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terça-feira, 7 de fevereiro de 2017


Benditos os plantéis e felizes dos treinadores que têm ao seu dispor jogadores versáteis, capazes de interpretar vários modelos e vários sistemas, fazer várias posições sem quebra de rendimento.
Quando os plantéis não têm estas capacidades, muitas vezes é necessário adaptar, moldar, alterar as características de alguns jogadores. E nesse particular, já todos vimos metamorfoses de sucesso, por exemplo, avançados que deram excelentes defesas; defesas que não sabiam atacar nem sair a jogar, passarem a ser importantes nessas funções; médios e avançados que gostavam pouco de se sacrificar, passarem a trabalhar e pressionar muito; já vimos avançados que pediam bola no pé, depois serem capazes de mudar e saber receber na profundidade, etc.
Também é claro para mim e desde há muito tempo, jogar com muitos avançados não significa jogar ao ataque, já vi equipas apenas com um avançado dominarem e atacarem muito. O importante, repito mais uma vez, são as dinâmicas, a forma como os jogadores evoluem no campo, como ocupam os espaços, como dominam os ritmos, sabem ir por fora ou por dentro, jogar no pé ou jogar no espaço, jogar para a frente, lateralizar ou recuar, etc.

Vem isto a propósito, ainda, do último F.C.Porto - Sporting, em particular da segunda-parte... se bem que na primeira, apesar de marcarem dois golos, os Dragões tiveram pouca bola, não conseguiram atacar muito e criar oportunidades. Qual a razão? Fica a minha opinião para discussão.
O F.C.Porto entrou com um sistema que não sendo um 4x4x2 à moda antiga, rígido, tinha dois jogadores nas alas, Corona e Brahimi, um duplo-pivot, Danilo e Óliver. Sendo que o português é indiscutível, para mim, o espanhol é nas opções que o F.C.Porto tem para essa função, o pior, o melhor é um Rúben Neves ao nível do 1º ano de Lopetegui, não aquele que nos últimos tempos parece ter estagnado - já via assim antes da lesão. Dentro dos pressupostos que referi anteriormente, Óliver até pode vir a ser um jogador de alto rendimento em duplo/pivot, mas este Óliver é um organizador, se tem de dar à pinhanha - cada vez mais numa equipa de alta competição ninguém pode ficar de fora -, não se pode desgastar demasiado nesse trabalho e durar apenas sessenta e tal minutos, estar mais preocupado em defender do que fazer aquilo que melhor sabe, atacar, desequilibrar, assistir, aparecer para marcar. Herrera e André André, na ausência de Rúben Neves, estariam na minha visão, à frente de Óliver.

O mesmo raciocínio para Corona e Brahimi. Sendo que ambos têm jogado nas alas e parece claro que é a partir daí que rendem mais, não são e falta provar se alguma vez serão, os alas que a equipa precisa para jogar no 4x4x2 clássico, isto é, com os chamados extremos a fazerem o vai vem com grande à vontade e todo o tempo. Que Brahimi e também Corona, estão mais disponíveis para se sacrificarem, estão. Mas estão com isso a ter o rendimento que teriam se não tivessem de ter de ter um olho no burro e outro no cigano? No futuro até podem ter, mas no momento, sinceramente não me parece.

Outra questão, é o espaço na zona central que fica entre o chamado duplo/pivot e os dois avançados. Foi o primeiro jogo da nova dupla, é perfeitamente natural que ainda seja preciso trabalhar muito para afinar, para que um dos dois desça, tanto para receber pelo meio, como para ocupar o espaço, pressionar a primeira zona de construção, evitar que os médios do adversário estejam à vontade para receber e construir.

Assim e como conclusão: pesando os prós e contras, será que o 4x3x3, numa altura em que vamos entrar na fase decisiva do campeonato/Liga NOS, com a Juventus pelo meio, não é a solução mais confortável para os jogadores que temos no momento? A minha resposta é... sim, sem hesitações. Se Casillas, Maxi, Felipe, Marcano e Alex Telles, mais Danilo, me parecem consensuais, idem para Brahimi na ala esquerda, quem no meio-campo junto com o campeão europeu, quem na direita e quem na zona central do ataque? Não fujo à questão: Herrera e Óliver no meio-campo, Soares pelo meio, Corona na direita, não me chocava André Silva como falso extremo, posição que não lhe é estranha e porque André Silva não é um daqueles avançados que estão apenas na área à espera de ser servidos.
Quem quiser bitaitar...
Ah, Deco foi nos últimos 20 anos, o médio mais completo que vi jogar. Aquele que conjugava melhor uma técnica requintada, a criatividade, o génio e a capacidade de decidir, com uma agressividade a marcar e a pressionar que não é normal em jogadores com estas características.

A piada do dia, a cargo da dupla Mike e Melga:
- Melga, o panfleto da queimada - temos de os tratar assim, caso contrário ainda vamos na camioneta...-, traz hoje uma notícia sobre um ex-júnior do Benfica, chamado Ronny Santos, que o F.C.Porto tentou contratar, mas ele preferiu o Stade Nyonnais da 3ª divisão suiça.

- Mike, deixa-me completar a notícia, dizer que ele passou pelo Nacional, Gil Vicente e Trofense, sem se destacar, tendo ultimamente jogado no Batuque, clube de Cabo Verde. Será que o jovem jogador brilhou a grande altura nesse grande colosso do futebol mundial e foi isso que fez despertar o interesse dos Dragões?

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