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sábado, 8 de junho de 2013


Há a ideia de que no F.C.Porto qualquer um é campeão e por isso, alguns encaram a escolha de Paulo Fonseca com alguma ligeireza e até usam, miseravelmente, Vítor Pereira como exemplo. Sei por experiência própria, que serão esses os primeiros a cair em cima do novo e jovem técnico portista, se as coisas começarem a correr mal. Concordo, porque é verdade, que o F.C.Porto tem uma estrutura forte, tem uma cultura de sucesso e uma mística que outros não têm. Também é verdade que o clube é dirigido de dentro para fora e quem dirige não se deixa impressionar por contestações, por mais fortes que elas sejam e ainda bem. Mas desenganem-se aqueles que pensam que é fácil, que não é preciso capacidade e competência acima da média, grande profissionalismo, dedicação e nervos de aço, para resistir a uma pressão que nenhum outro clube tem em Portugal. É e cada vez mais. Somos TRI, queremos o TETRA. Se Paulo Fonseca ganhar, apenas dá continuidade a vitórias que vinham de trás, não faz mais que a sua obrigação. Se perder, ninguém quer saber de nada, nenhuma circunstância pesará na análise, Paulo Fonseca será contestado e ficará marcado. É por isso que digo, a tarefa do novo técnico do F.C.Porto é uma tarefa dificílima. E porque é uma tarefa muito exigente, é que estarei com ele e apoiá-lo-ei desde a primeira hora, como estive e apoiei Vítor Pereira(*). 

(*) - Não conheço pessoalmente Vítor Pereira, nunca trocamos uma palavra, mas desde que tenho o blog nunca defendi tanto um treinador, como defendi Vítor Pereira. É óbvio que ele era o treinador do meu clube e isso conta muito, mas fui na defesa dele muito mais interventivo que no consulado dos dois anteriores, Jesualdo e André Villas-Boas - sim, a comparação com o actual treinador do Tottenham faz sentido. Houve um período, entre o jogo dos 5-0 ao Benfica e a eliminatória frente ao Sevilha, em que Villas-Boas foi contestado e já nem falo na pré-época, antes do jogo da Supertaça... Fi-lo porque tinha consciência do que ele herdou, das dificuldades que enfrentou, ele que era adjunto e nunca tinha trabalhado na 1ª divisão. Fi-lo porque se temos o direito a criticar, aos nossos, temos a obrigação de fazê-lo com respeito pelo Homem, pelo Profissional e no caso, pelo Portista. E houve muita gente que não o fez. Houve quem tivesse tratado muito mal Vítor Pereira, gente só olhou para a árvore e não para a floresta. Gente que nunca lhe deu uma palavra de estímulo e de confiança nos momentos mais difíceis. Paulo Fonseca não era o meu preferido, mas agora é o meu treinador. Porque o seu percurso tem muitas semelhanças com o de quem vai substituir, nunca terá neste tasquinho anti-corpos, palavras desrespeitosas, faltas de respeito pelo Homem e pelo Profissional. Portanto, agora, mais de quem gosta, estar a comparar realidades diferentes - O F.C.Porto é outro patamar; os jogadores do Paços, com todo o respeito, não têm nada ver com os do F.C.Porto. E não tem tudo a ver com a qualidade, mas muito mais com os egos. Vejam o senhor Fernando Reges -, para dizer bem ou quem não gosta estar à procura de defeitos para dizer mal, importa olhar para a frente. Saber, por exemplo, quem de dentro, com conhecimentos profundos do F.C.Porto, se vai juntar a Paulo Fonseca, Pedro Moreira e Nuno Campos. Um, seguramente, deverá ser Will Coort, mas quem mais? Ouvir com atenção o que dirão Pinto da Costa e Paulo Fonseca na apresentação. Saber que plantel será colocado ao dispôr do novo técnico, sabendo que já saíram James e Moutinho, titulares indiscutíveis, outros ainda poderão sair e sem ovos não se fazem omeletes. Numa época que tudo o indica, ainda será mais bipolarizada e em que o clube do regime, cometerá, como já vimos, loucuras para ganhar. Temos feito boas contratações, jovens, talentosos, portugueses e os que não são, têm experiência internacional, mas ainda falta gente para lugares mais carenciados, alas, médios e ponta-de-lança que faça concorrência a Jackson. E depois, então, ver como evolui a equipa, qual o modelo, os sistemas, se seremos uma equipa de ataque ou contra-ataque, se o treinador é pró-activo ou reactivo, etc.
Um novo ciclo precisa de tempo. Lamentavelmente, para alguns, no F.C.Porto não há tempo para ter tempo. Só querem ganhar. Para mim, Paulo Fonseca terá todo o tempo do mundo... que todos sigam o meu exemplo.

Nota final:
Terminou a sondagem e nos 557 votos apurados - agora a coisa já funcionou bem, ao contrário do que aconteceu no Prémio Kompensan/Rennie -, Paulo Fonseca teve 242, 43% - Vítor Pereira, 102, 18% - Marco Silva, 87, 15%. A sondagem coincidiu com a notícia de que o escolhido era Paulo Fonseca e perdeu interesse. Até o nome sair nos jornais, Marco Silva era o mais votado.

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