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quinta-feira, 12 de maio de 2016


Quando os Apitos, Dourado e Final, apareceram, sabemos bem o que se passou neste país: foi o delírio, uma farturinha. As escutas deram para vários e repetidos programas, o F.C.Porto e o seu presidente, antes ainda de serem julgados, foram trucidados, todos os sucessos nacionais e até internacionais, foram questionados. Tivemos de lutar muito, trabalhar muito, ser muito competentes para não pagarmos um preço alto, um preço que nos atiraria para uma situação que levaria muitos anos a recuperar. Nessa altura, como eu ando nisto há muito tempo e conheço bem o futebol português, sempre disse que podíamos condenar as práticas, mas elas eram correntes, não eram exclusivo do F.C.Porto. Por isso, nunca me senti envergonhado na minha condição de portista, ao contrário de algumas virgens ofendidas, nunca exigi cabeças. Os anos passaram e agora, aqueles que clamavam contra o estado lastimoso em que se encontrava o desporto rei, exigiam justiça a qualquer preço, porque a justiça só era boa e funcionava se condenasse o F.C.Porto e o seu líder, agora dizem que se respira melhor, as práticas do passado foram erradicadas, os árbitros têm todos um futuro promissor, o futebol português é um mar de rosas - já os portistas que exigiam a cabeça dos seus dirigentes, vão alternando entre o silêncio e a crítica ao Projecto Visão 611. A festa, essa, está garantida para a capital do império. Pode ser em Alvalade ou no Marquês, mas como todos sabemos, vai ser no Marquês - aliás, soubemos isso e dissemo-lo, quando o clube do regime venceu em casa dos viscondes.
No entanto, semanalmente, diariamente, o que vemos? Nomeações à la carte, onde os sem vergonha já nem se preocupam em disfarçar; promiscuidade e compadrio total, sem que os freteiros e recadeiros tenham qualquer pudor; uma disputa terrível, uma luta feroz, diária, em alguns casos, várias vezes ao dia, entre RTP, SIC, TVI, panfleto da queimada, rascord, lixeira da manhã, RR, Antena1 e TSF, sobre quem merece o direito de exibir a faixa de campeão; declarações e pressões constantes, numa guerra em que vale tudo, mas em que os políticos, outrora tão preocupados, agora não tugem nem mugem e o presidente da FPF continua desaparecido em combate. É, como os grandes protagonistas do futebol português voltaram a ser os mesmos do passado bafiento... que ninguém se atreva a perturbar. Só que para mim, como gosto de ser desmancha prazeres e não tenho de ser politicamente correcto, nem ter cuidados institucionais, muito menos defender qualquer tacho, toda esta nojeira serve para dizer o seguinte: quando me falarem em meninas, chocolatinhos, quinhentinhos, fruta, ou apitos, de mim só vão ter uma resposta: vão chupar na quinta pata do... animal que estão a pensar...
Os enredos de agora são tão ricos que, ao contrário do passado, era necessário bem mais que um pífio Botelho ou um(a) escritor(a) de quinta categoria.

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