quarta-feira, 15 de outubro de 2014
Hoje é dia para falar das selecções.
Começando pela selecção sub-21 que foi a primeira a entrar em acção, ganhou bem. É uma equipa equilibrada, recheada de qualidade, promete muito, mesmo que muitos que podiam estar ao seu serviço, já estejam na selecção A: casos de William Carvalho, João Mário, André Gomes ou lesionados, por exemplo, Bruma, Rony Lopes, Ilori, Edgar Ie e Gonçalo Paciência. Do meio-campo para a frente há muito talento - Rúben Neves, Sérgio Oliveira, Tozé, Rafa, Bernardo Silva, Iván Cavaleiro, Carlos Mané... -, na defesa, os laterais cumprem - o lateral-esquerdo, Raphael Guerreiro até é uma belíssima surpresa -, mas os centrais não me parecem ao mesmo nível dos restantes jogadores. Ontem tiveram muitas dificuldades com o futebol directo e algo anárquico dos holandeses, foram várias vezes surpreendidos, estiveram muitas vezes mal colocados, daí os quatro golos sofridos e que até podiam ter sido mais - Portugal também teve muitas oportunidades desperdiçadas. Aliás, fossem ambas as equipas mais eficazes e o resultado já de si estranho, 5-4, teria atingido números mais próprios de um jogo de andebol.
Resumindo:
Ainda há muito tempo até ao Euro-2015, se esta malta continuar neste caminho, refinar o que já está bem e corrigir aquilo que parecem ser as suas maiores debilidades, pode fazer uma gracinha na República Checa e lutar pelo título de campeã da Europa sub-21.
Nota particular:
Na semana passada os sub-21 de Portugal venceram na Holanda por 2-0. O panfleto da queimada fiel à sua tradição, encheu a capa com Bernardo Silva, jogador do Benfica - embora haja quem diga que já não é, que é da dupla Jorge Mendes/Peter Lim. Como o pasquim que o Serpa devia dirigir, mas não dirige, seria incapaz de fazer uma capa igual com o jogador do F.C.Porto, Ricardo Pereira, faço eu. Ricardo merece. É o tipo de jogador que gosto. Tem talento, um grande potencial, deixa tudo em campo, joga a onde for preciso de cara alegre, tem uma postura humilde, mesmo quando tinha toda a legitimidade para se pôr em bicos dos pés.
Concluindo:
É um jogador à Porto.
Quando se marca um golo no último minuto do tempo de descontos e esse golo significa uma vitória importantíssima, tende-se a ficar eufórico, esquecer o que esteve para trás. E o que esteve para trás foi uma exibição pouco conseguida da selecção de Fernando Santos - depois do que se viu em França, frente a um adversário bem mais forte, esperava-se bastante mais. Portugal nunca dominou, nunca controlou, foi sempre uma equipa de ritmo baixo, pouca intensidade, lenta, trapalhona e previzível quando tentou sair em ataque rápido. Foi uma equipa que teve um meio-campo pouco organizado, de toque curto, sem qualquer profundidade ou passes de rotura, incapaz de pegar no jogo, ter um lampejo de criatividade, dar jogo em boas condições aos avançados. Por sua vez os dois e meio da frente, também não estiveram muito inspirados, se na primeira-parte ainda conseguiram uma ou outra boa jogada, na segunda raramente criaram perigo, mesmo a melhor oportunidade que Cristiano Ronaldo desperdiçou, foi num período que a Dinamarca estava por cima e num lance de perda de bola inadmíssivel do jogador dinamarquês. Valeu a defesa, em particular os centrais, mais particular ainda, esse jogador de eleição e que parece ter menos 10 anos, chamado Ricardo Carvalho. O golo apareceu quando já ninguém esperava e não vale a pena extrapolar o cruzamento, que foi muito bom, de Quaresma. O jogo estava a dar os últimos suspiros, era preciso meter a bola na área, Quaresma meteu-a. Fez o que devia, o problema do Harry Potter é que muitas vezes não faz o que deve, complica, perde-se em shows particulares que não levam a lado nenhum. O problema de RQ7 nunca foi falta de talento... Também não vale a pena polemizar se foi Cristiano Ronaldo que marcou ou se foi auto-golo. Cristiano teve o mérito de estar lá, fazer-se ao lance, ter o movimento correcto. Deu golo e uma vitória, isso é que importa.
Resumindo:
Depois da derrota em casa frente à Albânia, o jogo de Copenhaga era fundamental por duas razões em particular: porque era importante conseguir um resultado positivo, muito melhor a vitória, para a confiança voltar, deixássemos de ficar a fazer contas logo à segunda jornada; porque era o primeiro jogo oficial do novo seleccionador, seleccionador que mudou muita coisa, desde logo a recuperando para a selecção de jogadores de qualidade e que com Paulo Bento nunca mais teriam hipóteses. Começar com uma vitória acalma as hostes, mata qualquer foco de possível contestação, dá a Fernando Santos a tranquilidade necessária para trabalhar de forma que no futuro Portugal possa juntar às vitórias exibições mais bem conseguidas.
Nota final:
Esperar que André Pipa, mais um prostituto made in travessa da queimada, seja sério quando escreve, é ser muito crente. Um prostituto é sempre um prostituto. E portanto, o artigo deste escaravelho vermelho, deste ratinho de esgoto, desta pipa de água choca, é a deturpação total dos factos. Adelino Caldeira não deixou o coisinho de Alvalade com a mão estendida porque o coisinho acabou com a submissão do Sporting em relação ao F.C.Porto, mas porque faltou de forma rasca e grosseira ao respeito ao Presidente Pinto da Costa.
Quando os pipas e afins, lixo da Cofina, entraram para o panfleto da queimada, o cheiro que já não era bom, tornou-se insuportável. Mas é a esta gentinha que Vítor Kasparov Serpa dá grande protagonismo, direito a páginas grandes, faladura na tv do panfleto. Têm todos uma coisa em comum: o mais primário anti-portismo.