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segunda-feira, 19 de agosto de 2013


Não vou perder muito mais tempo com José Mota, a inveja é do camandro, como diz o outro e deve custar à brava um treinador com 40 anos de carreira nunca ter sido convidado para treinar o F.C.Porto e ver jovens como Villas-Boas, Vítor Pereira e agora Paulo Fonseca, treinarem o melhor clube português. Se esse é o problema, Mota pode sempre filiar-se no grupo dos que nunca treinaram, nem treinarão o F.C.Porto, cujo presidente é Manuel José. Mas mais uma nota: li quatro jornais, unanimidade que o Vitória não tem nenhuma razão de queixa do árbitro. Portanto, se são sérios e depois do escarcéu que fizeram, só lhes ficava bem pedir desculpas...
Também não vale a pena perder muito tempo com alguma comunicação social que acabou a época anterior com azias triplas e já começa esta aziada - quando Mota, com a demagogia nos píncaros, diz que nos últimos jogos frente ao F.C.Porto, o primeiro golo foi de penalty e ninguém lhe pergunta e para si, por exemplo, o de hoje existiu, ou não?, está tudo dito.  Falemos do F.C.Porto e há muito para falar.
Há atenuantes que devemos considerar, por exemplo, o estado deplorável do relvado; a ansiedade própria do primeiro jogo; os compromissos com as selecções que atrapalharam a preparação do jogo; a atitude, o carácter e o boa exibição do Vitória que tem um ponta-de-lança que dá trabalho que nunca mais acaba e mesmo com dez fez pela pela vida. Tudo bem, mas há coisas que continuam a não me agradar e por isso vou bater na mesma tecla: a organização do meio-campo, em particular quando a equipa perde a bola. Não questiono, nem acho que o duplo pivot seja a causa, é sim a forma como Fernando ainda não percebeu como deve jogar, Lucho está inconstante e a Defour, que ontem foi o menos mau, falta-lhe o sentido táctico e a capacidade para ser o equilibrador que era João Moutinho. O Polvo tinha as referências bem trabalhadas, sabia o que tinha de fazer, o espaço que devia ocupar, agora, hesita, não sabe se deve ir ou ficar, é apanhado várias vezes fora da sua zona natural de acção; Lucho, frente a uma equipa bem mais agressiva que no jogo anterior, fez um jogo fraco, nunca se encontrou, nunca passou bem, nunca ocupou o espaço que devia e também nunca pressionou; Defour que jogou bem e não devia ter saído, ainda não consegue dar à equipa aquilo que João Moutinho dava. Com um meio-campo assim, com dificuldades em filtrar as jogadas, sofrem os centrais e os laterais não se sentem tão à vontade para subir. Obrigados a levar com os avançados em cima e com bola controlada, Otamendi e Mangala têm tido dificuldades e errado mais que o costume. E se esses avançados, como aconteceu na segunda-parte do jogo da Supertaça e ontem, são valentes, poderosos, duros de roer, daqueles que não dão uma bola por perdida, pior, são notórios os sinais de intranquilidade, como se notou no jogo do Bonfim.
Concluindo, deixando para a nota final, outra lacuna que para mim é notória, o problema neste momento para Paulo Fonseca e que urge resolver, é a forma e com quem, se vai organizar o meio-campo portista, sector fundamental em qualquer equipa. No nosso campeonato, com mais ou menos dificuldades, a coisa vai chegando, mas para uma equipa com algumas ambições na Champions, não pode ser.

Notas finais:
Se Bernard tinha características que encaixavam como uma luva no jogo portista, largura, profundidade, velocidade, criatividade, saídas para dentro ou por fora, não pôde vir, OK, não vem mal ao mundo, ninguém morre, disse há tempos atrás. Como também disse que a vir alguém, tinha de ser uma mais valia, senão mais valia ficar como está. Agora, se Kelvin vai crescendo, Iturbe não é opção e Izmaylov não é propriamente um extremo, não há um plano B? É que entra pelos olhos dentro que precisamos de alguém diferente de Varela e Licá...

Se o F.C.Porto joga com um 10 e Quintero é um 10 puro, deve ser titular, é uma ideia quase generalizada. Não sou tão peremptório e explico porquê. Enquanto não se resolver a organização do meio-campo e quem são os outros dois, para bem do jovem colombiano e da equipa, é preciso calma. Quando ainda dá os primeiros passos numa equipa de grande exigência e ainda lhe falta agressividade sem bola, ter Quintero e não ter uma boa rectaguarda a proteger-lhe as costas, pode não ser, em certos jogos, a melhor solução. Talvez na posição em que jogou ontem Josué, para começar e enquanto as coisas ainda não estão a funcionar bem, seja uma possibilidade a analisar e experimentar.

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