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quarta-feira, 21 de outubro de 2015


Não, a Champions não é um concurso de beleza onde importa nota artística, grandes shows de bola, sem que isso signifique vencer. Na prova entre clubes, mais importante do mundo, se não podes brilhar, tens de ser pragmático, ganhar pontos, porque pontos são contos que é como quem diz, euros. E para clubes como o F.C.Porto como eles são importantes... Chegamos ao fim da primeira-volta e a prestação dos Dragões tem sido excelente, faltou um bocadinho assim para o pleno, mas está com mais pontos nesta altura do que eu pensava, quando do sorteio. De hoje a quinze dias temos um jogo muito importante em Israel, em caso de vitória só um terramoto de grande magnitude nos afastará do primeiro objectivo da época, a passagem aos oitavos-de-final da prova rainha da UEFA.

Quando são conhecidos os adversários do F.C.Porto, alguns são logo catalogados de fracos, quase não vale a pena jogar, são favas contados, a vitória é certa, só falta saber por quantos ganhámos. Ora, basta estarmos atentos para perceber que não é assim. Por exemplo, no Grupo F, tudo indicava que ia ser um passeio para Bayern e Arsenal, mas não está a ser o que se perspectivava, o Olympiakos intrometeu-se, ganhou em Londres, está na luta pelo apuramento, um dos grandes favoritos a passar pode ficar de fora. Para além disso, é preciso ter em conta que ontem jogaram 6 jogadores que só esta época chegaram ao F.C.Porto, da equipa que iniciou a partido, só Marcano e Brahimi eram titulares indiscutíveis em 2014/2015.

Estive a ver na televisão com toda a calma o jogo com o Maccabi e mais coisa menos coisa, confirmei a ideia com que saí ontem do Dragão.
Uma entrada que sem ser avassaladora, foi promissora, as coisas saíam com naturalidade, faltava alguma intensidade, acutilância e maior objectividade na zona de finalização. Nesse período que durou cerca de 15 minutos, faltou também maior inspiração nas alas, Brahimi e principalmente Corona, não estavam muito felizes. A partir daí o conjunto de Lopetegui perdeu concentração, organização, controlo, os israelitas, deram um ar da sua graça, acreditaram, aqui e ali perturbaram. A partir da meia-hora e aos poucos, os Dragões foram melhorando, o Maccabi nunca mais incomodou, nos últimos 10 minutos já o F.C.Porto era superior, marcou um e depois outro golo, ganhou uma vantagem que quase garantia a vitória.

Na segunda-parte, sem acelerar muito, em ritmo lento e sem grande intensidade, os pupilos de Lopetegui controlaram, foram chegando em alguns lances com perigo à área israelita, tiveram várias oportunidades para fazer o terceiro, só por uma vez o campeão de Israel ameaçou chegar ao golo.
Portanto e concluindo, vitória normal e justíssima da melhor equipa. Não foi uma exibição brilhante, longe disso, mas o mais importante foi conseguido
Claro que podemos, devemos e queremos jogar melhor, mas não podemos deixar-nos cair em cantos de sereias que exigem vitórias e grandes espectáculos ao F.C.Porto, enquanto são condescendentes com as más prestações dos nossos rivais. Quase que aposto se aquilo que se viu ontem no Dragão tivesse acontecido algures a Sul, teria sido uma gestão inteligente a pensar no futuro próximo, que no domingo já há outro jogo exigente.
Estamos em primeiro na Champions, idem no campeonato, continuamos na Taça de Portugal. No bom caminho, sem margem para qualquer dúvida.

Notas finais:
Rúben Neves acusou a responsabilidade de ser capitão, o mais novo capitão do F.C.Porto na Champions e também da Champions. Esteve lento a atacar e a recuperar a bola, pouco esclarecido a definir, errou passes em zonas perigosas que não são normais nele. É natural, é muita coisa boa  acontecer rapidamente, se isso mexe com a cabeça dos mais batidos, mexe ainda mais a quem tem apenas 18 anos, apesar da notória maturidade do jovem de Mozelos/Feira. Por isso, repito, muito bem Julen Lopetegui a por água na fervura, a pedir calma e tranquilidade para o seu capitão.

Sem grande exuberância, Imbula estava a fazer um jogo competente, saiu por motivos óbvios: como jogou 90 minutos na Póvoa, domingo vem aí o Braga, o jogo estava controlado e praticamente ganho, foi poupado. Acho que todos perceberam as razões da substituição. Não, todos não, o Casanova na análise para o panfleto da queimada diz o seguinte:
«O francês raramente fez a diferença, antes de destacou por um amontoado de jogadas inconsequentes que lhe valeram a saída extemporânea do jogo»
Um predestinado este Casanova. Tem a capacidade para enxergar aquilo que mais ninguém enxerga.

Já aqueles que repetiram até à náusea que o F.C.Porto em Israel tem de jogar mais, estão também a dizer aquilo que teoricamente é óbvio. É natural que o Maccabi em sua casa seja mais complicado, coloque outro tipo de dificuldades. Mas as boas equipas são aquelas que se sabem adaptar às exigências de cada jogo, em Tel Aviv espera-se que o conjunto de Lopetegui saiba dançar conforme a música.

PS - Talvez estas análises reflictam o facto de ser do tempo em que cada vitória nas provas europeias era uma festa. Agora é tudo diferente, nota-se que o novo portismo, o portismo da má-língua, só se motiva quando há maus resultados?

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