segunda-feira, 25 de outubro de 2010
E gostei muito, porque o F.C.Porto teve hoje, tudo aquilo que se pede a uma grande equipa: pressão alta, sufocante, que não deixou o Leiria respirar; domínio total do jogo; futebol bonito, alicerçado num colectivo forte, que, tal como disse Villas-Boas, potencia o talento individual; jogadas a toda a largura do rectângulo de jogo, num tic tac que galvaniza a plateia; e tudo isto, tirando um pequeno adormecimento, natural, durante um pouquinho da segunda-parte, depois de uma viagem longa e um jogo desgastante na Turquia.
Pressão, por jogar depois dos principais rivais terem conquistado os três pontos? Nenhuma! Esta equipa está fortíssima, confiante, joga como respira, motiva, mobiliza, deixa os adeptos satisfeitos e com vontade de regressar.
Como dizia um amigo meu, no final do jogo, "assim, vai ser muito difícil perdermos". E nem quando lhe lembrei a facilidade com que o árbitro tinha marcado um penalty contra o F.C.Porto e ignorado outro a nosso favor, ele vacilou: "ganhamos até contra o árbitro!"
Foram cinco e ninguém pode dizer que é um resultado exagerado, antes pelo contrário, tivemos várias oportunidades, claras, para marcar, pelo menos, mais outros tantos golos, enquanto Helton, na primeira-parte não fez uma defesa e na segunda, tendo mais algum trabalho, não foi muito posto à prova.
Quando jogamos assim, quando a exibição atinge esta qualidade, não faço referências individuais, mesmo correndo o risco de estar a ser injusto, com quatro ou cinco jogadores, que foram brilhantes. Vocês, como dizia o outro, sabem de quem estou a falar, não sabem?
Assim, a palavra aos protagonistas, em primeiro lugar ao mister:
«O importante é manter-nos alerta. As dificuldades sãos sempre acrescidas. Os jogadores não acusaram pressão-extra pelos resultados dos adversários directos e mantiveram o nível de exibição. Temos todo o apoio, continuamos com esta senda de vitórias para mantermos esta diferença pontual para o Benfica».
[É o melhor início de época do F.C. Porto dos últimos anos]
Isso pouco interessa. Temos uma vantagem confortável, mas é importante não a perder. Perder essa vantagem, além dos pontos, significa perdermos uma chama que julgo que os outros não têm».
[Há um ano jogou aqui como treinador da Académica. O que mudou entretanto?]
«Mudou pouco. Talvez esteja um pouco mais experiente. É o clube e os jogadores que me dão prestigio e não o contrário».
[Hoje trocou Bellushi por Ruben Micael, porquê?]
O Ruben tem treinado bem, achámos que era o momento justo para ele entrar».
Hulk:
«Todos os jogos são motivantes e importantes. Contribuí para a vitória da equipa e fico feliz. Estou a fazer boas exibições porque o colectivo está muito bem. Assim, as individualidades destacam-se. Na época passada tive aquele problema disciplinar quando estava no meu melhor nível. Este ano estou a ter ritmo e continuidade.»
Moutinho:
«Foi o 14º triunfo, estamos a cimentar o gosto pela vitória e estamos a fazer bons jogos, com qualidade, portanto queremos dar continuidade. Segue-se a Académica, que é um adversário difícil, mas queremos manter o hábito de vencer. Quero agradecer aos adeptos e pedir-lhes que estejam em Coimbra para nos ajudar a ganhar. Se sentimos que o F.C. Porto não tem concorrência? Sabemos que há equipas que nos querem derrotar, mas temos trabalhado bem. Nunca estive nesta circunstância de ganhar 14 jogos em 15 possíveis, para mim é muito bom, é sinal que o F.C. Porto está bem, está unido e está toda a gente a correr para o mesmo objectivo.
Se estava à espera de uma época tão boa? Claro. Saí de um clube para vir para o F.C. Porto para melhorar, acho que estou a conseguir, estou a dar mais à equipa, é isso que procuro e é isso que quero. Está difícil chegar ao golo, claro que o procuro, tenho tentando, e sem dúvida nenhuma que ele vai aparecer.»
PS- Hoje, para além do Jorge, do Porta 19 e da malta que aparece sempre, tive o prazer de conhecer pessoalmente, mais dois portistas destas andanças: o Paulop e o Luís.
Um abraço para eles.