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domingo, 5 de fevereiro de 2017


Se me disserem que vamos ganhar jogos e ser campeões com exibições assim, compro já, apesar do sofrimento que não mata, mas moe. A importância de um título para o F.C.Porto, nas actuais circunstâncias, e que já aqui foram por várias vezes escalpelizadas, não se compadece com esquisitices. Também seria incorrecto e injusto, dizer, ganhamos, apesar de Nuno Espírito Santo(NES), idem se formos como todos desejamos, campeões. Um treinador tem sempre responsabilidades nos sucessos e insucessos, há mérito do técnico do F.C.Porto no carácter, atitude e coração desta equipa, esta equipa tem crença, tem raça, não desiste. Não creditar este mérito a NES, não é ver bem, mesmo que num grupo que tem, por exemplo, alguém com o currículo e carisma de Iker Casillas, ajude muito. Igualmente não devemos passar por cima de uma máxima do futebol: o adversário também joga e se é bom, é natural que nos crie problemas, faça sofrer e sofrer para vencer, acontece aos melhores.

Mas se tudo isto é verdade, há coisas sobre as quais devemos reflectir com objectividade e de forma construtiva. Sofrer sim, mas pode-se sofrer menos, se se sofrer com organização, equilíbrio, boa ocupação dos espaços. E se até podemos aceitar como natural que tenhamos menos bola, já não é tão natural que quando a recuperamos, não saibamos muitas vezes o que fazer com ela, recuperamo-la e perdemo-la logo. Para que isso não aconteça, é necessário que os jogadores estejam próximos, haja linhas de passe, saber quando se deve jogar no pé e quando se deve jogar no espaço, na profundidade. O que não deve acontecer foi o que aconteceu, os Dragões não podem ser tão dominados e tão inferiores como se viu na segunda-parte de ontem. Não há, de maneira nenhuma, uma diferença grande entre as equipas que justifique aquele apagão portista nos segundos 45 minutos. E não foi a primeira vez, já
frente ao Benfica, depois de 65 minutos muito bons, os melhores de toda a época, o F.C.Porto baixou, deixou o clube do regime ter bola e crescer, viria a pagar um preço caro por essa postura.

Tenho consciência que isto é muito mais fácil de dizer do que fazer e até corro o risco de ser acusado de estar armado em treinador de bancada, mas não faz mal. Tenho para mim que temos jogadores e já temos tempo, para um Porto mais organizado, equilibrado, consistente, com automatismos mais consolidados, melhor a definir e a controlar os jogos. Resumidamente, um Porto mais forte e mais compacto colectivamente. Como disse no post anterior, NES foi audaz, surpreendeu, colheu benefícios, mas e viu-se desde o início da segunda-parte, o jogo pedia mais um médio, Nuno demorou a ler, a mexer, adaptar a sua equipa ao que o jogo pedia. Felizmente ,correu bem, mas como nunca será o meu lema, tudo está bem quando acaba bem, nem tudo está mal quando acaba mal, fica a crítica.
Obviamente, esta análise não tem nada a ver com o apoio que todos devemos dar para que o grande objectivo da época, a reconquista do título, se concretize. Nunca percebi porque carga de água é quase um crime de lesa pátria, dizer que a exibição na segunda-parte foi má, a equipa tem problemas que urge corrigir. Só falta apelidarem-nos de maus portistas.

Duas notas finais:
Amanhã teremos uma visão, em vários pontos, diferente, na crónica do Felisberto Costa. É normal, no futebol não há verdades absolutas.

No final do jogo de ontem, JJ foi igual a si próprio, isto é, pequenino e mau carácter. Na antevisão, arrogância e bazófia, vai ser Palhinha e mais dez, depois culpa de Palhinha que não soube ler o guião e para completar o ramalhete, culpa também de Casillas. Extraordinário, como se o guarda-redes não estivesse lá para defender e o do F.C.Porto, se é verdade que no último minuto garantiu o 3 pontos, também é verdade que para além desse lance só teve outro difícil. Pouco para uma equipa que jogava tudo neste jogo, com a agravante de na primeira-parte, o Sporting não ter feito praticamente nada.

Última hora:
O canal público de televisão abriu o Telejornal com a vitória do Benfica e regresso ao 1º lugar. Fantástico!

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