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domingo, 14 de maio de 2023


 

Com o Benfica após a vitória em Portimão próximo do título, competia ao F.C.Porto evitar que essa possibilidade se concretizasse já nesta jornada, vencendo o Casa Pia, um dos adversários que os Dragões não conseguiram derrotar na 1 volta, no caso, mesmo jogando em superioridade numérica durante mais de 45 minutos.

Sem Marcano e Ótavio, o F.C.Porto começou com Diogo Costa, Fábio Cardoso, Pepe e Wendell, André Franco, Uribe, Eustaquio e Galeno, Taremi e Evanilson e com uma qualidade de jogo, fraca, abaixo dos mínimos exigíveis a uma equipa que é campeã nacional. Os defeitos foram os mesmos dos últimos jogos, muita posse, domínio, mas mais nada. Falta quem pense e execute rápido, encontre espaços, assista ou desequilibre. Não há criatividade, não há génio e quando surge uma oportunidade a eficácia é nula, mesmo em boa posição como aconteceu com Eustaquio e André Franco. O Casa Pia, mesmo indo pouco à frente, foi tão perigoso como o F.C.Porto. Não porque fizesse muito, mas porque há quem aposte em inventar, complicar. Outro problema, os Dragões beneficiaram de vários cantos, mas sem qualquer perigo, a bola é apenas despachada para a molhada.
Taremi que parece uma sombra que paira no campo, sozinho e com colegas em boa posição, passou ao guarda-redes.

Mais 45 minutos perdidos, sem motivos de interesse, com uma qualidade de jogo que deixou muito a desejar. Para piorar, já a terminar a 1ª parte, Evanilson marcou na baliza errada. Mau demais para ser verdade. 

Após um longo descanso, culpa do F.C.Porto que demorou uma eternidade a regressar do balneário, o conjunto de Sérgio Conceição voltou com a mesma equipa.
A atitude parecia diferente, mas para dar a volta não chega só vontade e coração, é preciso qualidade e está mais que visto, isso é coisa que não há muita neste plantel dos Dragões.
Aos 55 minutos saiu Fábio Cardoso e entrou Veron, recuou Uribe.
E logo o empate aconteceu, marcou Taremi, mesmo assim foi tão difícil meter a bola na baliza...
Havia muito tempo para chegar à vitória, era preciso aproveitar o factor golo, acalmar e encontrar o caminho para a baliza do Casa Pia.
Mas foram os lisboetas que só não marcaram porque Diogo Costa salvou os azuis e brancos. A forma como Eustaquio foi ultrapassado no lance em referência, foi inadmissível.
Enquanto os gansos conseguiam sair do aperto com relativa facilidade, os jogadores do F.C.Porto faziam tudo em esforço.
A forma como André Franco marcou um livre perto da área e de potencial perigo, atirando um balão para a bancada, era sintomática da forma como alguns jogadores se exibiam.
Mais um livre perto da área, descaído para o lado direito, bateu Wendell, defendeu Ricardo Baptista.
Continuava a saga dos cantos mal marcados, mas na ressaca, Galeno atirou ao poste, uma bola que andou por ali perdida até chegar ao luso-brasileiro. 
O Porto apertava, Veron desperdiçou uma excelente oportunidade para colocar o F.C.Porto na frente.
A lentidão de Taremi era desesperante, aos 83 minutos e depois de uma grande defesa do guarda-redes, o iraniano atirou contra o defesa.
De seguida entraram Grujic, Namaso e Toni Martínez, saíram Eustaquio, André Franco e Evanilson.
Os portistas tentavam, mas sem discernimento e na ora de finalizar, o costume, um desastre.
Ainda por cima, Ricardo Baptista defendia tudo. Até que aos  93 Namaso fez golo, deu a volta ao marcador. Já merecia a equipa de Sérgio Conceição.
Era preciso segurar, não inventar, mas era pedir muito, Toni que o diga.
Galeno podia ter acabado com o sofrimento, mas sozinho falhou.
O jogo terminou com uma vitória, justa, dos Dragões, mas para não fugir à regra, mais uma vez com muito sofrimento.

Notas finais:
Não, não e um rotundo não, àqueles que dizem que o importa é ganhar, Ópera é no S.Carlos.
Se é verdade que conquistar os três pontos é fundamental, quem joga bem está sempre mais perto de o conseguir. E depois, uma coisa é jogar mal excepcionalmente, outra é isso ser a regra - após o jogo da Luz apontem-me um jogo em que os azuis e brancos tenham feito um jogo em condições, um jogo em que os adeptos não sofressem a bom sofrer? - e isso não pode ser a marca de um clube com a grandeza e a história do F.C.Porto.

Não quero ser demasiado duro, mas quando se perde dois jogadores do nível de Vitinha e Fábio Vieira e apenas se contrata André Franco...
Qual dos actuais médios do campeão é capaz de fazer a diferença, pensar e executar rápido, fazer passes de rotura, marcar ritmos, saber quando acelerar ou abrandar, ultrapassar linhas, encontrar espaços, assistir com qualidade? Uribe, Eustáquio, Grujic e André Franco são muito parecidos, têm as mesmas características, o ex-Estoril é de uma lentidão exasperante.

O objectivo foi conseguido, a vitória fez os foguetes regressar ao armazém, o nacional benfiquismo bafiento e despudorado vai ter de continuar a sofrer e o 2° lugar, normalmente o 1° dos últimos para a exigência portista, está a um ponto. Mas apenas porque agora a entrada directa na Champions League, prova sem a qual o F.C.Porto passaria as passas do Algarve, é fundamental.

PS - Não explica tudo - os treinadores não podem ser desresponsabilizados pela forma como as equipas se exibem -, mas repito pela importância: este é o pior plantel do F.C.Porto dos últimos muitos anos. E essa é, em 1° lugar, responsabilidade da estrutura do futebol com o senhor presidente acima de todos.


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