No regresso do campeonato após a pausa para os compromissos das selecções, depois da derrota em Alvalade e antes do primeiro jogo da Fase de Grupos da UEFA Champions League frente ao Copenhaga, o F.C.Porto tinha no Vitória S.C. um obstáculo difícil, mas que era preciso ultrapassar. Ultrapassou com competência, ganhou por três e até podia ter marcado mais, ninguém contestará a justiça e o mérito da vitória do conjunto de Nuno Espírito Santo, apesar do (Jorge)Sousa.

Hoje saí do Dragão satisfeito com o resultado e com a exibição: não foram 90 minutos de grande fulgor, mas os 20 finais do primeira-parte e os 25 iniciais da segunda, foram muito bons - sendo que depois do 2-0 houve um período de grande brilhantismo - e no restante tempo nunca a qualidade exibicional desceu abaixo dos mínimos exigíveis, nunca o Vitória esteve por cima e dominador, apenas atrapalhou mais nesses períodos.

Hoje saí do Dragão com a certeza que apesar de um ou outro desequilíbrio no plantel, temos gente suficiente para lutar pelo título. Gostei muito de Depoitre, muito longe de ser apenas o chamado pinheiro.
Continuo a gostar bem mais de Marcano que de Filipe, Alex Telles confirma-se como grande jogador, Layún nem parecia que só tinha chegado ontem à Invicta. Gostei de Danilo, André André e Óliver, Rúben entrou tarde e não destoou. André Silva fez um bom jogo e afinada a dupla com Depoitre, pode beneficiar muito dos danos que o belga provoca nas defesas, Otávio entre o bom e o menos bom foi um passinho, Corona entrou bem com bola, sem bola deixou muito espaço. Finalmente, Iker, dentro dos postes, magnífico, fora deles teve problemas. Os lances de bola para defensivos, têm de ser trabalhados e melhorados. 

Mas hoje saí do Dragão preocupado com aquilo que vi na arbitragem de Jorge Sousa. Não foi preciso esperar muito tempo, apenas de uma jornada para a outra, assistimos a uma diferença de critérios incompreensível e preocupante. Porque foram validados os dois golos do Sporting no jogo com o F.C.Porto e invalidado hoje o golo de André Silva? Porque hoje em Alvalade, ainda na primeira-parte e no espaço de 12 minutos, um jogador do Moreirense levou dois amarelos e veio para a rua e no Dragão, Alexandre Silva, já com amarelo, comete uma falta grosseira, trava um contra-ataque já no seu meio-campo e não veio para a rua? E a minha preocupação não se esgota na falta de critérios uniformes, estou também preocupado porque isso significa uma tendência clara e que não é de hoje, uma falta de respeito que continua, tudo porque o F.C.Porto não reage a nada. O que vimos hoje? Jogadores vimaranenses a rodearem o árbitro por uma coisa de nada, jogadores do F.C.Porto quase passivos, mesmo com muito mais razões de queixa; o banco do F.C.Porto sentadinho e quietinho, apesar de gravemente prejudicado, banco do Vitória a reagir com tudo e todos, por muito menos prejuízo. Assim, neste país onde um clube que chora e chorou como mais ninguém chorou, tem o desplante de dizer que o F.C.Porto está à terceira jornada a pressionar os árbitros, quando todos sabemos se o que se passou em Alvalade fosse ao contrários os viscondes tinham decretado dia de luto leonino, é preciso fazer como eles fazem.

Notas finais:
O F.C.Porto ganhou e de forma imaculada, ninguém nos pode acusar de estar a arranjar desculpas, por isso era o momento de falar do árbitro. Não é quando já não há nada a fazer...

Venham mais jogos destes, intensos, emotivos, em muitos momentos bem jogados e no campo todo. Se gostei do F.C.Porto, também gostei do Vitória que valorizou o espectáculo.

Estamos no bom caminho, as vitórias dão confiança, serenam os ânimos, dão tranquilidade, entusiasmam. Mas é preciso confirmar já na quarta-feira frente aos dinamarqueses que não vão ser presa fácil...