quarta-feira, 17 de janeiro de 2024
Desde logo, porque André Vilas-Boas está a concorrer para ser presidente do FCP e a sua candidatura tem potencial para conseguir esse objectivo - se não fosse assim não havia problemas, tudo estraria na Santa Paz do Senhor - e não para ter protagonismo nem cinco minutos de fama. Já tem as duas coisas.
Depois, porque candidatar-se contra um presidente que vai fazer 42 anos à frente dos destinos do FCP, transformou e colocou o FCP num patamar de excelência, com uma obra notável, um currículo e um carisma extraordinário, não é fácil, é lutar contra muitos que acham que uma candidatura a eleições de uma grande Instituição como é o FCP, não é um sinal de vitalidade democrática, mas um crime de lesa pátria, falta de respeito, memória, ingratidão - AVB e quem o apoia, têm sentido na pele e de que maneira, essa intolerância. Um exemplo: Jorge Costa uma referência do FCP não tem sido poupado.
Finalmente, porque ser presidente do FCP nesta conjuntura dificílima, com uma SAD em falência técnica, um passivo superior a 500 milhões, um plantel que está longe de valor de vários plantéis do passado, sem Academia, fundamental para extrair todo o potencial da formação, é uma tarefa hercúlea, obriga a um grande trabalho, a uma dedicação total, um regresso ao tempo dos homens sem sono.
- Por isso, André, porque sempre defendi que devia haver concorrência e alternativas credíveis ao status quo, este portista de sempre e para sempre, que do FCP só quer vitórias e títulos, deseja-te muito boa sorte...
E mais, André, mesmo que te ataquem de forma baixa e intelectualmente desonesta e ser fácil contra-atacar, resiste à tentação, não vás por aí. Fala, melhor, continua a falar das tuas propostas para o FCP - Futebol, SAD, nas suas diversas áreas - sem esquecer a importância das modalidades -, porque em primeiro lugar o FCP é um clube de futebol e o futebol é o motor que põe tudo a girar. Diz-nos, como pensas gerir a estrutura do futebol do FCP? Na actual e complicada conjuntura, como pensas recuperar financeiramente o FCP, mantendo uma equipa competitiva e capaz de lutar por títulos? Sobre as tuas ideias para a formação, Academia incluída? A política de remunerações, os altos salários e esse atentado à essência do portismo, que são os prémios absurdos, são para manter? O que pensas fazer na relação com as claques? Com a comunicação social maioritariamente anti-portista? Como vai ser a relação com sócios e adeptos - os sócios e adeptos vão continuar a ser tratados como clientes, cada vez com menos direitos e que, salvo as excepções conhecidas, apenas são lembrados quando interessa? Como pensas tratar da marca FCP, com o marketing e o merchandising a passarem a ter um papel bem mais relevante com os consequentes benefícios para o FCP?
Enfim, fala, melhor, continua a falar de tudo e, repito, não baixes o nível, mesmo que os ataques sejam do pior. Somos todos portistas e o FCP está a cima de tudo e de todos, sem esquecer que depois das eleições é fundamental que todos remem para o mesmo lado, não existam fracturas que atirem o clube para divisões que já trouxeram graves problemas no passado.