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sábado, 19 de maio de 2012


Por causa da final da Champions League, Munique é a capital europeia do futebol. Está lá tudo que é gente importante, dirigentes, directores desportivos, agentes de jogadores, enfim, o cenário ideal para conversas e negócios de futebol. E por falar em negócios, no Dragão, enquanto os jogadores, uns de férias, outros nas selecções, já partiram e ontem brilhou Chris Martin, líder dos Coldplay, é tempo de dar ao litro para que no dia 2 de Julho, dia de regresso ao trabalho do plantel portista, esteja tudo pronto. Tudo, exames médicos, treinos no Olival, estágio, jogos particulares, apresentação, decisões sobre a equipa B, etc., tudo, menos o plantel. Mesmo sendo óbvio que um clube como o F.C.Porto não começa a preparar a época seguinte, só quando acaba a anterior, a começa a preparar muito antes, como somos uma universidade de criação, promoção e venda de talentos, um clube que precisa de vender para cumprir os orçamentos e poder ser competitivo ao mais alto nível, muita coisa fica dependente do que possa surgir. E aqui começam os problemas e o grande dilema de quem dirige. Porque somos o melhor clube português, temos ambições, somos exigentes, queremos continuar a ganhar, teremos de ter um plantel forte e capaz de dar garantias que vamos ter condições para lutar pelos objectivos propostos - revalidar o título, atingir, no mínimo, os oitavos-de-final da Champions, lutar pela vitórias na Taça de Portugal, Supertaça e Taça da Liga. OK, certo, mas para ter esse plantel e essa equipa o que devemos fazer? Devemos fazer finca-pé e só deixar sair jogadores pelas cláusulas? Devemos vender abaixo das cláusulas, desde que as propostas sejam aceitáveis, seja qual for o jogador. Se, por exemplo - qualquer outra extrapolação é abusiva -, para Fernando, que tem uma cláusula de 30 milhões, surgir uma proposta de 15, devemos deixá-lo sair ou devemos ficar com o Polvo, correndo o risco de amuos e atitudes como as que aconteceram esta época em relação a alguns jogadores? Se podemos fazer muito dinheiro, devemos aproveitar, fechando o ciclo, mesmo que isso signifique uma revolução e obrigue a começar tudo de novo? Sim, porque a nossa cultura de sucesso, mística, uma estrutura competente e que facilita a integração dos novos e salvo algumas excepções, contrata bem, será capaz de resolver os problemas a contento, mesmo numa situação extrema? Não, porque as revoluções causam danos e não devemos correr esse risco?
Pois, meus caros, estas são algumas das dúvidas e interrogações que demonstram as dificuldades de quem tem que decidir, procurando um equilíbrio entre uma gestão equilibrada, em tempos muito difíceis e ter um plantel de qualidade, capaz de manter bem acesa a chama do Dragão.
Como é isso que nos distingue dos outros, eu acredito e confio que em 2012/2013, o F.C.Porto juntará o útil ao agradável. Isto é, venderá o necessário para equilibrar as contas e terá um plantel forte, à altura das responsabilidades de um clube que é e quer continuar a ser, hegemónico.

Notas finais:
Ena pá, pois, tá bem, que chatice pá, o Benfica podia ter eliminado o Chelsea, tinha argumentos para derrotar este Barcelona e hoje estaria em Munique. Era a melhor forma de homenagear os campeões europeus de 1962, na data em que passam 50 anos. Ena pá, pois, tá bem, que chatice pá, se minha avó não morresse ainda hoje era viva... Este reco-reco é mesmo anormal!

Braulio Vásquez, director desportivo do Valência afirmou que André Villas-Boas era a primeira opção para o comando da equipa ché, mas recusou o convite. Porquê? A minha teoria é simples: o menino da Foz só vai aceitar ofertas iguais ou superiores a 5 milhões por ano, que é quanto lhe paga o Chelsea por quebra de contrato.

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