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quinta-feira, 24 de novembro de 2016


In Dragões Diário:
« Os jornais Record e A Bola noticiaram ontem a abertura de um processo disciplinar ao FC Porto por causa das críticas deste Diário à arbitragem. A notícia já de si pareceria estranha, mais própria de outras paragens e de outros tempos, quando se tenta limitar a liberdade de expressão, de opinião, de indignação, mas o pior ainda estava para vir. O FC Porto não recebeu nenhuma notificação de qualquer processo, nem deste que terá sido instaurado anteontem, nem de um outro alegadamente instaurado a 3 de novembro. Se não há notificação não há processo, como parece ser elementar, mas a verdade é que há uma possibilidade do arguido não ser notificado, que é não prejudicar a investigação. Mas é aqui que se levantam interrogações. Se o FC Porto não é notificado para salvaguarda da investigação, se não é oficialmente anunciado em lado algum que o FC Porto tem um processo – no site da federação diz apenas que foi “instaurado processo disciplinar a sociedade desportiva por afirmações respeitantes ao exercício da função da arbitragem” – como é que os jornais Record e A Bola sabem que é o FC Porto o arguido em questão? Só o podem saber porque alguém do próprio Conselho de Disciplina ou da Comissão de Instrutores da Liga – os únicos com acesso a essa informação – resolveu revelar aos jornais. Mas então se divulgou aos jornais cai por terra a tese da não notificação do arguido para não prejudicar a investigação. Complicado não é? Não é nada complicado, mas é kafkiano qb. Explicar isto tem de ser o passo seguinte do Conselho de Disciplina e da Comissão de Instrutores, para não ficarmos todos a pensar que vivemos num mundo virado do avesso.
Dando como boa a informação dos jornais Record e A Bola, até porque só pode vir de fonte interna, não deixa de ser preocupante que o Conselho de Disciplina queira condicionar o que se escreve neste diário. Tudo o que aqui se tem dito baseia-se em factos. O sr. João Pinheiro transformou um penálti em amarelo por simulação a Otávio no jogo de Setúbal e o sr. João Capela não assinalou três grandes penalidades a favor do FC Porto em Chaves – e posteriormente mais uma em prejuízo do Chaves, como aqui também se escreveu. Isto são factos e o que as entidades do futebol, sejam elas quais forem, têm de se preocupar é com esta adulteração da verdade desportiva e não com o que este diário escreve. Esta inversão da moral é preocupante e segue aquela ideia totalitária e ditatorial se não se fala não aconteceu. Aconteceu sim, aconteceu demasiadas vezes e continua a acontecer e o Dragões Diário não se vai calar enquanto as 18 equipas da competição não forem tratadas da mesma forma.»

Que ninguém se cale, que ninguém se deixe condicionar. Já fomos aos milhares para o Governo Civil. Se for preciso vamos também para a Liga... Demos a outra face muitas vezes, não reagimos a nada, perderam-nos o respeito, gozam connosco, provocam-nos, semeiam ventos. Se colherem tempestades não nos culpem, a nossa paciência já atingiu os limites.

Nota sobre as transmissões dos jogos da Champions League
Há tempos atrás já tinha falado sobre isso com o Felisberto Costa, na noite de ontem o assunto veio novamente a ser tema de conversa. Disse-me um amigo, que Hugo Gilberto, sub-director de informação e não sei se responsável pelo desporto na RTP, quando estava a apresentar o programa sobre a Liga dos Campeões, comunicou que o jogo da última jornada da Fase de Grupos da Champions League que a RTP ia transmitir em directo, seria o Benfica-Nápoles. Está confirmado, é verdade que disse e é verdade que vai ser assim. Ora, como o canal público transmite apenas um jogo de cada jornada da Fase de Grupos da Champions League, são seis jornadas; cada uma das três equipa que participam na prova Rainha da UEFA faz três jogos à terça-feira e três à quarta; a RTP já transmitiu 2 jogos do Benfica, 2 do Sporting e apenas 1 do F.C.Porto, porque vai a RTP vá transmitir novamente um jogo do Benfica em detrimento do F.C.Porto? A priori, olhando para o assunto de forma superficial, seria um escândalo, uma discriminação e uma falta de respeito inaceitável para com o F.C.Porto e o portismo. Seria mais um exemplo vergonhoso de um centralismo obsceno e miserável. Numa primeira análise cheguei a pensar que era assim, neste país o F.C.Porto é sempre tratado como o parente pobre, não seria nada que já não tivesse acontecido. Mas como sou um tipo que gosta de ter certezas e abordar os assuntos com seriedade, procurei informar-me e não é como estava(mos) a pensar.
A UEFA só permite jogos em canal aberto à terça-feira, logo a questão resume-se apenas aos três jogos que o F.C.Porto disputou nesse dia da semana. Como o F.C.Porto emparceirou com o Sporting, tinha de haver um clube que ia ser prejudicado em relação ao outro. Já o clube do regime beneficiou do facto de estar sozinho nos jogos disputados às terças-feiras. A opção da RTP foi transmitir o Sporting-Real Madrid em vez do Copenhaga-F.C.Porto. Pode discutir-se o critério a partir do interesse desportivo - no jogo da Dinamarca se o F.C.Porto vencesse estava nos oitavos, o Sporting mesmo vencendo ainda dependia dos outros - ou das audiências - no jogo de Alvalade estava o Real com Cristiano Ronaldo -, mesmo que um canal público não deva reger-se pelas audiências, não me choca a opção pelo jogo de Lisboa.


Fotos dedicadas a Rui Gomes da Silva, o popular "Chouriço".
Para que não restem dúvidas: Chouriço, neste contexto, significa larápio, alguém que vai aos bolsos dos outros gamar, retirar sem autorização, chouriçar...

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