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domingo, 6 de novembro de 2011


Nunca fomos Campeões...
Numa altura em que o andor vai cheio e o coro dos que pedem a cabeça do treinador, cada vez é maior, continuo a não ir por aí. Não o faço por cegueira, teimosia, casmurrice, seguidismo, incapacidade de dar o braço a torcer, etc. Não, faço-o porque tenho a convicção que mesmo cometendo erros, nesta ou naquela substituição, nesta ou naquela opção e ter um discurso pouco coerente, pouco motivante e muito menos galvanizante, Vítor Pereira não é o único, nem o principal culpado do que está a acontecer. Mais, tenho também a forte convicção que a saída de Vítor Pereira não ia resolver nada. A razão para que também pense assim tem como base a história desde que Pinto da Costa é presidente do F.C.Porto e já não recuo aos tempos em que aos primeiros desaires e contestações, mudava-mos de treinador. Se bem se lembram, desde que o actual Presidente dirige o F.C.Porto e já lá vão quase 30 anos, o clube do Dragão tornou-se o clube português de maior sucesso. Durante essas quase três décadas as vitórias têm sido tantas que seria fastidioso estar a enumerá-las, mas também houve desaires, que se podem considerar apenas excepções à regra. Esses desaires, salvo em uma ou outra época - Artur Jorge na segunda passagem, Fernando Santos e último ano de Jesualdo -, foram quando utilizamos o chicote e o treinador saiu a meio da temporada. Foi assim com Quinito, foi assim na segunda passagem de Ivic, foi assim com Octávio - mesmo com a entrada de Mourinho nada se resolveu e os últimos meses da época 2001/2002 foram muito complicados, só garantimos o 3º lugar, na última jornada, em Paços de Ferreira e com algum sofrimento -, foi assim na conturbada época de 2004/2005. Como exemplo em contrário, o muito contestado Co Adriaanse, nem vale a pena recordar a contestação que foi alvo, ganhou o campeonato e a taça. Tudo o que referi pode ser rebatido, mas parecem-me razões suficientes para merecerem ponderação e não reagirmos de cabeça quente. Mas se é importante não reagir a quente, é óbvio que as coisas não podem continuar assim. Não chega apenas manter o treinador e não fazer nada. Ora, é aqui que a porca torce o rabo: se nós vimos que algo não está bem, os responsáveis do clube também vêem e é a eles, dirigentes com provas dadas, competentes, experientes e habituadas a lidar com situações semelhantes, a quem compete, em primeiro lugar, fazer o diagnóstico, ver qual é a doença que afecta a equipa e agir. Assim, como está, é que não pode continuar. Ou acreditam no trabalho de quem lidera tecnicamente o plantel portista e passam essa mensagem, para todos, reforçando os poderes do chefe da equipa técnica ou  não acreditam e então tomam decisões, por mais custosas que sejam. Não podem é deixar Vítor Pereira sozinho. Todos batem no treinador e ninguém da SAD sai em sua defesa?  Já basta os tiros nos pés que se deram em galas de homenagens a quem abandonou o barco, a oito dias do início da época e está na génese de muitos dos problemas que estamos a viver, com grandes elogios a quem saiu e nem uma palavra para quem teve a coragem de assumir, em condições muito difíceis.
Que esta paragem sirva para quem manda, analisar e decidir, doa a quem doer. Bola no campo de Pinto da Costa, SAD  e Antero Henrique.

Nota final:
a arbitragem foi fraca, ficaram, na minha opinião, dois penalties por marcar e houve uma expulsão perdoada a um jogador do Olhanense, fomos prejudicados. Mas evitemos ir por aí. Não somos chorinhas, calimeros, intelectualmente desonestos, não digamos, como os CUTTY SARK' s que pululam por aí, que sem os erros de João Capela teríamos mais dois pontos e continuaríamos a liderar a Liga.

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