F.C.Porto 1 - Gil Vicente F.C. 1. Cansaço, desinspiração e falta de sorte, sem esquecer um excelente Gil Vicente
domingo, 27 de fevereiro de 2022
Cansado, mas feliz pelo apuramento para os oitavos-de-final da Liga Europa, o F.C.Porto regressou ao campeonato para defrontar a grande revelação da prova, o Gil Vicente orientado por um dos bons treinadores portugueses, o discreto e competente Ricardo Soares.
De início com Diogo Costa, João Mário, Mbemba, Fábio Cardoso e Zaidu, Otávio, Vitinha, Eustaquio e Pepê, Taremi e Evanilson - estreia de Eustaquio a titular -, os azuis e brancos encontraram um "galo" duro de roer, mesmo jogando contra 10 desde os 3 minutos da 1ª parte, foram incapazes de vencer e desaproveitaram uma grande oportunidade de reforçar a liderança.
Quando logo ao 2° minuto Vítor Carvalho foi e bem, expulso, a vida começou por ficar facilitada para o F.C.Porto. Só que os portistas não aproveitaram a superioridade numérica e apesar de dominarem e terem muita bola, eram lentos e previsíveis, toques e toquinhos, principalmente Vitinha, mas perigo, nem vê-lo. O Gil bem organizado atrás, sempre que podia atacava com critério, até esteve melhor e por várias vezes assustou Diogo Costa.
Vendo que a sua equipa não atava nem desatava, Sérgio Conceição ao minuto 31tirou Eustaquio, meteu Galeno, mas as melhorias não se notaram. E assim, ao intervalo o nulo persistia. Nulo que penalizava uma má exibição de um F.C.Porto desinspirado e era um prémio muito justo para um excelente Gil Vicente.
Na 2ª parte o F.C.Porto entrou forte, determinado a mudar o rumo dos acontecimentos. No 2º minuto Pepê? atirou ao poste, no 5º Taremi com a baliza toda aberta e a um metro do golo, falhou escandalosamente. Era um jogo de sentido único, mas a bola não entrava na baliza do Gil. Não entrava na baliza do Gil, mas surpresa das surpresas e contra a corrente do jogo, entrou na do F.C.Porto. Um lance de contra-ataque e com os centrais portistas a serem ultrapassados de uma forma inacreditável, Fran Navarro adiantou os de Barcelos, iam decorridos 62 minutos de jogo.
Reagiram quase de imediato os azuis e brancos, Evanilson empatou aos 66. Havia muito tempo par dar a volta ao resultado.
Sérgio Conceição de imediato tirou Galeno lesionado?, meteu Francisco Conceição, também saiu João Mário e entrou Fábio Vieira - mais tarde, ao minuto 78 saíram Zaidu e Vitinha, entraram Wendell e Toni Martínez -, os Dragões ainda mandaram duas bolas na trave, mas o resultado não se alterou. E se é verdade que faltou uma pontinha de sorte, também é verdade que mesmo contra 10 o F.C.Porto, muito por culpa própria, foi incapaz de marcar mais um golo. E há uma razão fundamental: em vez de tocar rápido e aproveitar os flancos, a equipa do F.C.Porto atacava muito pelo meio, zona com muitos jogadores do Gil, pior, em vez de soltar rápido, havia jogadores que se recriavam com a bola nos pés, quando soltavam raramente escolhiam as melhores opções.
Concluindo:
Talvez o F.C.Porto pelas oportunidades que teve, até merecesse ganhar, mas seria um castigo que o Gil, heroico, atrevido, bom de bola e a justificar o 5º lugar na classificação, fez por não merecer.
O F.C.Porto foi um misto de cansaço físico e mental, desinspiração em alguns jogadores que têm sido fundamentais - Vitinha, Fábio Vieira, Taremi, Evanilson, João Mário, falta de sorte, erros penalizadores - exemplo, golo do Gil - e de outros que não sendo tão importantes, deviam render mais, Zaidu e Galeno - incrível a incapacidade para arriscar do brasileiro - e ineficácia.
Do mal o menos, a vantagem para o 2º mantém-se. Veremos lá mais para a frente se estes pontos que depois do que aconteceu no início do jogo, pareciam ganhos, não farão falta.