão sempre à espera destes momentos para dizer mal.
O F.C.Porto merece-me todo o respeito e como portista de sempre e para sempre, não é por morrer uma andorinha que acaba a Primavera.
Ah, lamentável a lesão do Kléber que pode-nos deixar sem nenhum ponta-de-lança para a Champions, nos próximos tempos.
Também nesta matéria disse o que tinha a dizer na altura, aqui. Portanto, agora, não contem comigo para cavalgar no erro de não termos contratado mais um avançado ou inscrito Walter. O que não tem remédio, remediado está, quem não tem cão, vai ter de caçar com gato.