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quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018


Como tinha dito na antevisão, o F.C.Porto tinha pela frente uma equipa fortíssima no seu conjunto, mas com um ataque fantástico, capaz de numa noite de inspiração fazer coisas do arco da velha. Disse também que um bom Porto não chegava, era preciso um super-Porto com tudo e todos a funcionar em pleno, que só assim poderíamos conseguir um resultado positivo, deixar a eliminatória em aberto. Mas como hoje não só não houve um super-Porto, como nem sequer um bom Porto, foi claramente um Porto abaixo das suas possibilidades, as consequências estão aí: foi a pior derrota do F.C.Porto, em casa, da história.

Agora é olhar para a frente, esperar que esta goleada não deixe marcas, já contra o Rio Ave, numa realidade bem diferente, a equipa de Sérgio Conceição consiga ultrapassar qualquer trauma que este jogo possa ter deixado e volte às vitórias. O campeonato é o grande objectivo da época, queremos muito ser campeões e portanto não podemos ficar prostrados, ficar a lamentar esta noite de pesadelo. Não, temos de reagir, ser capazes de nos erguer rapidamente. Essa tem que continuar a ser a nossa marca, porque só assim podemos conseguir aquilo que perseguimos e desejamos muito: trazer o título de volta ao Dragão.
Como acredito nas capacidades do treinador, porque é a Sérgio Conceição que se deve em primeiro lugar este entusiasmo em volta do futebol portista, não é esta noite de grande tristeza que me retira a confiança. E se uma derrota destas nunca pode trazer nada de positivo, pelo menos tem a vantagem de filtrar a fazer sair da toca alguns ratitos que há muito desejavam uma noite assim. E não me refiro apenas aos nossos inimigos...

Numa noite de Inverno, mais um obstáculo que era preciso ultrapassar, Sérgio Conceição para essa tarefa hercúlea, escalou de início, José Sá, Ricardo, Reyes, Marcano e Alex Telles, Herrera, Sérgio Oliveira e Otávio, Marega, Soares e Brahimi e os Dragões foram à luta e o jogo começou com o F.C.Porto a fazer o que se esperava: equipa organizada, compacta, procurando não dar espaços, com bola saídas rápidas para o ataque. Foram até os portistas os primeiros a criar perigo, aos 10 minutos, Otávio esteve perto do golo. Continuou assim, quando praticamente do nada e num duplo erro de José Sá - primeiro a repor a bola, depois deixando entrar uma bola fácil -, o Liverpool adiantou-se. Não foi justo, mas na Champions e frente a estas equipas, erras és penalizado, voltas a errar, voltas a ser. E assim, sem ter feito nada de relevante, nem estar a exibir-se a alto nível, a equipa de Klopp chegou a uma vantagem de dois golos. Tentaram reagir os azuis e brancos, mas os ingleses não permitiram grandes veleidades, apenas por uma vez e por Soares, o F.C.Porto esteve muito perto do golo. O intervalo chegou com os reds com uma vantagem confortável, mas injusta. Sendo melhor, o Liverpool não foi tão melhor que justificasse essa vantagem..

A perder por 2-0, o treinador do F.C.Porto deixou Otávio nas cabines, fez entrar Corona e a segunda-parte começou com os Dragões a tentarem reentrar no jogo. E é verdade que parecia que iam conseguir. Mas uma perda de bola no ataque, deu lugar a um rápido contra-ataque do Liverpool e golo. Com uma vantagem de três golos e praticamente tudo decidido, o restante tempo até ao fim foi  muito parecido. Porto a tentar, Liverpool a marcar, sempre através dos suspeitos do costume e em rápidas saídas para o ataque e aproveitando todas as oportunidades, numa eficácia que tem tudo a ver com a qualidade e o talento de três avançados, craques do melhor que há no futebol mundial. Firmino fez o quarto e novamente Mané fez o quinto, ele que tinha feito o primeiro e o terceiro, Salah tinha marcado o segundo.
E não há mais nada a dizer, quando tudo funciona mal, não vale a pena estar aqui a bater no ceguinho.

Uma última palavra para o público: teve um comportamento exemplar, mesmo em circunstâncias  muito difíceis.


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