quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012
Frente a uma equipa de altíssimo nível, recheada de jogadores acima da média, daqueles que fazem a diferença e que lidera o campeonato inglês, era preciso, num Dragão quase cheio e fervilhar de entusiasmo, uma equipa portista a exibir-se a grande altura, rigorosa, atenta, concentrada e sem nenhuma areia na engrenagem. Ora esse Porto apareceu, mas, lamentavelmente, apenas durante a primeira-parte e em particular, durante os 30 minutos iniciais. Durante esse período fomos dominadores, superiores, jogamos um futebol bonito, que estava a agradar à plateia, fizemos aquilo que devia ser feito.
Conseguimos um golo e chegamos ao intervalo a vencer com justiça, mesmo que em duas ou três vezes nos tenha valido Helton, com defesas de grau de dificuldade elevada. Mas se os "citizens" foram perigosos e podiam ter marcado, não foi porque tenham feito muito para isso, mas porque demos facilidades que não podem acontecer nunca e muito menos frente a equipas desta qualidade. Era o prenúncio do que estava para vir.
Se na primeira metade, tirando os problemas que Helton resolveu, fomos uma equipa à altura das nossas responsabilidades, na segunda, entramos mal, por culpa nossa - não fomos tão consistentes e tão organizados -, mas principalmente, porque o conjunto de Roberto Mancini apareceu jogar mais e melhor. Pressionando alto, trocando melhor a bola e com os médios Touré, D. Silva e Nasri a aparecerem mais próximo do avançado, Balotelli, a equipa de Manchester estava por cima e dava sinais de poder empatar. Curiosamente, num lance que parecia inofensivo, Helton, herói na primeira-parte, borrou a pintura, saiu da baliza vá saber-se porquê e uma bola que bateu nas costas de Alvaro Pereira deu o empate.
Pelas oportunidades e pelo que nessa altura o jogo mostrava, era justo, mas foi uma abébia que não se admite a este nível. Ainda reagiu o Porto, mas sem grande clarividência, sem criar grandes chances de golo, sem nunca se ter aproximado daquilo que tinha feito na primeira-metade. E como se uma abébia fosse pouco, demos outra e uma perda de bola a meio campo permitiu a Touré ir sozinho para a baliza e oferecer o 2-1 a um Aguero completamente à vontade para facturar e dar a vitória aos líderes da liga inglesa.
Tudo somado, talvez o resultado mais justo fosse um empate, embora, não porque tivesse sido superior, mas pelas oportunidades, a vitória não fique mal ao City.
Não direi nada de surpreendente se disser que os ingleses são melhores que nós, ao que têm gasto, mal seria se não fossem e por isso, só uma exibição mais equilibrada e sem falhas grosseiras, poderia permitir ao F.C.Porto ganhar o jogo.
Quando a exibição tem mais baixos que altos e ainda se junta a desinspiração daqueles capazes de decidir, fica difícil conseguir melhor. Batemo-nos bem, tivemos atitude, mas ficou a sensação que era preciso muito mais...
Esperava muito mais de Hulk e James - pois é, hoje Varela foi bem melhor que o colombiano...
Nota final:
Para além da eliminatória estar quase perdida, ainda temos a lamentar a grave lesão de Danilo e que vai deixar o jovem e talentoso brasileiro, muito tempo fora dos relvados, numa altura em que de jogo para jogo começava a mostrar toda a sua qualidade.
Força Danilo!
porto 1-0 man city por FootyDaily