Populares Mês

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017


Nestes jogos manda o bom senso que sejamos realistas, percebamos quem está do outro lado, tenhamos consciência que em condições normais eles são melhores e no futebol a maioria das vezes ganham os mais fortes. Apesar disso, há e não são tão poucas vezes quanto isso, excepções à regra, o futebol está cheio de favoritos que perderam. Era esse o grande desafio que o F.C.Porto tinha pela frente: contrariar a lógica, fazer surpresa, num desafio que significava um teste de elevadíssima exigência ao seu momento actual.
Não houve surpresa, prevaleceu a lógica, o poder da Velha Senhora fez-se notar e de que maneira! Na qualidade colectiva e individual de uma equipa superior ao F.C.Porto, fortíssima, formatada e preparada para lutar pela Champions; numa arbitragem que desde o 1º minuto tratou uns, os italianos, como filhos, os outros, os portuguesinhos, como enteados. E assim, apesar da sensação que com mais ou menos dificuldades o campeão italiano acabaria por se superiorizar, a expulsão de Alex Telles deixa a dúvida: até onde iriam os Dragões neste jogo, onze contra onze?

Entrando com Casillas, Maxi, Felipe, Marcano e Alex Telles, Danilo, Rúben Neves, Herrera e Brahimi, André Silva e Soares, o F.C.Porto teve muitas dificuldades em ter bola, sair para o ataque, levar perigo à baliza de Buffon. Tirando um livre perto da área, ainda não tinham passado 10 minutos, nunca mais os pupilos de Nuno Espírito Santo chegaram a criar problemas ao último reduto dos campeões de Itália.
Se frente a onze a Juventus já estava a dominar, quando o F.C.Porto ficou com dez, por expulsão de Alex Telles, esse domínio acentuou-se, os italianos estiveram quase sempre no meio-campo portista, foi preciso muito sacrifício, Iker e alguma sorte, para ao intervalo o resultado estar em branco.
E como é obrigatório falar da expulsão, pelo influência que teve no jogo, importa dizer que o primeiro amarelo é um exagero e se é verdade que o lateral-esquerdo dos Dragões foi imprudente na abordagem ao lance que originou o segundo, mas também é verdade que o árbitro não ia mostrar novamente o cartão, só mostrou por pressão dos jogadores da Juventus. O peso da Velha Senhora fez-se sentir, se fosse ao contrário, à luz do comportamento de Felix Brych para com alguns jogadores do campeão italiano, não se tinha passado nada. Resta dizer que depois da expulsão, saiu André Silva e entrou Layún e o intervalo chegou com uma igualdade a zero, lisonjeira para o F.C.Porto.

Na segunda-parte a Juventus continuou a dominar, a ter muita bola, mas o F.C.Porto melhorou na organização, esteve mais equilibrado, compacto, os italianos não estavam tão confortáveis, assertivos, nem tão perigosos como na primeira. Até que começaram as substituições e aí Allegri foi feliz, NES nem tanto - se Rúben estava nas lonas e precisava de sair, porque não outro médio em vez de Corona? Mesmo assim, foi preciso duas ofertas para que os transalpinos chegassem à vantagem. Primeiro, aos 72 minutos, foi Layún, claramente fora de forma, que cortando mal, fez uma assistência para Pjaca - um dos que tinha entrado - marcar; depois, passados apenas 2 minutos, foi Daniel Alves - outro que entrou - que beneficiou de uma desatenção e falta de marcação de Diogo Jota, fez o segundo e não se pode dizer que o resultado é exagerado, apesar da forma digna como o F.C.Porto se bateu.

Notas finais:
Agora temos de ser realistas, esquecer a Champions, recuperar bem do desgaste, pensar no campeonato e no próximo e difícil jogo do Bessa. Essa é que é a nossa grande guerra.

Não estou triste, nem desiludido, estou conformado. Se onze contra onze já era uma tarefa hercúlea, onze contra dez ficou uma tarefa impossível. Estes jogos não me deixam marcas, os que deixam marcas são aqueles em que somos claramente superiores e não nos conseguimos impor.

Grande ambiente e grande público no Dragão. Nunca ouvi uma assobiadela tão forte a um árbitro, como hoje ao alemão Brych. Ele mereceu! O estado em que ficou o pé de Hector Herrera é um exemplo significativo dos critérios utilizados pelo artista do apito. Foram só 17 pontos...

- Copyright © Dragão até à morte. F.C.Porto, o melhor clube português- Edited by andreset