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quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016


O desafio era tremendo, o adversário bem melhor individual e colectivamente, só poderia ser ultrapassado com uma grande exibição. Só um Porto das melhores noites europeias, perfeito em todos os capítulos do jogo teria condições de eliminar este Borussia e seguir em frente. Mas com um jogo importantíssimo em Belém, a menos de 72 horas, José Peseiro precaveu-se, mostrou que o jogo do campeonato era mais importante que o da Liga Europa e assim, bastou olhar para a equipa que entrou de início para se perceber que só por milagre esse Porto apareceria no bem cuidado relvado do Dragão. E como no futebol ao mais alto nível, os milagres são uma espécie em vias de extinção, passou a melhor equipa e o F.C.Porto está fora das competições europeias. Sem ter descambado, justificando até um melhor resultado na noite de hoje, é verdade que os Dragões deixaram uma imagem muito pálida do seu valor, não estiveram à altura dos seus pergaminhos, do prestígio que têm no futebol do Velho Continente.

Numa primeira-parte equilibrada, embora com mais qualidade na forma como a equipa de Dortmund tratava e circulava a bola, o que fez a diferença e deu uma vantagem injusta aos alemães no final dos 45 minutos, foi, um, o golo irregular, num fora-de-jogo que passou em claro a Mark Clattenburg e ao seu auxiliar; dois, um F.C.Porto sem ataque. Com Varela na esquerda a nunca se desenvencilhar do seu marcador, Marega na direita a raramente deu seguimento a uma jogada e pior, com um Aboubakar completamente desastrado e incapaz de fazer os mínimos, só já na parte final do primeiro tempo o F.C.Porto chegou com perigo à baliza de Burki. Conseguiu-o, muito por mérito, principalmente do seu trio de médios, Evandro, Danilo e Rúben Neves. E foi o brasileiro, com um remate cruzado, quem esteve mais perto do golo. Golo que também podia ter acontecido logo a seguir, quando Varela, após centro bem medido de Layún, cabeceou para uma grande defesa do guarda-redes do Borussia.
Portanto, mesmo com algumas peças claramente abaixo do que era necessário - aos já citados, acrescente-se José Ángel -, mesmo grande clarividência e fluidez no seu futebol, os pupilos de Peseiro podiam e até mereciam, ter ido para as cabines empatados.

Se a tarefa já era hercúlea, a perder e com a obrigação de marcar quatros golos na segunda-parte, a missão dos azuis e brancos ficou impossível. É verdade que os Dragões entraram fortes, tiveram um período bem agradável, em particular após a entrada de Suk para o lugar de Aboubakar, mereciam ter marcado. Não marcaram e conforme o tempo ia passando, foram perdendo força física e anímica, só mais tarde, já perto do fim, Brahimi que tinha substituído Varela, teve e desperdiçou a mais flagrante oportunidade, quando sozinho atirou à barra. No espaço de tempo entre o bom jogo portista e o lance de Brahimi, os amarelos de Dortmund estiveram confortáveis, foram controlando, chegando à área de Casillas com algum perigo, podiam ter marcado. Seria injusto, o F.C.Porto não merecia perder, quanto mais por dois golos de diferença.

Concluindo e repetindo, passou a melhor equipa, mesmo que no jogo de hoje o resultado mais certo fosse a igualdade. O F.C.Porto mostrou algumas debilidades colectivas e individuais, debilidades que em jogos desta exigência e deste nível, se tornam muito mais notórias.

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