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quarta-feira, 29 de agosto de 2018


Tinha pensado efetuar um balanço após esta 1ª fase que inclui a Supertaça e as 4 primeiras jornadas da Liga, onde o último jogo já teria ultrapassado o prazo de 31 de Agosto. Mas com a visualização dos últimos 2 jogos - Jamor que vencemos aos 92 minutos e Guimarães em casa, que perdemos - resolvi antecipar o post.
Digo desde já que vou falar abertamente dos jogadores que para mim falharam em lances de golos adversários, mas isso não é de nenhuma forma com o intuito de os marcar negativamente, é antes uma forma de explanar a minha ideia sobre os jogadores em causa e esses lances específicos com o intuito de melhorarem.

Já tinha referido anteriormente que após as saídas dos defesas titulares Marcano - estabilidade - e Ricardo - variedade de movimentos - e dos seus possíveis substitutos internos - Reyes e Dalot - que o FCPORTO precisava de arranjar soluções á altura para conseguir manter o plantel coeso defensivamente.
Assim, para os seus lugares vieram soluções internas, Maxi na lateral-direita e Diogo Leite no eixo defensivo - um produto da nossa formação - e com uma ou outra falha até estão a cumprir de uma forma razoável, mas se um é já um veterano a quem falta velocidade - como se viu no 2º golo do VG -, o outro é um central novo a quem falta algum poder de choque - como se viu no 3º golo do VG.
Então, para compensar estes possíveis erros individuais é necessário a equipa no seu todo trabalhe mais para resguardar os colegas do sector recuado. Infelizmente não é isso que vem acontecendo nos últimos 2 jogos.

Lembro que no início da época passada, o FCPORTO começou no meio-campo com Danilo  - mais 6 - e Óliver - mais 8 -, ou seja, um jogador de claras características defensivas, muito forte no apoio aos centrais, e aos poucos reconvertido para 8, que juntamente com - primeiro Óliver, depois Herrera após a 5ª jornada onde Óliver sai da titularidade. E assim durante um longo período tivemos Danilo - sempre muito concentrado às coberturas defensivas - e Herrera - mais dinâmico a sair a pressionar alto -, isto foi assim até à lesão de Danilo - final de Fevereiro, onde entrou o Sérgio Oliveira até final de época, mas numa equipa com processos consolidados, que ainda não estão agora...
É certo que em alguns jogos se jogou a 3 no meio-campo - jogos grandes e alguns das Champions -, mas no essencial jogamos no mesmo sistema deste ano, 4x4x2. Mas é bom recordar que Ricardo nos dava 2 soluções - defesa ou médio direito, entrando Maxi para defesa e subindo Ricardo para a ala, dando por isso mais consistência defensiva -, mesmo tendo Danilo no meio-campo. Ora este ano jogamos com Maxi e Diogo Leite e juntamos no meio-campo a 2 o Sérgio Oliveira - ainda não está no ritmo ideal e comete falhas defensivas - e o Herrera - poucas férias após Mundial, talvez por isso esteja mais discreto na organização do jogo - e digo eu, que falta faz Danilo para cimentar processos defensivos...
