sábado, 13 de fevereiro de 2016
Como tinha referido no post de antevisão, não foi necessário transcendência, um Super-Porto para ganhar na Luz - ao contrário do jogo da próxima quinta-feira no Signal Iduna Park, frente a grande equipa e com grandes craques na prática e não fabricados por uma comunicação social desonesta, em que é preciso um Dragão de chama bem mais alta para contrariar o Borussia Dortmund.
Quando só se admite a vitória de uma equipa, quando se diz que a única preocupação do F.C.Porto é ter cuidado com o Braga, porque já não pode olhar para cima, tem de se limitar a olhar apenas para baixo, é natural que perante os acontecimentos, para além de uma azia notória e nojenta, se procurem arranjar argumentos que quase podíamos reduzir o mérito da vitória do F.C.Porto a Casillas. Não! Não! E não! Não sei por onde vou, mas sei que não vou por aí. Que Casillas fez uma excelente exibição, é verdade, mas não é para isso que está lá o guarda-redes?
- Casillas defende, pega na bola e sai a jogar, finta um, coloca em Layún, este devolve a Casillas que remata fora da área... gooooooolo! F.C.Porto chega ao empate, grande golo de Iker Casillas!
Novamente Casillas, toca para Brahimi, este tabela com Aboubakar que isola Casillas e... gooooooolo! É goooooolo do F.C.Porto! Meus senhores, nunca se viu nada igual no mundo do futebol. Um guarda-redes a fazer grandes defesas já se viu, mas para além disso fazer dois golos... é inédito e fica para a história.
Mas e José Peseiro, não merece grande destaque, ele que depois de uma derrota que deixou marcas profundas, teve uma semana complicadíssima e ainda por cima foi obrigado a improvisar uma dupla de centrais que nunca tinha jogado junta, sem rotinas e sem sincronização? Ontem não fez muito mais o F.C.Porto para ganhar, que o Benfica na época passada no Dragão, em que apenas fez três remates e marcou dois golos, o primeiro através de um lançamento de linha lateral, perto da meia-hora, quando pela primeira vez chegou à área do F.C.Porto? E nessa altura não foram só loas ao "Catedrático" - ao contrário de Peseiro que tem apenas um mês de F.C.Porto, estava há 5 anos de Benfica - que tinha dado um baile táctico e estratégico ao treinador do F.C.Porto? Foram, mesmo que os Dragões tivessem sido claramente dominadores, criassem e desperdiçassem várias oportunidades de golo, tendo duas delas esbarrado nos ferros. Mas quem vir o jogo de ontem com olhos de ver, verá que na segunda-parte o F.C.Porto foi melhor, o único perigo do Benfica foi por demérito do F.C.Porto. Primeiro, não se admite que de um canto a nosso favor, saia um contra-ataque em superioridade numérica; segundo, uma bola despejada para a área que Martins Indi abordou de forma desastrada, quando estava sozinho; terceiro, uma bola bombeada e quase a sair pela linha de fundo, não pode originar um lance de perigo. Tirando isso, o que fez o Benfica de Rui...? Nada! Ao contrário do F.C.Porto que antes de marcar já tinha ameaçado, tivesse mais critério em algumas decisões e definições no último terço do campo, até podia ter marcado mais golos. Mesmo na primeira-parte, onde o clube do regime foi mais perigoso, se virmos bem, também houve lances em que com mais empenho, mais determinação na hora de despachar, uma melhor afinação na defesa na hora de sair para fazer o fora-de-jogo e até, mais contundência no ataque - sim, foi de uma perdida de Aboubakar que nasceu o primeiro lance de perigo do Benfica -, Casillas não teria tanto trabalho, embora o guarda-redes esteja lá para defender. Sem esquecer que Herrera teve um lance em que atirou ao lado, em melhor posição e com um grau de dificuldade inferior ao lance do golo que marcou; Aboubakar foi lento, quando estava em boa posição. Portanto, vamos lá ser sérios a analisar e não ter critérios tão díspares que só podem ter origem numa azia que já nem com Kompensan ou Rennie, se cura.
Meus caros amigos, não vamos agora pensar que já está tudo bem, embandeirar em arco. Não, ainda temos muito que caminhar e melhorar, não ganhamos nada, não dependemos apenas de nós, continuamos com vida difícil. Mas temos todo o direito de nos sentirmos felizes, até gozar com aqueles que sem respeito pelo F.C.Porto, quando deviam ser rigorosos, isentos e dar mérito a uma vitória cristalina, continuam a demonstrar um facciosismo notório, procuram todos os pretextos para diminuir o mérito da nossa vitória.
Sei que nos últimos tempos os murros no estômago têm sido muitos, há coisas que temos de melhorar e desde que o façamos com objectividade e respeito, ninguém pode levar a mal. Mas não podemos desistir, isso nunca, nem nunca podemos entrar derrotados seja em que jogo for. Sim, porque sem a nossa chama... tudo tenderá a piorar.