segunda-feira, 6 de dezembro de 2010
Tinha consciência que ia ser difícil e disse-o no post anterior, de antevisão do jogo. Só que nunca pensei que fosse tão difícil e as dificuldades não tiveram apenas a ver com o cansaço, que foi notório em alguns jogadores, R.Falcao foi o melhor exemplo, mas com a forma como alguns jogadores não jogaram. Não foi por cansaço que Belluschi errou tantos passes, foi pouco objectivo no seu futebol e desapareceu cedo do jogo - o argentino só jogou 20 minutos em Viena. Não foi por cansaço, não jogou frente ao Rapid, que C.Rodríguez, mais
uma vez, passou ao lado do jogo ele que ou se lesiona ou é expulso. Não foi por cansaço que E.Rafael não fez uma única coisa de jeito e esteve tempo de mais em campo - ele que nem sequer viajou para a capital austríaca. Não foi por cansaço que R.Micael está a jogar tão abaixo do que nos habituou - hoje jogou pouco tempo. Etc., etc, etc. Aliás, o melhor exemplo que o cansaço não explica tudo, foi a exibição, de muito bom nível de J.Moutinho, que esteve em campo na quinta-feira, o tempo todo.
Quem viu o início do jogo, não esperaria que tivessemos de sofrer tanto para conseguir a vitória. Entramos bem, criamos lances de perigo, tivemos uma bola na barra e só duas ou três excelentes defesas do guarda-redes sadino não permitiram que chegassemos à vantagem, vantagem que chegou perto do intervalo, num penalty que os facciosos já disseram que não existiu, mas que pelas imagens que vi, me pareceu penalty. Era um resultado justo, pois embora não tenho jogado muito, o F.C.Porto foi claramente superior a um Vitória que se limitou a defender com todos atrás e nunca incomodou Helton.
Na segunda-parte é que foi o problema. Entramos mal, continuamos mal, deixamos o adversário acreditar eacabamos com a sorte que protege os campeões, quando Elmano, talvez porque tinha algum problema a afectá-lo, quis fazer "justiça", inventou um penalty e deu cartão a Otamendi, quando a haver falta, ela foi cometida por Fucile. Falhou à segunda tentativa o avançado vitoriano e fez-se justiça. Se é verdade que jogamos muito pouco, também é verdade que merecemos ganhar e nestes jogos o fundamental é conquistar os três pontos.
Resumindo: vitória justa, num mau jogo do F.C.Porto em que o cansaço não explica tudo. A equipa, descontando o jogo de Viena, tem caído de produção e é importante que quem dirige, equipa técnica, perceba quais as razões e rapidamente altere o que tem de ser alterado, principalmente na parte mental. É preciso encarar todos os jogos com a mesma atitude e o mesmo espírito. É necessário perceber que ainda não ganhamos nada e fundamentalmente é preciso mudar o discurso de alguns meninos que andam a falar de mais. Hulk e Falcao são jogadores do F.C.Porto e não vão sair na reabertura do mercado. Se vão sair ou não no Verão, lá mais para frente se verá e é preciso deixar essa conversa que quer um quer o outro, a jogarem assim, vão sair do F.C.Porto. Que a C.Social fale nisso, é natural, é preciso vender papel e aumentar as audiências, mas que sejam jogadores portistas a dizerem que Hulk e Falcao já são demasiado grandes para o F.C.Porto e é inevitável que saiam, é outra coisa. É preciso recuperar rapidamente a humildade e as virtudes que esta equipa já mostrou e que ultimamente têm aparecido tão pouco.
Duas notas finais: uma de crítica aos adeptos portistas. Tudo bem, era segunda-feira e o tempo estava muito mau, mas que diabo, esta equipa merecia mais gente no Estádio e mais apoio. 23 jogos oficiais, 20 vitórias e apenas 3 empates não conseguem levar mais que perto de 19.000 pessoas ao Dragão?
A outra nota para destacar o fantástico relvado do Dragão. Tanta e tanta chuva e o relvado parecia um tapete. Também por aí não há razões para desculpas.
Já falei de alguns jogadores e não vou dizer acerca deles mais nada, mas não gostei daquele à vontade de Helton, com demasiado tempo a colocar a bola em jogo. É uma mensagem que não gosto de ver nas equipas do F.C.Porto. Cartão justo, embora só um árbitro sem qualquer critério lhe tenha dado o amarelo e não tenha feito o mesmo a Diego que com o resultado em zero a zero, fez muito pior.
Fucile: o problema são as desconcentrações que às vezes dão cabo de exibições bem conseguidas.
Melhor Rolando que Otamendi. O argentino tem de ser mais contundente no ar e não ser tão precipitado na abordagem de alguns lances.
Guarín: errou alguns passes, é verdade, mais aguentou o jogo todo e foi juntamente com Moutinho o único recuperador de bolas.
Hulk: desastrado nos livres, foi dos melhores, embora longe de atingir grande fulgor.
Walter: pouco tempo em jogo e nada de relevo.
Sapunaru: cumpriu sem grande exuberância. Também não era isso que se lhe pedia naquela altura...