Assim, nestes 2 últimos jogos o FCPORTO fruto da vontade de querer ganhar os jogos, entra para marcar desde o início e tem conseguido até chegar ao 2-0 ainda antes dos 50m., mas depois a equipa relaxa e aí começa a cometer erros posicionais, se virmos o lance do 1º golo frente ao VG, onde estava o Maxi? E a cobertura teve de ser feita pelo Sérgio que abordou muito mal um lance dentro da área, não é Danilo - que acredito, teria outra abordagem. Tal como no lance do 3º golo do VG, onde apenas estavam 2 jogadores do VG na área, um, em disputa aérea da bola com o nosso central mais fraco fisicamente - estratégia -, mas o Diogo Leite não permite que o adversário rode ou remate á baliza - e bem -, mas obviamente não consegue evitar o passe atrasado, e ai, meus amigos, não se admite, Filipe, Herrera, Sérgio estavam todos parados na área e ninguém vê um adversário sozinho? Nem o Iker manda um berro a avisar das marcações erradas?
São 4 jogadores experientes, não são atletas novos, isto é claramente desconcentração competitiva. E é aqui que quero tocar no ponto que eu considero chave nos 2 últimos jogos, a equipa chega aos 2-0 e relaxa, tira o pé e comete erros óbvios. A minha pergunta é, será por cansaço, estarão alguns jogadores ainda sem ritmo para 90 minutos e só façam 60, 70 m. de intensidade alta? Ou estarão convencidos que o adversário já desistiu de virar o resultado e começam eles próprios a relaxar?
Sendo o 2º caso é preocupante, lembro que no ano passado Sérgio Conceição conseguiu convencer os seus atletas que o trabalho duro, a intensidade alta iria ser recompensada no fim de época e foi-o realmente, pois foram campeões. Mas será que os jogadores  - alguns mais do que outros - já colocaram os pés no chão e perceberam que esta época começa do zero para todos e que não se ganha nada por decreto?
É que por norma as segundas épocas com o mesmo treinador tendem a ser mais suscetíveis a escorregadelas ou mesmo quedas que originam perda de pontos  - como foi o caso frente ao VG -, é que isto de entrar na cabeça dos jogadores a ponto de os convencer que eles podem tudo também esgota os mesmos, e fazer o mesmo pelo 2º ano consecutivo é exaustivo.
Estarão os jogadores capacitados para responder durante 34 jornadas, mais taças e Champions como o fizeram a época passada? E será que querem, sabendo eles que mais cedo ou mais tarde vão acusar desgaste e sofrer lesões musculares, é que este ritmo intenso é propicio a este género de lesões? Este para mim é sempre o ponto chave de uma época que pode correr bem ou mal, o aspeto mental ganha mais jogos do que parece á primeira vista, mas a avaliar por estes 2 últimos jogos, alguns jogadores ainda não estão capacitados para isso.

