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quinta-feira, 7 de novembro de 2013


Os milhões ajudam, mas entre Porto e Zenit não foram eles que fizeram a diferença...
Quando um clube chega a Portugal e contrata, gastando 100 milhões de euros, dois jogadores, um, Hulk, o melhor do F.C.Porto, o outro, Witsel, o melhor do Benfica, empatar na casa de um clube com esse poderio económico e financeiro não envergonha, em circunstâncias normais, até seria um bom resultado. Mas olhando para os dois jogos entre Porto e Zenit, vendo que os russos conquistaram 4 pontos e os portugueses apenas 1 e fica a certeza que a diferença esteve nos erros que o conjunto portista cometeu no Dragão e em S.Petersburgo, custa a engolir. Apesar de todo esse poderio que referi, no mínimo, o F.C.Porto merecia um empate no jogo em casa e o resultado de ontem é justo. Isso faria toda a diferença, teríamos 5 pontos, a equipa russa 3. Serve isto para dizer que apesar de tudo e ter Hulk do lado de lá, em vez do nosso lado, conta muito, não foram os milhões que decidiram. Tivessemos nós feito o que devíamos e bastaria não cometermos erros de principiante, para que neste momento outro galo cantasse e os oitavos estivessem à vista. Como não é assim... resta-nos ganhar os dois jogos que faltam e esperar. Se mesmo assim, com 10 pontos, não ficarmos apurados, paciência. O que não pode acontecer é o Zenit falhar e nós não aproveitarmos porque não acreditamos.

Parece-me óbvio...
Que o onze que entrou ontem de início é, no momento, o melhor onze do F.C.Porto. Podemos e devemos mudar, dependendo das características do adversário, poupar jogadores mais desgastados, castigos ou lesões, mas como excepção e não como regra. Esta parece-me a melhor equipa do F.C.Porto, a base deve ser aquela que começou o jogo no Petrovsky, agora é só corrigir o que tem estado mal e sistematizar.

Jackson... 
O ponta-de-lança colombiano parece triste, pouco confiante - tenho dúvidas que agora tentasse uma jogada como aquela frente ao Sporting, em que de calcanhar marcou um golo de bandeira -, podia fazer mais e melhor. Mas também é preciso dizer que é vítima da maneira como a equipa ataca, não é bem servido, está muitas vezes sozinho contra o mundo.

As substituições...
Na minha longa caminhada de adepto portista já vi de tudo. Treinadores fantásticos que no banco eram fracos, não mexiam ou mexiam mal, por exemplo, Bobby Robson com a sua cultura inglesa e conservadora. O inglês que considero melhor treinador que vi no treino diário, tirou-me do sério num Porto 0 - Panathinaikos 1, com os gregos a jogarem com 10 e apenas um avançado e Robson a manter os quatro defesas. Já vi treinadores que não eram nada de especial, mas no banco eram uns craques, mudavam bem e depressa, exemplo, António Oliveira. Vi outros que eram grandes treinadores, Pedroto, Artur Jorge ou Mourinho, por exemplo, que acertavam muito mais que erravam ao mexer, mas não eram tão destemidos como o Tó Oliveirinha. Paulo Fonseca não é um treinador de rasgo nessa matéria,  nunca fez uma substituição ousada, daquelas em que o treinador não está a gostar do que vê e age, mesmo que seja cedo no jogo. Pelo contrário, o treinador do F.C.Porto parece hesitante, conformado, mesmo quando o resultado não lhe interessa. Os dois últimos jogos, então, não consigo compreender e se conhecesse pessoalmente Paulo Fonseca, tinha-lhe perguntado, porquê Paulo? Porque é que no Restelo, com o 1-1 a vir da primeira-parte e a ser um resultado que não interessava, saiu Lucho para entrar Carlos Eduardo ao minuto 87? Porquê Ghilas, no jogo de ontem em São Petersburgo, com o 1-1 a vir do minuto 52 e o resultado a não ser o ideal, entrou aos 86 minutos? Se se acha que quem está fora não vai trazer nada de novo, entrando mais cedo, então não entra ninguém, agora entrarem quando faltam 4 ou 5 minutos para acabar? Mais, estas substituições mostram desconfiança para com quem está no banco, não dão moral a ninguém que entra nessa altura e pior, dão a ideia que há jogadores que são intocáveis, tirá-los mais cedo do jogo é um problema para o treinador. Alguém que encontre uma explicação que faça sentido e me explique. Já tentei perceber e sinceramente... não consigo. E como isto se vai repetindo, surgem as críticas, os anti-corpos, lá se vai o estado de graça. É o que tem acontecido com Paulo Fonseca. Que fique claro, para mim, substituições aos 86 minutos só devem acontecer nas seguintes circunstâncias:
Um jogador lesiona-se e aí tem de ser...
O resultado interessa-nos e entra alguém para queimar tempo.
Sofremos um golo no momento anterior, o resultado não serve e portanto, temos de arriscar tudo, entra alguém em desespero.
Dar moral a um jogador novato que faz a estreia na equipa principal e ainda não tem estaleca para jogar muito tempo, a entrada nessa altura funciona como um estímulo.
Ainda a propósito: como disse no post sobre a expulsão de Herrera, no F.C.Porto ganham e perdem todos, ninguém é crucificado. Mas se um jogador erra uma, duas, três vezes de forma grosseira e continua na equipa, como ficam os seus concorrentes ao lugar? Não podem ficar desmotivados, baixar os braços, sabendo que por mais que errem, alguns nunca saem da equipa? Não, não acredito na teoria, peregrina, que determinados jogadores são impostos aos treinadores, por uma razão:  têm de jogar sempre com o objectivo de serem valorizados e mais tarde transferidos. Para além de dizer muito sobre o carácter dos treinadores, seria o cúmulo que um treinador não pudesse fazer as opções que quer, só porque alguém lhe diz: mete este e não metas aquele. Seria a desresponsabilização total do técnico que, em caso de fracasso, podia sempre vir dizer: eu queria que jogasse A, mas obrigavam-me  meter o B. Se um treinador não pode ser responsabilizado por erros primários dos seus jogadores - não se pode andar a ensinar a jogadores já com muitos anos de profissionalismo, o básico -, pode ser responsabilizado por mantê-los na equipa quando os erros são sucessivos.

PS - Há portistas para quem a culpa é toda do treinador, há outros para quem a culpa é toda dos dirigentes, melhor, de alguns dirigentes. Para mim, nem é toda de Paulo Fonseca - falta um extremo de qualidade e desequilibrador. Não veio Bernard e não tivemos plano B. Falta poder de fogo de fora, por exemplo, alguém como Guarín. Estou a repetir-me... -, nem o plantel é tão fraco como muitas exibições indiciam. Os dirigentes têm responsabilidades nas faltas que referi, o treinador tem obrigação de colocar a equipa  a jogar melhor, principalmente nos jogos das competições internas e ser mais audaz no jogo falado e jogado.

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