Começo pelo fim: espero, é um fortíssimo desejo, que ontem tenha sido o fim do ciclo Jesualdo no F.C.Porto. Já li, nos jornais online, que os alguns jogadores portistas se manifestaram partidários da continuidade do Professor. É uma atitude bonita, compreensível, que só lhes fica bem, mas que não é a minha vontade e desejo que não seja também, a de quem tem de decidir, o Presidente e a Administração da SAD - o F.C.Porto não pode avançar para uma nova época com um treinador, que tem contra si uma grande parte da massa adepta portista. Jesualdo tem pouca ou nenhuma, margem de manobra e se as coisas, no início da nova temporada, não começassem bem, corriamos o risco, de, logo nos primeiros jogos, haver instabilidade, problemas e o F.C.Porto não está em condições de passar novamente por isso. A juntar a esse factor, há uma época em que os objectivos mínimos não foram alcançados; há o cansaço de quatro anos; há o cinzentismo exibicional como imagem de marca; há no Universo do Dragão, uma forte vontade de mudança. Os fantásticos adeptos do F.C.Porto - falarei deles mais lá para a frente -, querem, sente-se, uma nova alma, outra chama, novo discurso, outro futebol, alguém que os galvanize, os motive e principalmente, os respeite - não que Jesualdo não seja correcto, não é isso, tem a ver apenas com a filosofia de jogo portista: o Porto de Jesualdo, se puder ganhar por um, não ganha por dois, o espectáculo é coisa supérflua. - Sr. Professor, ontem no final do jogo e na viagem de regresso, sabe o que se dizia no autocarro em que viajei? Que o pessoal vinha mais animado depois da derrota na Taça da Liga, que com a vitória de ontem...E a malta não é masoquista, Sr.Professor!

Do jogo não tenho muita vontade de falar, mas é importante dizer o seguinte: péssima entrada, defesa, guarda-redes incluído, a apanhar bonés e o Chaves quase a marcar. Depois, sem nada que o justificasse e aproveitando um dupla abébia - defesa e guarda-redes da equipa transmontana deram uma grande caixa -, o F.C.Porto adiantou-se no marcador e a partir daí tudo ficou mais fácil. Surgiu o dois a zero, o melhor período portista e só não houve goleada, porque Hulk de forma displicente, por três vezes, fez o mais difícil e falhou, completamente sózinho na cara de Rui Rego - curiosamente, o brasileiro foi o homem do jogo!...E pronto, não há muito mais a dizer... Já que suas excelências acharam que já tinham cumprido a sua função e da segunda-parte é melhor nem falar!...Apenas mais duas notas: houve um menino, que aos 15 minutos, se calhar até antes, já estava mortinho por ir para o banho e nem sei como ele aguentou até ao intervalo... O outro - acha-se demasiado grande para o F.C.Porto. Acha ele e o paizinho! -, entendeu que havia de deixar a sua marca e no último jogo foi expulso, depois de logo no início do jogo dar mostras de um nervosismo excessivo. Devem estar ansiosos para irem apanhar os ares da serra!

O Mundial é um marco na carreira de qualquer profissional, mas que diabo, não precisavam de exagerar!

É tempo de falar dos adeptos portistas que se deslocaram ao Jamor, seguramente mais de 20 mil... Depois de uma época que ficou aquém das

expectativas, frente a um adversário pouco apelativo e num clima de conflitualidade com o clube do regime, que prenunciava vinganças e represálias, felizmente, correu tudo bem, os adeptos portistas disseram presente, encheram o Jamor, fizeram uma grande festa antes e durante o jogo e só não foram mais exuberantes no final, porque depois daquela miserável de segunda-parte, não há paixão que resista. Ontem, em Oeiras, esteve a alma do Dragão, os portistas de sempre e para sempre... Ao contrário do que por vezes se diz - pipoqueiros e outros epítetos semelhantes -, temos gente, temos entusiasmo, temos muito portismo à flor da pele...Fechem o ciclo, dêem-nos qualidade, bons espectáculos, tragam-nos de volta a mística... e a chama do Dragão irá até ao fim do Mundo...Porque, como gritava a rapaziada ao chegar à Invicta, o Porto somos nós!

Ah, um grande abraço para a malta do BiBó-PoRtO Tour, Pulguedo, aqui vamos nós!, companheiros de uma viagem excelente. Não faltou nada, a culpa do mau futebol não é vossa e até se perdoam as marianadas...