terça-feira, 11 de outubro de 2016
Com o futebol dos clubes parado - Sem qualquer desrespeito pelo Gafanha, adversário da Taça de Portugal, jogo a disputar no próximo sábado em Aveiro e portanto, total favoritismo do F.C.Porto, a partir de terça-feira vem aí mais um mini-ciclo muito importante e que termina no dia 6 de Novembro na recepção ao Benfica. Brugges, na Bélgica; Arouca, no Dragão; Vitória F.C., no Bonfim; antecedem o clássico frente ao clube do regime. Sair bem desta série de jogos pode começar a dizer muito sobre o que vai ser a época do conjunto de Nuno Espírito Santo - não podemos fugir ao assunto do momento: as prestações de André Silva ao serviço da selecção portuguesa.
Começando por dizer que se os resultados foram iguais, duas vitórias da equipa de Fernando Santos e ambos por seis golos sem resposta, as exibições foram diferentes. Frente às Ilhas Faroé - Ó Quim, eh, pá, porque será que toda a comunicação social diz e escreve, Ilhas Faroé e no panfleto da queimada são ilhas Féroe? -, foi um Portugal mais sério na atitude com que abordou o jogo, muito mais equilibrado na qualidade exibicional, do que tinha sido no jogo com Andorra. O mesmo aconteceu com André Silva. Não na atitude - nesse particular o jovem avançado do F.C.Porto não pode ser acusado de nada. Pelo contrário, a sua total disponibilidade e generosidade, às vezes até o prejudica -, mas na forma e na eficácia que exibiu. O que também foi natural para quem está de boa-fé e percebe um bocadinho destas coisas do futebol. André Silva, no jogo frente à selecção do Principado fazia a sua estreia a titular, tinha pela primeira vez como companheiro no ataque, Cristiano Ronaldo, com tudo o que isso significa, o golo tardou e sabe-se que quando o golo tarda, vem a ansiedade, a sofreguidão, perde-se discernimento, não se têm as abordagens mais acertadas. Se isto acontece com muitos avançados já batidos, muito pior num jovem de apenas 20 anos. Alguns artistas que já conhecemos de ginjeira - não achei feliz a forma como José Manuel Ribeiro, director do Jogo, tratou a exibição de André Silva, mas não o coloco ao mesmo nível de um José Nunes, David Borges ou o freteiro com calo no cu como o macaco, Delgado -, uns de uma maneira mais directa, outros mais subtil, já queriam a saída do jogador do F.C.Porto da equipa. André Silva ontem deu a resposta, fez uma bela exibição, um hat-trick, teve quase 100% de eficácia. Ai, o adversário era fácil, os golos foram fáceis, disseram eles. É verdade, o adversário não é uma das selecções mais cotadas de Europa, os golos foram "faceis". Só que a selecção que Portugal defrontou ontem era melhor do que a que defrontou na sexta-feira e no futebol não há golos fáceis - daí o fácil entre aspas. O que define os homens de área e os goleadores, é precisamente a capacidade de estar lá, intuir e depois marcar. Foi o que aconteceu ontem nos três primeiros golos de Portugal.
Dito isto e para terminar, é preciso acrescentar o seguinte:
André Silva ainda tem muito para crescer, jogar ao mais alto nível ajuda, jogar com os melhores, também. Mas terá de ser naturalmente e será mais no F.C.Porto que na selecção, que André Silva tem de aprender a ser mais capaz com e sem bola, a cabecear, recepcionar, rematar, pressionar, etc. Esperemos também que ele e quem está mais próximo dele, no clube e fora do F.C.Porto, o mantenha focado para trabalhar, humilde para aprender e com os pés bem assentes no chão para não se deixar embalar no canto de algumas sereias cínicas e hipócritas.
PS - Outro homem do momento... A Benfica Tv é uma grande escola...
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