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domingo, 26 de abril de 2015


Com o jogo de Munique como pano de fundo, que Porto na Luz, num clássico decisivo para as suas aspirações no campeonato? Os benfiquistas apostavam num Porto diminuído, traumatizado, sem confiança, animicamente por baixo, iam mais longe, se os Dragões sofressem um golo cedo o fantasma da última terça-feira regressaria, as coisas ficariam mais fáceis para as suas cores. Os portistas, pelo contrário, esperavam que os  jogadores cerrassem os dentes, esquecessem o pesadelo alemão, mostrassem a sua raça, o seu espírito guerreiro e para isso nunca deixaram de se fazer notar, pela positiva, mesmo nas circuntâncias mais difíceis. Foram mais longe, rodearam os seus "chicos" de todos os cuidados, trataram-nos a pão de ló, deram-lhe todos mimos necessários para lhe elevar a moral, confiança e auto-estima. Não seria por falta de apoio que os Dragões entrariam na Luz de queixo baixo e orgulho ferido. Então que Porto tivemos hoje na Luz? Desde logo foi um um Porto com algumas surpresas no seu onze inicial: a entrada de Helton para a baliza, acredito que para proteger Fabiano; o quarteto defensivo esperado e mais fiável, Danilo, Maicon, Marcano e Alex Sandro; um meio-campo com Rúben Neves no lugar de Herrera e Evandro no de Quaresma, mais Óliver, penso que com o objectivo de surpreender, dar frescura, começar por ter bola, pressionar, controlar uma possível entrada forte do Benfica, ter alguém de fora para depois poder mexer, agitar, mudar; e no ataque Brahimi com as costas guardadas, mais virado para a frente no apoio a Jackson. E se não foi o Porto que os portistas esperavam, esperavámos bem mais, falaremos disso mais à frente, também não foi um jogo onde se notasse que o F.C.Porto acusou o desastre de Munique.

Dito isto, se até ao intervalo o F.C.Porto mesmo sem ter aquele golpe de asa necessário a uma equipa que precisava de ganhar, esteve bem na forma como se organizou e não permitiu qualquer veleidade à equipa da casa, jogiou melhor e teve até uma boa oportunidade para marcar, com o empate a persistir e a servir apenas ao Benfica, na segunda-parte os Dragões não tiveram capacidade para pressionar, dominar, colocar dificuldades a uma equipa que só aspirava ao 0-0. Não faltou atitude, a equipa lutou, trabalhou, discutiu o jogo, não teve foi aquela contundência, determinação, raça e espírito guerreiro, aquela vontade que caracterizava as equipas do F.C.Porto e permitia ir buscar vitórias até, exagerando, ao Inferno, numa palavra: transcendência. Mas podemos pedir à equipa que tenha tudo isso, quando essa marca que nos distinguia há muito tempo desapareceu do modus faciendi F.C.Porto? Quando quem não nos respeita e pior, até nos provoca  e insulta, tem rédea solta, só falta oferecem-lhes champanhe e caviar? Adiante.

Agora não vão faltar críticas pelas opções iniciais do treinador, no entanto e para mim, as estratégias podem ser as melhores, mas só resultam se dentro do campo os intérpretes forem capazes de as executarem bem. E hoje, apesar da equipa que entrou para os primeiros 45 minutos não ser a que está mais próxima do melhor onze do F.C.Porto, se excluirmos um Rúben Neves a acusar a responsabilidade do jogo e ficar muito aquém do seu valor e do que já fez esta época, não foi pelas alterações que o gato comeu as filhoses.
Como disse, na segunda-parte e quando era preciso mais, mesmo com Herrera, Quaresma e Hernâni, nunca o F.C.Porto colocou em grande perigo a baliza de Júlio César. Nem na parte final e com os minutos a esgotarem-se, se viu um Dragão de chama muito alta. E numa análise fria, o empate é um resultado justo. Não me vou queixar do árbitro, mesmo que Jorge Sousa não tenha marcado um penalty de Luisão sobre Jackson. Foi um lance complicado, não vi na arbitragem uma tendência contra os Dragões. E se não reagimos quando devíamos, para quê, agora?

Este empate na Luz, em condições normais, era um bom resultado, só que as condições não eram normais, só a vitória interessava aos portistas. Faltam quatro jogos, temos de os ganhar, mesmo que o título seja praticamente uma miragem. Embora algumas miragens depois se transformem em doces e inesquecíveis realidades...

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