domingo, 18 de setembro de 2016
Depois do mau resultado e má exibição da última quarta-feira contra os dinamarqueses do F.C.Copenhaga, era preciso reagir, mostrar que de facto a equipa não ficou afectada por e contra todas as expectativas, ter uma entrada em falso na UEFA Champions League. O discurso de treinador e jogadores ia no sentido de que era preciso olhar para a frente, dar a volta por cima, regressar às vitórias em Tondela. Conversa, apenas conversa, a reacção foi pífia. E o F.C.Porto não pode ser apenas conversa, tem de ser muito mais que isso. Mas com um ataque que foi uma autêntica nulidade, incapaz de fazer um golo, não se pode ganhar o jogo. É caso para dizer: vão buscar um avançado ao desemprego. Os que temos não chegam nem para o Tondela. Podemos argumentar que não foram bem servidos, mas um ponta-de-lança de uma equipa com as aspirações do F.C.Porto tem de ser capaz de encontrar soluções, tem de ser capaz de marcar um golo em meia oportunidade e os nossos nem com quatro oportunidades metem uma bola na baliza.
Nuno Espírito Santo fez cinco alterações em relação à equipa que entrou de início no jogo da Champions, saíram Marcano, Danilo, Herrera, Óliver e Corona, entraram Boly, Rúben Neves, André André, Brahimi e Depoitre, num 4x4x2, em que à tradicional defesa a quatro, se juntaram dois alas, Otávio de um lado e Brahimi no outro, Rúben e André no meio e os dois avançados, André Silva e Depoitre. E depois de 15 minutos em que o equipa de Petit foi intensa, agressiva, procurou pressionar e chegar à área de Casillas, o F.C.Porto foi-se libertando da teia, passou a ter mais bola, a chegar à frente com mais assiduidade, mas praticamente sem criar perigo. Foram 45 minutos em que, mais uma vez, ficou bem visível a incapacidade da equipa de Nuno materializar o seu domínio, muito por culpa dos dois homens mais adiantados. É verdade que não foram muitas vezes bem servidos, mas em algumas situações pedia-se muito mais a André Silva e Depoitre. Assim, foi sem grande surpresa que o intervalo chegou com um nulo no marcador e que era justo.
Apesar do resultado não servir, o técnico dos azuis e brancos não mexeu, manteve a confiança no onze que acabou a primeira-parte. E quando se esperava uma entrada forte e determinada do F.C.Porto na procura de um golo e da vitória, não se viu nada disso, viu-se até a equipa de Petit mais atrevida, a discutir o jogo e não ser pior em nada que a equipa de NES. Perante aquela pobreza franciscana, era preciso fazer qualquer coisa e Nuno fez. Aos 55 minutos tirou Brahimi, um criativo, fez entrar Óliver e encostou André André na direita. Mais tarde, iam decorridos 67 minutos, entraria Adrián López para o lugar de Depoitre. Melhorias? Nenhumas, tanto que a primeira grande oportunidade foi da equipa da casa, aos 71 minutos valeu Casillas para que o nulo se mantivesse. Foi já com Corona em campo e apenas nos últimos 10 minutos, que o F.C.Porto deu um ar da sua graça, teve três claras oportunidades para chegar ao golo. Mas André Silva em duas - uma por puro egoísmo, Corona estava no outro lado sozinho e devia-lhe ter passado a bola - e Adrián López noutra, não conseguiram marcar e o F.C.Porto deixou dois pontos em Tondela. Resultado que se aceita.
Notas finais:
Continua a nossa triste sina, mais uma vez só tivemos adeptos. Adeptos que deram tanto e receberam tão pouco, um empate com sabor a derrota.
É preciso ter uma grande lata, não ter um pingo de vergonha para dar nota negativa ao árbitro, porque, dizem eles, não marcou um penalti de Filipe sobre Helder Tavares, como fez a Rádio Renascença.
Se o árbitro interrompeu o jogo porque o auxiliar levantou a bandeira, culpa do auxiliar, cortou uma jogada de golo iminente, prejudicou gravemente o F.C.Porto. Mas os artistas da Emissora Católica só viram o pseudo-penalti de Filipe.
Não estou a arranjar desculpas, teríamos de ter feito muito mais para me justificar com um ou outro erro de Hugo Miguel.