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domingo, 30 de agosto de 2009


Se frente ao Nacional gostei da exibição da equipa portista, ontem, se exceptuarmos os 10 minutos iniciais, a exibição de Varela e um ou outro lampejo, não ficou quase mais nada para recordar, de um jogo, que no entanto teve um vencedor justo.

Fiel à tradição: em equipa que ganha e joga bem, não se mexe, Jesualdo iniciou a partida da Figueira da Foz com o onze que tão boa conta de si tinha dado frente ao conjunto insular. E a coisa prometia: entrando forte, a dominar e a jogar bem, o F.C.Porto chegou à vantagem aos 8 minutos por Falcao e, como se costuma dizer, contra estas equipas, o mais difícil estava feito. Não foi assim: deixando de jogar, recuando linhas, abrandando no ritmo, nas marcações e na concentração, o F.C.Porto desapareceu do jogo, deixou o adversário crescer, equilibrar, ser perigoso e pode dar-se por feliz, por chegar ao intervalo em vantagem, que diga-se, não justificou.
Na segunda-parte veio dos balneários um Porto melhorzinho, nada de especial, mas melhor, melhoria que se acentuou, quando o técnico portista fez a substituição correcta, tirando Mariano para a entrada de C.Rodríguez. Ao colocar o uruguaio na esquerda e Varela na direita, a equipa ficou equilibrada - Mariano era menos um -, voltou à mó de cima, marcou o segundo golo, controlou e apesar do auto-golo, que não estava nas previsões, nem se previa naquela altura, conseguiu, até porque marcou o 3-1 no minuto imediato, levar a água ao moinho, vencendo com justiça.

Quero no entanto dizer o seguinte: uma das coisas que mais me irrita - penso que irritará a maioria dos adeptos do F.C.Porto -, é a forma como a equipa dos Dragões gere vantagens. Não é desta época, mas este futebol de Jesualdo, baseado nas transições rápidas - contra-ataque digo eu, por mais que tentem dizer o contrário. Ivic sempre jogou assim e era considerado um técnico defensivo e de contra-ataque -, que recua quando está em vantagem, deixando de pressionar e ir à procuar de novo golo, não me convence e é responsável pelos muitos anti-corpos - apesar dos sucessos conseguidos -, que ainda tem o Alfaiate de Mirandela.
Pensei que já estava conformado e mentalizado, que com Jesualdo, vai ser sempre assim. Não estou e se é melhor ganhar a jogar mal, que empatar ou perder, a jogar bem, acho que é possível conciliar as duas coisas. Ontem na Figueira estavam reunidas as condições para isso e mais uma vez não aconteceu. O que me leva
a colocar a questão: se o golo frente ao Nacional tivesse aparecido não aos 65 minutos, mas mais cedo, teriamos conseguido a mesma exibição?

A equipa um a um:

Helton:
bem, aquela primeira-parte, foi para esquecer e se por acaso tem tido consequências, a esta hora a titularidade da baliza portista já estava entregue a Beto. Melhorou na etapa complementar e no golo nada podia fazer.

Fucile:
gostei do uruguaio, mas também só depois do descanso, porque antes, aquele lado direito portista, até metia dó!

Bruno Alves:
uma exibição segura e tranquila. Mas uma pergunta: aqueles avanços no terreno, são ordens do treinador ou iniciativa própria, para convencer alguém que também sabe sair a jogar?

Rolando:
o mesmo que Bruno na segurança e tranquilidade, mas uma péssima abordagem no lance que deu o golo da Naval e que podia ter resultado num final de jogo complicado. A concentração tem de ser durante 90 minutos.

Álvaro Pereira:
o elo mais fraco da desfesa, ele que até começou muito bem. Mas depois, tal como a equipa, pensou que já não era preciso fazer mais nada e foi um desastre: entradas a destempo, faltas sucessivas em zonas perigosas, cartão amarelo justo e uma cara de surpresa, perante as evidências, que já irrita. Bem Jesualdo a colocar lá Fucile, até para o uruguaio perceber que ou dá à perna ou vai para o banco.

Sapunaru: jogou pouco tempo, não deu para ver muito, mas pelas razões apontadas atrás, é bom que comece a ser alternativa.

Fernando
: se não fossem aquelas entradas com tudo, perto da área e que dão faltas perigosas, não havia nada a dizer da exibição do trinco portista.

Bellusci:
um dos maiores responsáveis pela má primeira-parte. Lento, sempre atrasado e a escolher a pior solução o argentino, foi uma sombra que pairou sobre o Magalhães Pessoa. Melhorou no segundo-período, mas sem atingir grande brilhantismo.

Meireles:
uma boa exibição durante o tempo todo. Durou os 90 minutos o que é óptimo, mas vai agora para a selecção e já sabemos como vai regressar: todo roto!

Rodríguez:
já está melhor, mas quando precisava de estar a trabalhar para atingir a melhor forma, é outro que vai representar o seu país e tal como Raul, quando chega nunca vem em muito bom estado.

Mariano:
a sua exibição foi tão fraca que nem me apetecia dizer que foi dele a assistência para o golo de Falcao.

Farías:
um golo pleno de oportunidade, um golo à Farías e não havia tempo para mais nada.

Falcao:
o que se pede a um avançado é que marque golos. Falcao marcou o primeiro e fez a assistência para o segundo. Basta...

Varela:
o melhor do Porto e da partida, para mim. Na direita ou na esquerda e na ausência de Hulk, Varela tem sido o grande jogador do F.C.Porto, com uma grande responsabilidade nos dois últimos sucessos do Tetracampeão. Para quem tem apenas dois meses de F.C.Porto é muito, o que demonstra que quem tem qualidade tem-na logo de princípio, mesmo que possa sempre melhorar.

Nota final
: o mercado vai fechar e ao contrário do que eu pensava e desejava, parece não vai chegar mais ninguém para o F.C.Porto. Falarei disso na próxima semana.


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