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terça-feira, 21 de fevereiro de 2017


Para qualquer portista da minha geração, a primeira coisa que nos vem à memória e associamos quando se trata da Juventus, é Basileia, final da Taça das Taças, época 1983/1984. Os portuguesinhos do Porto, quase uns ilustres desconhecidos na europa do futebol - em anos anteriores já tínhamos eliminado o Barcelona e o Milan, criado grandes problemas ao Real Madrid, mas foram apenas uns fogachos, as excepções que confirmam a regra -, depois de deixarem pelo caminho Dínamo de Zagreb - derrota em Zagreb por 2-1 e vitória nas Antas por 1-0; Glasgow Rangers - nova derrota fora por 2-1 e nova vitória em casa por 1-0; Shakhtior Donetsk, agora Shaktar Donetsk - vitória nas Antas por 3-2, depois de termos estado a perder 2-0 e empate em Donetsk, 1-1; e nas meias-finais o Aberdeen, campeão em título da prova e na altura uma das melhores formações do Reino Unido, com uma vitória no saudoso Estádio das Antas por 1-0, resultado claramente lisongeiro para os escoceses e 1-0 na Escócia, aí, no terrível ambiente de Aberdeen, fruto de uma exibição irrepreensível - vejam os vídeos aqui, aqui, aqui e aqui e reparem naquele futebol, o agora chamado Tic-tac...- e de um sublime momento de inspiração de Vermelhinho, chegaram à final(*).
Como é conhecido, o F.C.Porto perdeu a final, injustamente e muito por culpa de uma arbitragem vergonhosa de um alemão de leste - na altura a Alemanha estava dividida e separada por um muro - chamado Adolf Prokop, frente a uma equipa que na altura era a base da selecção transalpina, campeã do Mundo no Mundial de 1982 em Espanha - Gentile, Scirea, Cabrini, Tardelli e Rossi -, reforçada com dois dos melhores jogadores da Europa, Boniek e Platini.
Agora voltamos novamente a defrontar a Juventus e tal como em 1984 os italianos são favoritos.
A Juventus, também conhecida por Velha Senhora, é crónica campeã de Itália, vai bem lançada para o sexto título consecutivo. O conjunto orientado por Massimiliano Allegri - dizem que está de saída para a Premier League, com o Arsenal na linha da frente -, é uma equipa muito experiente, bem organizada, colectivamente muito forte, recheada de craques - Buffon, Daniel Ales, Bonucci, Alex Sandro, Pjnanic, Khedira, Marchisio, Dybala, Higuaín, etc. -, daquelas que se facilitas, ao mínimo deslize castiga-te, resumindo, uma equipa e um plantel montado para lutar pela Champions, algo que o campeão italiano já não vence desde 1996.

Por tudo isso, repito, a equipa de Turim é favorita. Mas se devemos ter isso bem presente e respeitar a Velha Senhora, não devemos, nem podemos ter medo, entrar tolhidos, ser subservientes. Não, um F.C.Porto concentrando, personalizado, ousado, capaz de manter a coesão defensiva, equilíbrio no meio-campo e agressividade no ataque, pode, com a ajuda e o apoio de um Dragão cheio e a fervilhar de entusiasmo, criar dificuldades aos italianos, conseguir um resultado que lhe permita ir a Itália discutir a passagem aos quartos-de-final..
É um jogo e uma eliminatória muito difícil, mas a nossa História foi construída nas dificuldades, ao F.C.Porto nunca ninguém deu nada de mão beijada.
Vamos a eles, Dragões, temos muito mais a ganhar que a perder.

A minha equipa:
Casillas, Maxi, Felipe, Marcano e Alex Telles, Danilo, Herrera, Óliver e Brahimi, André Silva e Tiquinho Soares.

O árbitro de amanhã é também alemão, Felix Brych. Que seja mais feliz que o da final de Basileia e no fim do jogo nenhuma equipa tenha razões de queixa.

(*) Bem, logo no final do jogo foi uma grande festa, festa essa que se espalhou por todos os lados, mas com o epicentro a ter lugar no aeroporto de Pedras Rubras que foi literalmente invadido, pista e tudo, ao ponto do avião que transportava a equipa ter de ser desviado para Lisboa.

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