G.D.Estoril Praia 1 - F.C.Porto 1. Não faltou coração, mas faltou sorte, tranquilidade e talento para ganhar
Depois de uma noite de pesadelo que fez aumentar substancialmente a temperatura no Dragão, o F.C.Porto regressou ao campeonato num campo tradicionalmente difícil, o Coimbra da Mota no Estoril.
Empatou já no tempo de descontos, perdeu 2 pontos, num misto de alguma falta de sorte, particularmente na 2ª parte e na parte final do jogo, de um claro deficit de qualidade principalmente no meio-campo.
Entrando com vários alterações em relação à equipas que iniciou o jogo com o Brugge, Diogo Costa, Rodrigo Conceição - no lugar de João Mário - Fábio Cardoso - no de Pepe -, David Carmo e Zaidu, Eustaquio, Uribe, André Franco - em vez de Otávio - e Pepê, Taremi - substituiu - Galeno - e Evanilson, o F.C.Porto entrou determinado, dinâmico, pressionante, mas não durou muito esse período. Rapidamente a pressão baixou, começaram os passes errados, ritmo lento, tudo muito previsível, as oportunidades escasseavam, faltava meio-campo aos azuis e brancos, alguém que pegasse no jogo, distribuísse com critério, encontrasse espaços, service com qualidade os avançados.
Estava o jogo assim quando perto dos 30 minutos, Diogo Costa e o poste evitaram o golo do Estoril.
Passados 5 minutos, Dragões marcaram, mas o golo foi invalidado pelo VAR. Logo de seguida, mais um golo bem invalidado, desta vez nem foi preciso VAR. Zaidu estava claramente em fora-de-jogo. Mas era uma boa reacção do campeão.
Contra a corrente do jogo, após uma perda de bola de André Franco, muito lento a pensar e a executar - jogar para o lado e para trás, até eu jogo -, perdeu a bola, bola na esquerda, Zaidu mal batido - nesse e noutros lances que podiam ter tido consequências graves -, Estoril em vantagem.
Resultado ao intervalo penalizava o F.C.Porto, mas quem erra sujeita-se...
Para a 2ª parte os campeões com o mesmo onze, entraram bem, logo nos primeiros minutos podiam ter empatado. Faltou estrelinha num grande remate de Taremi à barra. Na resposta, Zaidu novamente a dormir, chegou atrasado, Diogo Costa salvou o 2-0.
Ao minuto 59 saiu André Franco, entrou Galeno, F.C.Porto estava por cima, mas continuava a falta de clarividência, a incapacidade para construir, definir bem, concretizar.
Evanilson perto do golo aos 65, com mais coração que cabeça, raramente encontrando as melhores soluções, portistas apertavam.
Aos 72 entraram Veron e Toni Martínez, saíram Rodrigo Conceição e Evanilson - entretanto Pepê continuava desastrado, falhava até passes fáceis.
Aos 77 o Estoril ficou a jogar com 10, expulsão indiscutível - um chiqueiro com sede no Bairro Alto, Travessa da Queimada fala em polémica. Do livre, bola no poste, de seguida Toni Martínez falhou um golo cantado.
Com Grujic no lugar de Zaidu e Namaso no de Eustaquio, quando era preciso caprichar, cruzar e passar bem, os cruzamentos saíram todos errados.
Já no tempo de descontos, penálti claro contra o Estoril, Luís Godinho assinalou, após consulta ao VAR, Taremi empatou. Ainda faltavam alguns minutos, Taremi falhou clamorosamente, com o tempo a acabar, jogadores azuis e brancos em vez de meter a bola na área, andavam a passá-la de uns para os outros.
O jogo acabou com um empate e mais uma grande desilusão.
Notas finais:
No futebol não há grandes equipas sem um bom guarda-redes, uma defesa segura, um ataque que marque golos, mas no meio está a grande virtude. E o meio-campo do F.C.Porto deixa muito a desejar. Há neste meio-campo portista uma notória falta de qualidade.
Houve atitude, houve coração, faltou talento e qualidade para ganhar.
O F.C.Porto, é triste, mas é verdade, não tem um único jogador capaz de marcar um livre com competência.