E aqui parto para outra questão, que coloquei no final da época passada, este ano temos de ter mais qualidade de jogo, temos de conseguir com quase os mesmos atletas ter maior diversificação da nossa forma de jogar, pois o nosso 4x4x2 já é mais conhecido dos adversários  e uma vez que temos 2 jogadores “novos” no sector defensivo, e que Danilo - o nosso melhor médio de marcação - ainda não está apto, não seria de ponderar um esquema tático diferente, um 4x2x3x1 ou 4x3x3, saindo um avançado da equação e entrar um médio - Oliver - que faça a equipa ter e jogar em função de mais posse de bola?
Ou mesmo com o 4x4x2 conseguir criar uma dinâmica diferente em relação á posse de bola, aliás, o jogo frente ao D. Chaves foi exemplar nesse aspeto, que eu elogiei aqui, com vários jogadores a conseguirem em espaços curtos e em movimentos ofensivos uma troca de bola que propiciava entradas de jogadores pelas alas com o intuito de criar ruturas defensivas no adversário e assim ocasiões de golo claras, e como eu, acredito que muitos de nós pensamos que estaria encontrada uma variante no que concerne á posse de bola  - mais objetiva com o Sérgio Conceição, obviamente -, infelizmente os 2 últimos jogos não corresponderam a esta ideia que esse jogo tinha criado.
É que este nosso 4x4x2 de intensidade alta - concentração defensiva, pressão alta na recuperação, eficácia nos cruzamentos dos avançados para receberem bolas nas costas dos defesas contrários, com os médios ala sempre a tentar o passe ofensivo e prontos a responder á perda da bola -, é desgastante para todos os jogadores - os outros e os nossos - e com o 11 que temos neste momento disponível não seria de ponderar termos um controlo maior do nosso jogo e do jogo do adversário? E dessa forma ficaríamos mais resguardados com a posse de bola.
Seria voltar a tempos antes de Sérgio Conceição, eu diria que não, pois não é o estilo do treinador atual, pois ele procura muito mais objetividade nas suas equipas e coloca sempre muitos homens na área adversaria.
Mas talvez do ponto de vista defensivo, fosse mais aconselhável a equipa ter mais posse de bola para não sofrer tanto nas transições dos adversários, deixaríamos de criar tantas oportunidades de golo, possivelmente sim, é um meio termo que do meu ponto de vista teremos que encontrar dentro do atual plantel que temos á disposição, pois aparentemente não teremos reforços melhores do que os atuais jogadores que já se encontram no plantel, e poderíamos fazer isso a partir do momento em que chegássemos ao 2-0, ou seja jogar de uma forma até estar a vencer por 2 ou 3 e depois aprender a gerir o esforço, físico e mental com posse de bola.
Lembro que a determinada altura da época passada, foram vários os atletas que sofreram lesões e que baixaram temporariamente a forma, pois tendo um conjunto de jogadores de qualidade elevada, mas em numero limitado, nem todos são Danilo´s ou Brahimi´s e a equipa passou por alguns dissabores por tentar em todos os jogos chegar aos 3, 4 ou 5 golos. OK, é bonito o espectáculo, mas se os atletas não suportarem esse desgaste acumulado ao longo da época, é preferível chegar aos 2-0 e saber ou aprender, a gerir esse resultado de forma adequada. É aqui que eu concluo, é que se eu fosse adversário e tivesse pela frente um onze já batido do meio campo para a frente - para o bem e para o mal), (apenas com André Pereira que entrou no 11, e com Ádrian ou Marius de suplentes -, ou seja, já conhecendo formas e processos de jogar é mais fácil de anular esses movimentos do que por hipótese, se apanhasse 1 ou 2 jogadores novos - os chamados craques - que jogassem de forma diferente e trouxessem á equipa uma forma de pensar e de jogar diferente, obviamente a aprendizagem nos treinos e nos jogos seria mais depressa assimilada pela equipa, mas os adversários já teriam novos problemas. Ora, não tendo esses jogadores - que para mim se não existissem lesões seria apenas 1, 1 médio extremo de classe pela direita, bom no apoio defensivo e que desse á equipa algo parecido aquilo que o Brahimi dá pela esquerda..., notou-se bem a saída do Brahimi por lesão frente ao VG, pois poucos do plantel têm a sua capacidade de explosão em espaços curtos e criação de lances de golo.
Isto sem lesões - Soares - e castigos - Marega - e baixas de forma - Aboubakar... Mas com estes 3 ainda sem estarem a top nota-se ainda mais o esforço que a equipa tem de fazer. Assim, acredito que o Sérgio Conceição tem pela frente um dilema, ou insiste - com os mesmos - na mesma fórmula que o levou à vitória do campeonato - mas que eu tenho duvidas que resulte pelo 2º ano consecutivo, principalmente em provas longas -, ou consegue criar - com os mesmos da globalidade do plantel - um modelo mais amplo que permita uma gestão maior de todos os recursos que têm á sua disposição e assim criar dinâmicas diferentes na equipa e duvida nas equipas adversárias.
É que todos já percebemos que jogadores com qualidade superior aos que estão no 11 e até do plantel não irão chegar em 3 dias, tendo para trás 3 meses de preparação da época.
Portanto estarem a contratar por contratar, mais vale guardar o dinheiro para quando for realmente necessário investir. Termino dizendo que não é por criticar A, B ou C que não quero que a minha equipa ganhe, antes pelo contrário, o que eu mais quero é que conquistem todos os títulos esta época, mas sabendo que é necessário olhar para dentro de forma séria e honesta e perceber rapidamente o que está mal, corrigir e trabalhar mais e melhor, sem fazer barulho, sem dar nas vistas, e dessa forma acredito que os resultados desse esforço individual e coletivo serão agraciados pelo mar azul que cá estará para puxar pela equipa.

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