quarta-feira, 20 de julho de 2016
O panfleto da queimada - cada vez está mais parecido e confunde-se com as lixeiras do Grupo Cofina -, traz hoje à estampa que Josué está a forçar a saída do F.C.Porto. Não acredito! E não acredito por uma razão: apesar de tudo, acho que ainda resta algo daquele F.C.Porto do passado, tempo em que não havia espaço para as pulgas terem catarro. Josué, cujo o contrato termina em 2017, tem todo o direito de não o querer renovar, mas não tem direito nenhum a forçar a saída. Mais, tem de cumprir os seus deveres e obrigações profissionais, dar tudo pelo clube que lhe paga e de cara alegre. Ponto final. Não sei se a notícia tem ponta por onde se pegue, mas fica como exemplo de como se deve agir nestes casos.
A propósito do miúdo da formação do F.C.Porto, João Serrão, que foi para a Juventus.
Não o conheço, mas diz quem o conhece, que é bom jogador, deve ser, caso contrário o campeão italiano não se tinha interessado por ele. Dito isto, vamos ao que importa:
Que o F.C.Porto tem muito talento na formação, tem(*). Mas neste mundo global, se o F.C.Porto anda por aí à procura desse talento e já tem descoberto algum, os grandes clubes fazem o mesmo. E como têm condições económicas e financeiras muito acima das do F.C.Porto, é perfeitamente natural que um ou outro escapem. Aconteceu com João Serrão, aconteceu com um miúdo do Vitória S.C. e dois do Benfica, um para a Velha Senhora e outro para o Inter. O que espero o F.C.Porto faça? Simples: que seja rigoroso e criterioso nas opções, que depois seja capaz de segurar os melhores, aqueles que a priori tenham qualidades que prometam mais sucesso no futuro, mas sem loucuras. Sim, porque ao contrário do passado, em que empresários eram só para os seniores, agora qualquer puto que saiba dar dois chutos numa bola, tem logo um empresário a bater-lhe à porta, a oferecer dinheiro aos pais e a prometer o paraíso ao miúdo. Alguns, deixam os clubes onde cresceram, a cidade onde nasceram, a família e os amigos, até se dão bem. Mas também há aqueles que se dão mal, se arrependem dos passos que dão. É futebol, é vida, não devemos dar mais importância a esta matéria do que tem de facto. Nem criar um caso, aproveitar para disparar a torto e a direito, na grande maioria das vezes sem sabermos porque acontece isto e não acontece aquilo.
O F.C.Porto tem problemas e não os escondo. Mas se até uma simples saída de um miúdo da formação - alguns nunca o viram jogar, mas já falam dele como se fosse a quinta maravilha -, é motivo para dizer tudo e mais alguma coisa... então, meus amigos, vamos pagar um preço alto...
(*) Se o aproveita da melhor forma já outra história, um assunto recorrente e já muitas vezes aqui abordado. Recordo que no passado, tão recordado e glorificado, foram raros os jogadores que passaram directamente da formação para o plantel principal, jogadores com grande currículo de Dragão ao peito, andaram emprestados vários anos, até regressarem e imporem-se. A título de exemplo, recordo alguns: Ricardo Carvalho jogou em três clubes antes de voltar para ficar no F.C.porto, idem para Jorge Costa, Rui Barros, Sérgio Conceição, etc. Outros, sendo da formação portista, não brilharam no F.C.Porto, brilharam noutras latitudes, Pedro Barbosa e Sá Pinto, por exemplo.
PS - No que toca ao Josué, até estou particularmente à vontade... apesar de alguns excessos de irreverência, algumas atitudes durante e no final do jogo da Taça de Portugal, gosto dele.