sábado, 10 de março de 2012
Se na sexta-feira tive uma grande alegria, hoje a desilusão é na mesma proporção. O futebol é isto, umas vezes rimos, outras choramos, mas continuamos de pé, o desânimo dura pouco, a luta continua. E vamos ao post...
Em primeiro lugar e porque é da mais elementar justiça, é preciso dar mérito à Académica pelo empate e dar os parabéns ao seu treinador pela forma como montou a estratégia para dificultar a vida ao Campeão. Pedro Emanuel, já sabíamos, é, sempre foi, um profissional de mão cheia. Hoje mostrou a alguns rascas que andam por aí arvorados em jornalistas, mas que são apenas uns paus mandados ao serviço do clube do regime, que deviam ter vergonha na cara, antes de ousarem fazer qualquer tipo de insinuação a seu respeito.
Em segundo lugar, é preciso dizer e de forma clara: uma equipa que quer muito ganhar o título, não pode jogar da forma como o F.C.Porto jogou nos primeiros 45 minutos. Inadmissível a forma lenta, displicente, desinspirada, ineficaz, sem atitude, sem chama, sem vontade, como a equipa de Vítor Pereira abordou a 1ª metade da partida.. Como é possível entrar assim, continuar assim e só despertar um bocadinho, após o golo da Briosa, depois de ter conseguido na jornada anterior uma vitória tão importante, tão moralizadora e que lhe deu a liderança isolada? Como é possível cometermos exactamente os mesmos erros, na abordagem ao jogo, que cometemos frente ao Feirense? Pensam que lá porque ganharam na Luz, já podem relaxar, descomprimir, pensar que já não é preciso de dar o litro durante 90 minutos, bastam apenas 45? Pensam que já são os maiores outra vez, que já recuperaram a aura de grandes estrelas e mais importante que trabalhar muito no campo, é dar trabalho à língua, fora dele?
Em terceiro lugar, é verdade que a segunda-parte foi melhor, mal seria que não fosse, mas não foi brilhante. Foi atabalhoada, pouco discernida, faltou clarividência, calma, rapidez a pensar e a executar, jogamos mais com o coração que com a cabeça e assim é difícil encontrar as melhores soluções. A juntar a isso, como o golo do empate surgiu muito tarde, já não havia tempo para virar o resultado e lá se foram dois preciosos pontos. Por culpa nossa, em primeiro lugar, mesmo que o árbitro tenha errado, como errou, ao não assinalar, pelo menos, um penalty claro sobre Hulk.
Em quarto lugar importa salientar que a moral, o handicap psicológico e a vantagem com que saímos da Luz perdeu força, quase desapareceu. Não fomos Porto, não tivemos atitude, carácter e o espírito que devíamos ter sempre e não em certos jogos. Cometemos pecados velhos, pecados que julgavamos desaparecidos, definitivamente, com a vitória e a forma como foi conseguida, na casa do nosso maior rival. Seria mau, muito mau que depois de termos recuperado o atraso, que muitos diziam irrecuperável, agora fossemos entregar o ouro ao bandido, por não sermos fiéis aos nossos princípios de equipa, que quando se apanha em situação de privilégio, não dá hipóteses à concorrência. Têm a palavra os profissionais do F.C.Porto. Ou no próximo jogo, de grau de dificuldade maior, recuperamos a alma, a humildade e damos uma resposta forte, uma resposta que mostre a vontade de conquistar o título... fico-me pelas reticências.
Notas finais:
Tirando a saída por lesão de Fernando e a entrada de Defour para o seu lugar, as substituições e a forma como o F.C.Porto jogou, na segunda-parte, foi muito semelhante ao jogo da Luz. Frente ao Benfica correu bem, hoje nem por isso. Sexta, Vítor Pereira foi bestial, hoje, pela amostra de alguns que já por aqui apareceram, foi besta... Mesmo que tivesse feito entrar Sapunaru - fez alguma coisa de relevante? - e James tenha jogado de início - espero que em relação ao colombiano, os críticos agora não façam como alguns analistas, que passaram o jogo a dizer que devia jogar pelo meio, mas foram incapazes de dizer como se devia arrumar a equipa do F.C.Porto, quem devia sair e quem devia entrar, para El Bandido jogar pelo meio.
Não vi a reacção de Rolando, mas não acredito, seria o cúmulo, que fosse contra a decisão do treinador em o substituir...
Para mim, o único jogador que merece destaque, é Maicon. O central brasileiro é e de longe, o melhor jogador do F.C.Porto. Na qualidade de jogo, na atitude, na alma e na vontade de vencer.
Menos público do que esperava, mas hoje ninguém assobiou... mesmo que a exibição, em particular na primeira-parte, fosse muito abaixo dos mínimos exigíveis